segunda-feira, 26 de junho de 2017

[SGM] Documentos mostram que os nazistas planejavam destruir o canal do Panamá

George Dvorsky


Investigadores no Chile lançaram milhares de documentos que deixaram de ser confidenciais datando até a Segunda Guerra Mundial, revelando a extensão com a qual os espiões nazistas se infiltraram no país. Dentre as revelações mais chocantes está a descoberta de uma conspiração nazista para destruir o Canal do Panamá, um ato que teria mudado a “história do mundo inteiro”.

Como mostrado pelo Deutsche Welle, os documentos foram apresentados na quinta-feira (22) em uma cerimônia de revelação em Santiago no Chile. Os arquivos finalmente foram disponibilizados ao público depois de uma petição que foi apresentada esse ano por deputados chilenos que pediam sua liberação. Os arquivos agora estão em exposição pública nos arquivos nacionais do Chile, e versões digitais serão disponibilizadas online.

“Até ontem (quinta), isso ainda era um segredo”, disse o legislador Gabriel Silber, um dos autores da petição. “Talvez, a partir de hoje, possamos reconhecer uma verdade desconfortável que infelizmente algumas figuras políticas e de negócios no Chile apoiaram os nazistas.”

Realmente, os nazistas tiveram apoio no Chile e em outros países latino-americanos durante a Segunda Guerra, e é esse o motivo de tantos oficiais nazistas terem vindo para a América do Sul depois da guerra. Em 1941, depois de grupos nazistas terem sido encontrados no país, o governo chileno montou uma unidade de polícia especial chamada Departamento 50 para rastrear esses círculos de espiões e frustrar suas atividades.

Conforme os recém-revelados documentos mostram, mais de 40 pessoas dentro dos círculos de espionagem nazista foram presas durante a guerra. O Departamento 50 conseguiu quebrar dois círculos principais de espiões que estavam trabalhando no Chile e outros países da América do Sul, tomando suas armas, confiscando milhares de dólares em dinheiro e descobrindo várias conspirações, incluindo um plano de bombardear minas no norte do Chile. A polícia especial também descobriu que os filhos de algumas famílias alemãs estavam vivendo no interior, onde estavam fazendo treinamento paramilitar.

Os arquivos também mostram que os espiões nazistas e apoiadores no Chile conseguiram interceptar comunicações de rádio feitas pela marinha chilena. Agentes nazistas conseguiram criptografar essas mensagens e mandá-las para o terceiro reich. É bem óbvio a partir desse e de outros exemplos que os nazistas receberam amplo apoio de simpatizantes chilenos em altos cargos.

Talvez mais chocante de tudo, o Departamento 50 descobriu e impediu uma conspiração para atacar o Canal do Panamá. “Se eles tivessem alcançado seus objetivos, isso poderia ter mudado não apenas a história do Chile, mas a história do mundo inteiro”, disse Hector Espinoza, o diretor-geral de investigações da polícia do Chile, na cerimônia de quinta-feira. Nenhum detalhe da conspiração foi trazido a público, mas os espiões provavelmente estavam pensando em plantar bombas nas áreas mais vulneráveis, deixando o canal inoperável por longos períodos. Destruir uma ou várias comportas, por exemplo, poderia ser potencialmente catastrófico.

Sem dúvida, a destruição do Canal do Panamá, mesmo temporária, poderia ter sido um forte golpe para a Aliança. O canal servia como uma rota primária para transportar tropas americanas e suprimentos da costa leste para a guerra no Oceano Pacífico. Um canal obstruído teria bloqueado muito a capacidade das forças americanas de lutar contra o Japão Imperial, que estava aliado à Alemanha na época. Vale notar que os japoneses também tiveram planos de atacar o Canal do Panamá durante a guerra, usando uma frota de submarinos, mas a guerra terminou antes do ataque poder ter sido lançado.

A liberação desses documentos veio apenas alguns dias depois de um monte de artefatos nazistas terem sido descobertos na casa de um colecionador na Argentina. A guerra pode ter terminado 72 anos atrás, mas ainda estamos descobrindo a extensão da tentativa nazista de fazer da América do Sul a sua casa longe de casa.

http://gizmodo.uol.com.br/documentos-nazistas-destruicao-canal-panama/

sábado, 24 de junho de 2017

O flagelo de Deus: Átila

Isabelle Somma


O destino do maior e mais poderoso império sobre a Terra estava em jogo naquele dia 20 de junho de 451, em Châlons, ao norte do que hoje é a França. Aecius, um respeitado general romano, aguardava a chegada de seu inimigo. O poderoso exército romano já havia conhecido dias melhores, mas mesmo assim Aecius tinha sob seu comando 160 mil homens, entre legionários de Roma e aliados bárbaros – que era como os romanos chamavam todos os povos europeus que não viviam dentro de seu império. A formação do exército era pouco confiável, a tropa estava decadente e os salários eram pagos com atraso. Mas nada disso preocupava Aecius. O problema era seu oponente. Um homem cujo nome, em menos de 20 anos, tinha virado sinônimo de destruição e horror. O sujeito mais odiado de seu tempo já havia devastado boa parte da Europa e estava a caminho de seu coração: Roma. Era Átila, o rei dos hunos.

O comandante tinha razão em estar preocupado. Os hunos eram realmente terríveis. Em oposição às tribos germânicas, que cultivavam a terra e já conviviam numa boa com os romanos, eles permaneciam nômades, viviam de saques, dos resgates que exigiam daqueles que aprisionavam e da cobrança de proteção de quem não queria ser atacado. Enfim, eles eram os bárbaros que botavam os bárbaros para correr. Segundo o historiador romano Marcelinus, eles lutavam como doidos e executavam qualquer um que não se rendesse. Eram grandes cavaleiros e, no início, utilizavam lanças e arco e flecha. Depois do contato com os romanos, adotaram catapultas, escudos e capacetes.

Entre os chefes dessa turma estavam os irmãos Octar e Rua Mundzuc, e foi no meio dessa família que surgiu um novo rei. Átila provavelmente nasceu no atual território da Hungria, às margens do rio Danúbio. Filho de Mundzuc, entre os anos de 435 e 440 ele herdou as terras de seu pai e de seus tios e ainda abocanhou o pedaço de seu irmão Bleda, depois de matá-lo. Ele virou líder dos hunos num momento em que a principal potência do mundo antigo estava prestes a ruir. “Na primeira metade do século 5, a parte ocidental do império quase foi substituída por reinos bárbaros”, diz Kenneth Dark, historiador da Universidade de Bristol, na Inglaterra. A coisa andava tão feia que, no ano 410, Roma foi saqueada pelos visigodos. Foi a primeira vez em 800 anos que a cidade foi atacada por bárbaros.

Quase todos os relatos sobre Átila o descrevem como um monstro. A exceção é o historiador romano Prisco, que conheceu pessoalmente o general huno e descreve sua corte, às margens do rio Danúbio, como um lugar simples e organizado. Mas, no campo de batalha, o cara tinha fama de mau. “Átila contava com um forte aliado: o medo que seus homens provocavam no inimigo. Com isso, ele conseguia altas somas em ouro simplesmente blefando”, diz Charles William King, da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos. Em 447, Átila devastou a Trácia, pilhou monastérios e vilarejos e destruiu plantações. O imperador do lado oriental, Teodósio II, aceitou pagar um tributo anual em ouro e terras para evitar o avanço dos hunos. Com o acordo garantido do lado oriental, Átila resolveu atacar o ocidente. Ele só precisava de um pretexto. Logo surgiu um.

A irmã do imperador romano Valentiniano, Justa Grata Honoria, foi presa depois de engravidar de um funcionário da corte. Pensando em quem seria um rival à altura de seu irmão para salvá-la, Justa resolveu recorrer ao homem mais poderoso de que ouvira falar: ele mesmo, o rei dos hunos. E enviou a Átila uma carta pedindo ajuda. Em troca, lhe cederia uma fatia generosa do Império. “Átila teria interpretado o pedido como uma proposta de casamento e, segundo autores medievais, exigiu metade do Império Ocidental”, diz King. Será que isso é verdade? Não parece uma daquelas lendas medievais, com uma princesa raptada e um guerreiro partindo em sua salvação? Pode ser, mas o fato é que, por volta de 450, Átila começou a marchar em busca do que achava que era seu – fosse Justa Honória, fosse uma fatia do decadente Império Romano. Com ele, seguiram mais de 300 mil homens, entre eles os agora aliados ostrogodos, burgúndios e alanos, além de alguns francos. O enorme exército invadiu a região do vale do rio Reno e não poupou ninguém. A aproximação dos hunos fez com que os romanos finalmente começassem a se organizar. E aí chegamos de volta a Châlon.



Na porta de Roma

De repente, todo o destino da Europa estava em jogo. Se ganhasse, Átila teria caminho livre até Roma. Mas a superioridade numérica e a disciplina dos soldados romanos foram decisivas. Os hunos foram derrotados. Átila, segundo a tradição, estava se preparando para cometer suicídio caso seu acampamento fosse invadido quando recebeu a mensagem de Aecius, permitindo que ele e parte de seus homens se retirassem. Átila, humildemente, aceitou. A vitória deu a Aecius o título de “o último dos romanos”, ou seja, o último general que honrou em campo a armadura que vestia. Mas sua tática de deixar o inimigo se recompor não foi nada inteligente. Átila invadiu a Itália em 452 e destruiu várias cidades, entre elas Milão. Aí ocorreu algo surpreendente. Ele estava a cerca de 200 quilômetros de Roma. Um pulinho, para quem estava a mais de 3 mil quilômetros de casa. E, no entanto, após 13 dias acampado, deu meia-volta e se foi. Não se sabe por que Átila não seguiu em frente até Roma. Pode ser que ele estivesse doente demais para isso. Antes que pudesse partir, e tendo tomado para si uma nova esposa, Idilico, provavelmente uma princesa visigoda, Átila teve uma hemorragia estomacal. No dia seguinte ao casamento, o homem mais temido do mundo morreu.

“O reino de Átila desmoronou imediatamente. Em uma série de batalhas, os filhos de Átila foram vencidos por outros povos bárbaros”, diz Kulinowski. O império Romano não teve um destino muito melhor: também acabou, apenas 23 anos depois da morte de Átila.

Muralha contra os hunos

Eles também detonaram tudo do outro lado do mundo

Não há certeza sobre as origens dos hunos, mas os rastros mais antigos deles são da China e datam do século 3 a.C., quando o imperador Shi Huangdi ordenou a construção de uma longa barreira feita de argila para proteger seu reino de invasões. A contenção era nada mais nada menos do que a Muralha da China. E os invasores eram os hunos. No século 3, os hunos se dividiram em grupos. Um deles foi parar nas margens dos rios Volga e Don, na Europa. Os hunos que continuaram na Ásia deixaram muitos registros, como a cidade Tongwan. Construída em 419 e abandonada no ano 984, ela tinha 20 mil km2 de extensão e muros de até 30 metros de altura. As provas mais confiáveis sobre os hunos podem estar na China, mas as marcas culturais deles estão em vários lugares. “As músicas folclóricas e a flauta hujia dos hunos são encontrados hoje na Mongólia e na Rússia”, diz Zhang Mingqia, do Museu de História de Shaanxi, na China. Além disso, a língua falada hoje na Hungria é parecida com a da província de Shaanxi, de onde os hunos partiram em direção à Europa.

Intriga da oposição

Em todo o Império Romano do século 5, e também nos territórios bárbaros, o povo tinha mais medo de Átila do que do capeta. Um dos boatos mais conhecidos era o de que ele e sua turma comiam carne crua. Até aí tudo bem, afinal até hoje comemos sashimi, quibe cru e carpaccio. O problema é que eles usariam a carne crua como sela. Ou seja, sentavam-se nela enquanto cavalgavam. Quando tinham fome, era só tirar uma lasquinha. Prisco, o único que conheceu Átila, afirmou que ele vivia numa espécie de reino na região da atual Hungria. Ali havia um local para banhos, e comia-se muita carne, mas ela não era curtida em cima dos cavalos. E a história de que os hunos dormiam, comiam e faziam suas necessidades em cima do animal também é pura intriga dos romanos.

Outro relato, que chegou a ser reproduzido em pinturas por mestres como Rafael, foi o do encontro entre o papa Leão I e Átila. Segundo a lenda, ambos teriam batido um longo papo, em que Leão I teria convencido o “flagelo de Deus” a não destruir Roma. Átila realmente recebeu o papa em seu acampamento. Mas ele não invadiu Roma por outro motivo. “Alguns de seus comandantes, incluindo ele próprio, caíram doentes, o que forçou a retirada”, afirma o professor Michael Kulikowski, da Universidade do Tennessee. Outro mito que chegou aos dias de hoje é o de que por onde Átila passava, não nascia grama. Segundo Ferrill, isso se deve ao estrago feio que ele causou na Gália.


Tópico Relacionado

Por que Roma desabou?


[SGM] Operação Barbarossa: Traição entre tiranos

Márcio Sampaio de Castro


“Só temos de chutar a porta e toda a estrutura podre desmoronará.” Com essas palavras, Adolf Hitler comunicava aos oficiais superiores de seu Exército, em princípios de 1941, sua intenção de atacar a União Soviética para destruir o comunismo e escravizar os povos eslavos que formavam a república socialista. Em 22 de junho daquele ano, teve início a Operação Barbarossa, uma gigantesca ação militar, envolvendo mais de 3 milhões de homens, 3 580 veículos blindados, 7 mil peças de artilharia e milhares de aviões.

Assim como fizera havia pouco mais de um ano com franceses, belgas e holandeses, Hitler esperava esmagar os soviéticos em oito semanas, empurrando as fronteiras do Reich para a cadeia montanhosa dos Urais, já na fronteira com a Ásia. Uma confiança que era reforçada por outro fator também enxergado como favorável à invasão. O expurgo patrocinado pelo líder comunista, Josef Stalin, em 1937, quando foram executados quase 37 mil oficiais de seu Exército, debilitara significativamente a cadeia de comando soviética, tornando-a quase acéfala.

Dividido em três corpos, o Exército alemão avançou de forma avassaladora sobre o território inimigo a uma velocidade média de 40 quilômetros por dia. Em três semanas de combate havia causado mais de 2 milhões de baixas no Exército Vermelho, destruído 3,5 mil tanques e mais de 6 mil aeronaves em seu caminho, rumo ao coração da nação inimiga. Na avaliação do alto comando alemão, Moscou era a chave para a vitória. Por ser a capital, constituía-se num importante entroncamento entre a Rússia europeia e a asiática. Todas as redes de comunicação tinham ali seu centro nervoso e as principais indústrias bélicas do país estavam estabelecidas em seus arredores.


Primeiro, a Ucrânia

Exatamente dois meses após o início da invasão, Hitler convocou os oficiais de seu alto comando para comunicar-lhes uma nova decisão: a conquista da Ucrânia e de sua capital, Kiev, deveria, a partir daquele momento, ser considerada uma prioridade. Moscou ficaria para depois. Para o Führer, a explicação era muito simples. A Ucrânia e seus oleodutos serviam como um corredor para o Cáucaso, região produtora do petróleo, vital ao esforço de guerra nazista. Além disso, seus vastos campos de trigo, soja e milho alimentariam o Exército e o povo alemão por gerações. O plano era simples.Valendo-se da mobilidade de suas colunas de tanques Panzer e do apoio dos aviões da Luftwaffe, o exército Sul, um dos três corpos da invasão, deveria cercar o Grupo de exército Budienny, nome que fazia menção a seu comandante, marechal Semyon Budienny, e esmagá-lo com maciços bombardeios. Os soviéticos tinham ordens para resistir até o último homem. Mesmo assim, por via das dúvidas, desde o início de agosto, sob o comando do comissário Nikita Kruschev, as instalações industriais vinham sendo desmontadas e enviadas por trem para a Rússia asiática, onde eram remontadas e imediatamente incorporadas à indústria bélica.

Enquanto os alemães se deslocavam em direção a Kiev, recebidos como libertadores por boa parte da população ucraniana nas vilas e aldeias com flores e pães, o chefe do Estado-Maior do Exército Vermelho, Gheorghi Jukov, fazia insistentes apelos a Stalin para que a cidade fosse abandonada. Indiferente, o ditador mantinha sua ordem geral: “Nenhum passo para trás!”. Tanto o povo ucraniano como o líder soviético se arrependeriam profundamente de suas ações. 

Nos planos do marechal Budienny, a cidade de Kiev, erigida às margens do rio Dnieper, deveria funcionar como o eixo da defesa contra os agressores alemães na Ucrânia. Homens formaram um bolsão onde esperavam deter o avanço nazista. Esse arranjo mostrou-se um erro tático do marechal soviético, que serviria como senha para um dos maiores cercos da história militar. Após vencer, entre o final de agosto e o início de setembro, pequenas unidades mais afastadas da capital ucraniana, dois grupamentos blindados do Exército alemão provenientes do norte e do sul se encontrariam em 16 de setembro atrás das linhas inimigas, completando o movimento de pinça que haviam iniciado pouco mais de duas semanas antes.

Ao tomar ciência do movimento inimigo, em um de seus ataques de cólera, Stalin destituiu Budienny. Para seu lugar nenhum oficial foi nomeado, ficando cada unidade do Exército Vermelho por sua conta e risco. Ao sobrevoar o bolsão representado pela cidade de Kiev, os comandantes dos aviões da Luftwaffe assinalariam em seus relatórios que grandes colunas de infantaria, massas de cavalaria, carros blindados e comboios de toda natureza moviam-se de forma desordenada sob uma formidável nuvem de poeira. Sob uma chuva de chumbo e pólvora, as unidades soviéticas iam se rendendo uma a uma.

Ao final do cerco, em 19 de setembro, mais de 650 mil homens se renderiam. Grande parte morreria de fome nos campos de detenção improvisados pelos alemães no interior da Ucrânia, assim como muitos dos civis que receberam com festa a chegada de seus supostos libertadores acabariam fuzilados.

Para muitos dos soldados alemães, uma chuva fina e persistente que caía desde o dia 3 de setembro passou despercebida. A Ucrânia estava subjugada e o moral do Exército nazista subia às alturas, apesar do atraso de um mês que a campanha ucraniana representara para a tomada de Moscou. Já para os soviéticos, esse mês a mais possibilitou a organização das defesas de sua capital. Quanto à chuva rala, eles sabiam que era o prenúncio do rigoroso inverno que lhes ajudaria, matando milhares de alemães, como fizera com os soldados de Napoleão no século 19, e impedindo mais uma vez na história que a capital russa fosse conquistada por um exército estrangeiro.

“O Führer sempre tem razão”

No início de agosto de 1941, uma euforia tomava conta de soldados que marchavam sobre a combalida União Soviética. Todos sabiam que Moscou era o grande prêmio da conquista e esperavam passar o Natal daquele ano guardando a entrada do Kremlin ou gozando suas licenças em casa com suas famílias. Os atônitos soviéticos das regiões já conquistadas por muitas vezes observaram intermináveis colunas de blindados e caminhões alemães cobertos com a frase Nach Moskau (Para Moscou).

Mas os comandantes da linha de frente sabiam que o Führer estava dividido entre Moscou, Leningrado e Kiev. No dia 23 daquele mês, o general Franz Halder, chefe do Estado-Maior do Exército alemão, retornava preocupado da retaguarda com a última decisão de Hitler: a prioridade era a conquista da Ucrânia. A ofensiva contra Moscou seria adiada. Os generais que comandavam a Operação Barbarossa sabiam que um desvio naquele momento significaria ter de enfrentar os rigores do inverno russo ainda no campo de batalha.

Reunidos para deliberar a respeito das novas ordens, resolvem enviar para a Toca do Lobo, o bunker onde Hitler tomava suas decisões na Prússia Oriental, o respeitado comandante de Panzers e teórico da blitzkrieg, Heinz Guderian. Sua missão era convencer o líder nazista a mudar de idéia e apostar todas as fichas em Moscou. Recebido na Toca por Hitler, Guderian trava um breve e tenso debate com o Führer diante dos demais oficiais do alto comando. Ao final, Hitler pergunta aos presentes qual dos dois tinha razão. A plateia é unânime em apontá-lo como vencedor. “Primeiro a Ucrânia, mein Führer!”.

Ao sair derrotado do salão de conferências Guderian é abordado pelo colega Alfred Jodl, que a tudo assistira. “Não se aborreça, Guderian. A intuição do Führer é infalível. Ele sempre tem razão...”.

No começo de dezembro, os nazistas chegaram a 18 km do centro Moscou. Diziam conseguir enxergar as torres da Catedral de São Basílio. Até que não podiam mais: o tempo fechou e a nevasca começou a cair. Em 5 de dezembro, os soviéticos lançam sua contra-ofensiva e, daí por diante, os alemães só ficariam cada dia mais longe de seu objetivo. 

Não é dar "spoiler" dizer como essa história termina: num certo bunker, com certas cápsulas de cianureto.

A batalha de Kiev

Quem: URSS X Alemanha
Quando: 25 de agosto a 19 de setembro de 1941
Onde: Ucrânia
Forças: URSS: 900 mil soldados / Alemanha: 500 mil soldados
Baixas: Alemanha: 150 mil mortos e feridos / URSS: 164 mil mortos e feridos e 650 mil prisioneiros
Resultado: Vitória da Alemanha

Recepção dos "libertadores"

Ao menos no começo, pareceu a muitos ucranianos que só tinham a ganhar com a invasão nazista. O país foi um dos que mais sofreu sob o regime soviético, passando pelo Holodomor ("morte por fome") perdendo entre 2 milhões até incríveis 12 milhões de seus 43 milhões de habitantes para a fome causada pela coletivização agrícola imposta por Stalin. Não bastasse isso, a Ucrânia é uma nação historicamente tentando se desvencilhar do domínio imperial russo.

E, por fim, precisa ser dito, os ucranianos eram virulentamente antissemitas. Era comum entre povos do leste europeu, mas particularmente intenso entre eles. Pogrom - o linchamento massivo de judeus - é uma palavra ucraniana (e russa) que quer dizer "demolir violentamente". E a Ucrânia era a campeã mundial em massacres de judeus, o que continuou até ser incorporada à União Soviética. Não deve ser surpresa então que os pogrons voltaram a acontecer durante o domínio nazista. 

Os ucranianos acabariam por se arrepender. Para os nazistas, eslavos eram inferiores e destinados naturalmente à escravidão - o que foi o que precisamente o que fizeram os "libertadores", forçando os ucranianos a trabalharem para eles.

http://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/operacao-barbarossa-traicao-entre-tiranos.phtml#.WU5oM9IrLcs

Tópicos Relacionados

Os Planos Secretos de Guerra de Stalin: Porque Hitler invadiu a URSS



Força Aérea Soviética x Luftwaffe



Hitler como Líder Militar



Soviéticos apoiaram os "Cruzados Nazistas"



Ucrânia dividida com seu legado da Segunda Guerra Mundial



Terras de Sangue: A Europa entre Hitler e Stalin



Ativistas Ucranianos chamam a atenção para tragédia pouco conhecida



[SGM] A Batalha de Okinawa

Márcio Sampaio de Castro


Em abril de 1945, o mundo estava cansado da carnificina que a Segunda Guerra Mundial espalhara ao redor do planeta ao longo dos seis anos anteriores. Praticamente todos os países invadidos pelas potências do Eixo já haviam sido libertados, o fascismo italiano dava seus últimos suspiros, a Alemanha havia se transformado em um monte de escombros e os Aliados marchavam sobre seu território, rumo a Berlim. Enquanto isso, no Extremo Oriente, o império japonês preparava-se para lutar até o fim contra a invasão inimiga, que se aproximava a passos largos.

O mês de março havia mostrado aos japoneses que essa invasão era iminente. A pequena ilha de Iwo Jima, considerada solo sagrado japonês, havia sido tomada pelos americanos, e o arquipélago de Ryukyu, a 1,2 mil quilômetros de distância da ilha de Kyushu, uma das três principais do Japão, configurava-se como o próximo alvo da potência ocidental.

Na aurora do dia 1º de abril, uma impressionante frota com mais de 1,2 mil navios de guerra, 183 mil homens e 750 mil toneladas de equipamentos aguardava ao largo de Okinawa, a principal ilha do arquipélago de Ryukyu, para iniciar o ataque que visava tornar o caminho para o Japão mais curto. Pouco menos de um ano antes, a força de ataque à Normandia, na Europa, considerada até então a maior operação de desembarque da guerra, havia colocado em combate no primeiro dia 150 mil homens e 570 mil toneladas de equipamentos.

De um lado, os Estados Unidos buscavam encurtar a rota de seus bombardeiros, que vinham sistematicamente atacando as cidades nipônicas para enfraquecer o esforço de guerra inimigo e cortar suas comunicações com a porção sul do continente asiático, de onde provinham suas matérias-primas. De outro, os japoneses sabiam que não poderiam derrotar o gigante industrial que estava cada vez mais próximo. Mas um lema se espalhava entre seus combatentes: “Cada homem abatido deveria levar consigo dez americanos; cada avião destruído, um navio”. Defender Okinawa significava ganhar tempo para preparar as defesas do Japão metropolitano. Para isso, o alto-comando designara o general Mitsuru Ushijima, que resolveu concentrar as principais linhas defensivas de sua guarnição de 100 mil homens do 32º Exército na montanhosa região sul da ilha.

Tempestade de aço

Para a surpresa dos invasores, o desembarque na parte central da ilha, realizado após um impiedoso bombardeio promovido pelos aviões e navios da frota, denominado pelos moradores como tetsu no bofu (tempestade de aço), transcorreu sem que os japoneses disparassem um tiro sequer. O plano dos atacantes era dividir a ilha em duas partes, ficando a cargo do Corpo de Fuzileiros Navais a seção norte da ilha, enquanto as divisões do Exército marchariam para o sul, ambas sob o comando do tenente-general Simon Bolivar Buckner. Em apenas quatro dias os fuzileiros atingiram o extremo setentrional. Ao final de um mês, não havia mais nenhum foco de resistência. As atenções voltaram-se então para a porção sul da ilha, mais povoada e onde estão as cidades de Shuri e Naha.

O terreno escarpado que envolvia as duas cidades possibilitou aos homens do Exército imperial construir uma cadeia de fortificações ligadas entre si por túneis escavados no interior das montanhas, a linha Shuri. Se a antiga floresta tropical da superfície de Okinawa havia dado lugar a uma desoladora paisagem após os bombardeios americanos, sob a superfície verificava-se uma intensa atividade de militares e civis japoneses preparados para surpreender seus inimigos.

Ao contrário do que ocorrera no início da invasão, as tropas de Buckner começaram a sofrer pesadas perdas com a intrincada linha de casamatas montada por seus oponentes. Sem poder contar com o apoio da artilharia naval, que nada podia fazer contra as fortificações encravadas no interior da ilha, os atacantes tinham de desabilitar os bunkers japoneses um a um. A violência e a tensão chegaram a níveis tão elevados que 48% das baixas americanas foram causadas por estresse de combate. Muitas vezes, ao atacar esconderijos com seus lança-chamas e granadas, os soldados acabavam incinerando famílias inteiras. Por sua vez, a propaganda japonesa havia plantado no imaginário dos moradores de Okinawa que o inimigo iria violentar e torturar os civis. Para não correr esse risco, muitos preferiam cometer suicídio.

Curiosa e tragicamente, a batalha teria, ao seu fim, uma coincidência incomum na história das guerras modernas. Os oficiais comandantes dos dois exércitos em combate morreriam antes do encerramento das hostilidades. Quatro dias antes de eliminar a resistência japonesa na ilha, Buckner foi atingido por estilhaços de granada, enquanto vistoriava a linha de frente. Perto dali, em seu abrigo subterrâneo, o general Ushijima, acompanhado por seu colega, general Isamu Cho, cometeria harakiri no último dia da batalha, em 21 de junho de 1945. Junto ao corpo de Cho um epitáfio escrito de próprio punho: “Cho, Isamu, tenente-general do Exército imperial japonês. Morro sem arrependimento, sem medo, sem desonra e sem dívidas”.

Após 82 dias de sangrentos combates, os japoneses haviam perdido o controle de mais uma ilha no Pacífico, mas sua determinação de lutar até as últimas consequências mantinha-se inquebrantável. Para os Estados Unidos, Okinawa servira para estabelecer sombrias estimativas de, no mínimo, 500 mil mortos no ataque final ao Japão. A aceleração do chamado Projeto Manhattan configurava-se cada vez mais como uma necessidade. Para muitos historiadores, a Batalha de Okinawa representou não só o último grande embate da Segunda Guerra, mas também o impulso que faltava para o emprego da terrível arma secreta desenvolvida pelo projeto. O Japão seria o primeiro país na história a enfrentar os horrores da bomba atômica.

Mar de sangue

A Batalha de Okinawa marcou o último embate aeronaval da Segunda Guerra Mundial. Depois de ajudar a derrotar os nazistas no Atlântico Norte, a esquadra britânica pôde encaminhar uma força-tarefa para auxiliar no processo de asfixia do império japonês. Uma combinação de navios ingleses, canadenses, australianos e neozelandeses proporcionou 20% do poderio aeronaval empregado nas operações de ataque à ilha.

Ao lado dos americanos, essa força-tarefa sofreria os terrores do crescente e desesperado emprego por parte dos japoneses dos kamikazes. Após a quase aniquilação de sua frota ao longo do ano anterior, o Japão não podia mais se bater nos mares de igual para igual, como fizera em Midway ou em Guadalcanal. Sua única alternativa era procurar causar pânico e o máximo de danos aos inimigos com o emprego de aeronaves que se chocavam contra as embarcações aliadas. Empregando uma variação de ataques suicidas e bombardeios estratégicos, os japoneses conseguiriam, somente em 6 de abril de 1945, primeiro dia de sua ofensiva, afundar 60 embarcações inimigas.

O plano de batalha incluía o uso do supercouraçado Yamato, um gigante veterano da guerra que tinha por missão aportar ao largo de Okinawa e causar o máximo de destruição possível antes de ser afundado. Detectada na saída do porto pelos submarinos Hackleback e Threadfin, a pequena frota capitaneada pelo Yamato foi atacada pelas aeronaves dos porta-aviões da Força-tarefa 58. Após uma hora e meia de bombardeios, o orgulho da frota imperial explodiu e afundou, levando consigo 2,5 mil homens. A partir daí, a guarnição de Okinawa estava entregue à própria sorte. Após seis dias de ofensiva, os ataques japoneses começaram a rarear. No fundo do mar, milhares de homens de ambos os lados acabaram encontrando seu túmulo. Eram os últimos movimentos da guerra mais sangrenta de todos os tempos.

A batalha de Okinawa

Quem: Japão X EUA e aliados
Quando: 1º. de abril a 21 de junho de 1945
Onde: ilha de Okinawa, no Japão
Forças: Japão: 100 mil homens / Aliados: 548 mil homens
Baixas: Japão: 77 mil soldados mortos; entre civis, calcula-se que mais de 100 mil tenham morrido durante os combates; 1465 ataques kamikazes / Aliados: 12,5 mil mortos, incluindo 5 mil vítimas de ataques de kamikazes (que afundaram 79 navios)

Tópicos Relacionados

Kamikazes: como eles pensavam



Pearl Harbor, um ataque-surpresa?



Infâmia Mal Distribuída



Khalkhin Gol: soviéticos vs. Japoneses



quinta-feira, 15 de junho de 2017

Por que a Alemanha reluta em se tornar uma das grandes forças militares


12 junho 2017


O país tem bons motivos para se sentir inseguro diante de um cenário bastante instável, que inclui o autodenominado grupo Estado Islâmico no Oriente Médio e conflitos correlatos forçando uma onda de imigração à Europa, o russo Vladimir Putin fazendo antagonismo ao Ocidente, e Donald Trump questionando o papel da Otan (aliança militar ocidental).

No mês passado, a chanceler (premiê) do país, Angela Merkel, disse aos alemães que eles "precisam lutar por seu futuro por si próprios como europeus". Tropas da Alemanha foram enviadas a lugares como Afeganistão e Mali. E Merkel prometeu aumentar os gastos do país com defesa.

Eles veem seu Exército com desconfiança - atitude reforçada por um escândalo recente. O envio de tropas ao exterior tem regras bastante rígidas na lei alemã e no Parlamento. E, acima de tudo, as atitudes relacionadas a esse tema são moldadas pela sombra da história.

A Alemanha desmilitarizada foi tão bem-sucedida - e os alemães são tão sensíveis sobre seu passado de guerra -, que o país mais poderoso da Europa hoje tende a se manter um campo de batalha fraco.

Depois da Segunda Guerra Mundial, houve um grande debate sobre se a Alemanha deveria ou não ter forças armadas. Era preciso colocar um ponto final, argumentava-se, nesse ciclo violento que começou com o militarismo da Prússia e terminou com os crimes de guerra nazistas.

Enquanto o lado comunista da Alemanha criou um "Exército do Povo", seguindo as tradições militares do país, na Alemanha Ocidental democrática - ocupada pelo Reino Unido, França e Estados Unidos - foi criado um serviço militar bem diferente.

Chamado "Bundeswehr", o Exército surgiu em meados dos anos 1950 e era uma força militar deliberadamente modesta, que existia apenas para defender o território da Alemanha Ocidental. Seus recrutas eram motivados a se enxergarem apenas como "cidadãos com um uniforme".

Desconfiança persistente

É fato que o uniforme em si parecia mais um de motoristas de ônibus do que o de um soldado do Exército, conforme descreve o historiador James Sheehan.
A Alemanha Moderna, conta ele, "pensa sobre seu Exército da mesma maneira que a maioria dos países pensa em suas polícias".

Sheehan observa nos alemães uma "desconfiança persistente sobre as instituições militares" que se mantém até hoje.

Além disso, o Exército alemão remete às terríveis memórias dos horrores da Segunda Guerra Mundial - não só pela vergonha nacional dos crimes nazistas, mas também pela devastação que impactou milhões de civis.

Werner Kraetschell, pastor protestante de uma antiga família de origem prussiana que se tornou um capelão militar, cita os milhares de alemães que cresceram depois da guerra sem ter um pai por perto, algo que moldou a percepção de muitas pessoas a respeito da questão militar.

"Por muito tempo, se você fosse um soldado (na Alemanha), não usaria seu uniforme no trem (porque) passageiros te xingariam de 'assassino'", diz Sophia Besch, especialista em questões militares do Centro de Reforma Europeia.

Desafios de segurança

Quando a Guerra Fria acabou e a Alemanha se reunificou, as pessoas acreditavam que a paz estaria mais ou menos garantida. Mas o político democrata cristão e ex-ministro da Defesa Franz Josef Jung diz que agora "a realidade nos alcançou".

Ainda assim, ele admite que "a população (atual alemã) tem uma atitude formada mais pelo pacifismo".

Ele acredita que a Alemanha precisa de novas políticas para "vencer os desafios internos e externos sobre segurança."

Depois da reunificação, a Alemanha começou a enviar tropas para outros países. Mas a sensibilidade segue à flor da pele.

Em 2009, houve alegações de a Alemanha ter encoberto um ataque militar no Afeganistão que causou mortes de civis. Jung foi forçado a renunciar ao cargo de ministro, e até hoje qualquer envio de tropas passa por amplo escrutínio parlamentar.

Relações de tortura

Ao mesmo tempo, a Alemanha aboliu o recrutamento e está se concentrando, como outros exércitos modernos, em forças menores e especializadas.

Mas a velha desconfiança sobre os militares ressurgiu no mês passado quando veio à tona um escândalo evidenciando a presença de grupo da extrema direita no Bundeswehr, promovendo celebrações de tradições nazistas e um plano para assassinar pessoas que pediam refúgio no país.

Alguns minimizaram a amplitude do caso, mas ele de qualquer maneira evidencia as tensões entre o Bundeswehr e o povo alemão.

Agora, há uma urgência real para o debate sobre o futuro militar na Alemanha.

O discurso de Donald Trump dizendo que a Otan é "obsoleta" e seu questionamento sobre "segurança coletiva" foi uma grande surpresa para os alemães, segundo Bethold Kohler, editor do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. "Ninguém poderia imaginar que o presidente americano diria uma coisa dessas."

Kohler defende que a Alemanha debata até mesmo adquirir suas próprias armas nucleares, mas admite que isso é visto como algo impensável pela maioria de seus compatriotas.

Enquanto alguns se opõem a armas nucleares por princípio, muitos outros passaram décadas vivendo confortavelmente sob o escudo nuclear dos Estados Unidos e da Otan. "Ninguém esperava que teríamos que pensar sobre isso", explica Kohler. E poucos alemães querem fazer isso agora.

Gastos

A Alemanha atualmente gasta apenas 1,3% de seu PIB em defesa. "Nós temos um enorme deficit comercial com a Alemanha e, além disso, eles pagam muito menos do que deveriam para a Otan em questões militares", afirmou Donald Trump recentemente pelo Twitter. "Isso é muito ruim para os Estados Unidos. E isso vai mudar."

A Alemanha vai resistir aos pedidos de Trump por mais gastos com defesa, mas esse subfinanciamento tem sido um pouco embaraçoso em algumas situações, como por exemplo na revelação de que durante um teste da Otan em 2014, um tanque do Bundeswehr encobriu a falta de metralhadoras usando vassouras pintadas de preto.

Até onde Berlim irá com isso?

Werner Kraetschell, que conhece Angela Merkel e o pensamento dela sobre a questão, diz que ela quer "uma Alemanha forte, capaz de assumir responsabilidades internacionais". Mas sua dificuldade é lidar com o povo alemão, que ainda é bastante contra o Exército.

Talvez os alemães sigam adiante com sua bem-sucedida experiência histórica e única, ascendendo internacionalmente como potência sem esforços militares significantes.

O fato é que o passado ainda pesa muito para os alemães. Mas o que quer que aconteça, também é sabido que não haverá uma ação violenta e pesada do país em território estrangeiro. Em vez disso, os militares alemães vão pisar em ovos em um futuro altamente incerto.


Tópicos Relacionados

Veteranos nazistas criaram exército ilegal



Tanque Leopard



Exército Popular Nacional – NVA


http://epaubel.blogspot.com.br/2012/05/exercito-popular-nacional-nva.html