Antonio
Gasparetto Junior
A
Batalha de
Salamina foi o combate entre a frota persa e a grega no ano 480
a.C.
No século V a.C., gregos e persas se
envolveram em uma séria de conflitos que, em grande parte, foram causados pela
tentativa de cada lado de conquistar a região da Jônia, na Ásia Menor. Mileto,
que era uma colônia grega na Jônia, tentou se livrar do domínio persa e
forneceu o estopim para o início dos conflitos. Esses embates ficaram
conhecidos como Guerras
Médicas e ocorreram em dois momentos. Tanto a Primeira Guerra
Médica como a Segunda Guerra Médica repercutiram na história da humanidade.
Alguns anos depois da Primeira Guerra
Médica, os persas, comandados pelo rei Xerxes,
entraram em Atenas e destruíram importantes monumentos da Acrópole. Era o
início da Segunda Guerra Médica. O sucesso das investidas dos persas deixou
toda a Grécia central aos pés de Xerxes. A frota grega foi forçada a abandonar
Atenas e buscar refúgio em Salamina, local onde Temístocles, general ateniense,
organizou seu exército e o preparou para um intenso combate contra os persas.
A Batalha de Salamina mudou o rumo
da Segunda Guerra Médica, forçando os persas a recuar após importantes
conquistas. O próprio rei Xerxes, que participava da campanha, viu-se obrigado
a regressar à Ásia, deixando o comando da frota restante para Mardónio. Os
embates ainda virariam o ano, mas, em 479 a.C., os persas seriam completamente
vencidos nas costas da Ásia Menor. A vitória mudaria o contexto da região, pois
Atenas lideraria a Confederação de Delos, uma aliança entre as cidades-estados
gregas, na organização de suas defesas e aparatos militares.
A batalha de Lepanto, entre reinos cristãos e os turcos foi a maior batalha naval no Mediterrâneo depois da batalha de Actium em 31 Antes de Cristo.
A batalha teve como objectivo impedir a progressão dos Turcos Otomanos, depois que estes tomaram possessões da República de Veneza no Mediterrâneo oriental.
Veneza recorreu ao Papa, para que tentasse organizar uma aliança com os países do Mediterrâneo Ocidental, tradicionais rivais de Veneza, com o objectivo de impedir a progressão de um poder otomano que acabaria por ser negativo para todos os países.
O Papa iniciou então uma série de contactos com os países cristãos do ocidente. A França não participou em qualquer iniciativa, aliás até porque tinha praticamente sido expulsa do mediterrâneo pelos países pertencentes ao Sacro Império de Carlos V, que posteriormente passou para Filipe II.
A monarquia dos Habsburgos tinha interesses importantes no Mediterrâneo, porque alguns dos seus reinos mais importantes, dependiam do comércio nesse mar para sobreviver e manter as suas economias baseadas no comércio. A Coroa de Aragão e os seus reinos de Valência e Nápoles, bem como os seus aliados de Génova estavam a favor de uma intervenção do monarca.
Evidentemente que para criar uma força capaz de enfrentar os turcos, seriam necessários navios e homens, e é baseado nesse binómio que se vai criar a Santa Liga.
A República de Veneza, que era quem se sentia
directamente mais ameaçada, construiria uma frota de mais de 100 navios de
guerra. A essa frota juntam-se cerca de 40 navios do Papa, de Génova e de
outros pequenos estados e mais 36 navios dos reinos espanhóis de Filipe II,
juntamente com 11 galeras de Génova, mas subsidiadas pelos cofres do Reino de
Castela.
Embora com uma participação relativamente reduzida em termos de navios os Habsburgos participariam com a maior parte da gente de guerra, ou seja os soldados que deveriam combater quando os navios das duas esquadras entrassem em contacto.
Dos cerca de 30.000 homens de armas que deveriam embarcar, dois terços eram pagos pela coroa dos Habsburgos e os restantes por venezianos, genoveses, estados do Papa e cavaleiros da Ordem de Malta.
Depois de várias movimentações e após a esquadra se ter reunido em Messina, no estreito que separa a península itálica da Sicília, a frota dirige-se para oriente para enfrentar os turcos, que julgava serem em menor numero.
As duas frotas enfrentam-se na manhã do dia 7 de Outubro e cada uma delas divide-se em três grupos.
O principal combate ocorre no grupo central, quando as forças turcas sob o comando de Ali Pashá atacam directamente a engalanada Galera Real onde seguia Juan de Áustria.
Embora com uma participação relativamente reduzida em termos de navios os Habsburgos participariam com a maior parte da gente de guerra, ou seja os soldados que deveriam combater quando os navios das duas esquadras entrassem em contacto.
Dos cerca de 30.000 homens de armas que deveriam embarcar, dois terços eram pagos pela coroa dos Habsburgos e os restantes por venezianos, genoveses, estados do Papa e cavaleiros da Ordem de Malta.
Depois de várias movimentações e após a esquadra se ter reunido em Messina, no estreito que separa a península itálica da Sicília, a frota dirige-se para oriente para enfrentar os turcos, que julgava serem em menor numero.
As duas frotas enfrentam-se na manhã do dia 7 de Outubro e cada uma delas divide-se em três grupos.
O principal combate ocorre no grupo central, quando as forças turcas sob o comando de Ali Pashá atacam directamente a engalanada Galera Real onde seguia Juan de Áustria.
Ocorre que a disposição da frota cristã, incluía um
tipo de navio construído nos arsenais de Veneza, o qual tinha sido mantido
secreto.
Em frente da primeira linha central das forças de galeras cristãs, foram colocadas duas grandes Galeaças venezianas. Estes navios, tinham uma mobilidade reduzida, mas ao contrário das galeras, tinham um castelo de proa redondo equipado com nove canhões e ao mesmo tempo dispunham de seis canhões que permitiam disparar bordadas contra as galeras turcas.
Quando a frota turca, segue a grande galera de Ali Pashá, que se atira contra o navio de Juan de Áustria, sofre um intenso ataque de artilharia das enormes galeaças venezianas. Quando os navios turcos e cristãos se engancham, vários ocorrem para ajudar no combate, tendo lugar praticamente um combate terrestre a bordo de vários navios encostados uns aos outros numa enorme confusão de fumo, sangue e pólvora.
Porém, os navios turcos que vão em socorro da galera de Ali Pashá, não conseguem chegar sem antes serem fortemente bombardeados pelos lentas e desajeitadas galeaças de Veneza, que embora desajeitadas contam com 40 canhões de vário tipos.
Nestas condições as forças cristãs conseguem vantagem táctica, porque conseguem fazer chegar navios frescos à refrega, enquanto que os turcos não o conseguem fazer. É assim afundado o navio de Ali Pashá e o destino da batalha começa a tornar-se óbvio.
Entretanto, as galeaças que tinham sido deixadas para trás, voltam lentamente para a refrega, utilizando o poder dos seus 40 canhões, para destruir ou danificar muitos dos navios turcos que entretanto se tinham desviado para norte.
As outras duas batalhas que ocorreram com as restantes divisões, também acabaram por ser favoráveis aos cristãos, mercê da superioridade da artilharia dos navios venezianos e da intervenção de uma pequena esquadra de reserva de cerca de 30 galeras comandadas por Álvaro de Bazan.
A Batalha de Lepanto, foi a mais memorável vitória militar de Veneza, e o dia passou a ser feriado nacional. Ela marcou que também no Mediterrâneo, era o poder dos canhões de navios pesados que decidia o destino dos conflitos.
Para a coroa dos Habsburgos, a batalha também foi um sucesso, mas os comandantes Hispânicos não conseguiram retirar nenhum tipo de lição da batalha, e concluíram que a batalha se ganhou por causa da capacidade dos seus navios transportarem homens em quantidade para vencer a refrega no mar, com infantaria e não por causa da artilharia.
Esse tremendo erro de análise, viria a assombrar o império dos Áustrias, e acabaria por influenciar o resultado da batalha que haveria de ocorrer 17 anos depois, com aquela que ficou conhecida pelos britânicos como Armada Invencível.
Ao ter tirado conclusões erradas, os comandantes militares hispânicos não entenderam que a realidade da guerra naval tinha efectivamente mudado. Essa falha e o erro nas conclusões tiradas permitem afirmar que embora com uma vitória, é em Lepanto, que começa o longo declínio naval do império dos Habsburgos espanhóis.
http://www.areamilitar.net/HISTbcr.aspx?N=78Em frente da primeira linha central das forças de galeras cristãs, foram colocadas duas grandes Galeaças venezianas. Estes navios, tinham uma mobilidade reduzida, mas ao contrário das galeras, tinham um castelo de proa redondo equipado com nove canhões e ao mesmo tempo dispunham de seis canhões que permitiam disparar bordadas contra as galeras turcas.
Quando a frota turca, segue a grande galera de Ali Pashá, que se atira contra o navio de Juan de Áustria, sofre um intenso ataque de artilharia das enormes galeaças venezianas. Quando os navios turcos e cristãos se engancham, vários ocorrem para ajudar no combate, tendo lugar praticamente um combate terrestre a bordo de vários navios encostados uns aos outros numa enorme confusão de fumo, sangue e pólvora.
Porém, os navios turcos que vão em socorro da galera de Ali Pashá, não conseguem chegar sem antes serem fortemente bombardeados pelos lentas e desajeitadas galeaças de Veneza, que embora desajeitadas contam com 40 canhões de vário tipos.
Nestas condições as forças cristãs conseguem vantagem táctica, porque conseguem fazer chegar navios frescos à refrega, enquanto que os turcos não o conseguem fazer. É assim afundado o navio de Ali Pashá e o destino da batalha começa a tornar-se óbvio.
Entretanto, as galeaças que tinham sido deixadas para trás, voltam lentamente para a refrega, utilizando o poder dos seus 40 canhões, para destruir ou danificar muitos dos navios turcos que entretanto se tinham desviado para norte.
As outras duas batalhas que ocorreram com as restantes divisões, também acabaram por ser favoráveis aos cristãos, mercê da superioridade da artilharia dos navios venezianos e da intervenção de uma pequena esquadra de reserva de cerca de 30 galeras comandadas por Álvaro de Bazan.
A Batalha de Lepanto, foi a mais memorável vitória militar de Veneza, e o dia passou a ser feriado nacional. Ela marcou que também no Mediterrâneo, era o poder dos canhões de navios pesados que decidia o destino dos conflitos.
Para a coroa dos Habsburgos, a batalha também foi um sucesso, mas os comandantes Hispânicos não conseguiram retirar nenhum tipo de lição da batalha, e concluíram que a batalha se ganhou por causa da capacidade dos seus navios transportarem homens em quantidade para vencer a refrega no mar, com infantaria e não por causa da artilharia.
Esse tremendo erro de análise, viria a assombrar o império dos Áustrias, e acabaria por influenciar o resultado da batalha que haveria de ocorrer 17 anos depois, com aquela que ficou conhecida pelos britânicos como Armada Invencível.
Ao ter tirado conclusões erradas, os comandantes militares hispânicos não entenderam que a realidade da guerra naval tinha efectivamente mudado. Essa falha e o erro nas conclusões tiradas permitem afirmar que embora com uma vitória, é em Lepanto, que começa o longo declínio naval do império dos Habsburgos espanhóis.
"Invencível Armada" espanhola é arrasada pelos
ingleses
Em 8 de agosto de
1588, diante do porto de Gravelines (norte da França, no Canal da Mancha), o
fogo e os canhões dispersam a frota espanhola que se destinava a conquistar a
Inglaterra. Seria mais tarde chamada, com um travo de ironia, a "A
invencível Armada".
Elizabeth I, filha de Ana Bolena e fruto do segundo casamento de Henrique VIII, tinha sucedido em 1558 a sua meia-irmã Mary Tudor, nascida do primeiro casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão e casada por procuração com o rei da Espanha, o muito católico Felipe II.
Elizabeth I, filha de Ana Bolena e fruto do segundo casamento de Henrique VIII, tinha sucedido em 1558 a sua meia-irmã Mary Tudor, nascida do primeiro casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão e casada por procuração com o rei da Espanha, o muito católico Felipe II.
Elizabeth era
protestante. Os católicos ingleses e aqueles do continente a consideravam
bastarda e herética. Para eles, a herdeira legitima do trono deveria ser Maria
Stuart, a mal-afortunada e abatida rainha da Escócia, prisioneira de Elizabeth.
Muitas conspirações visando derrocar Elizabeth para substituí-la por Maria foram trazidas à luz pela polícia secreta de Sir Francis Walsingham, comprometendo, sem margem de dúvida, a rainha da Escócia. Sua execução em 1587 levou o rei espanhol Felipe II a pôr em marcha o que ele chamou de "Operação Inglaterra".
À querela religiosa se somou a rivalidade entre a Espanha, potência já em decadência, e a Inglaterra, potência em ascensão.
Com o correr dos anos, o desenvolvimento do poderio naval inglês bateu de frente com os interesses espanhois. Em Flandres, onde Felipe II tentava reprimir violentamente as incessantes revoltas dos holandeses, Elizabeth apoiava os insurgentes.
Muitas conspirações visando derrocar Elizabeth para substituí-la por Maria foram trazidas à luz pela polícia secreta de Sir Francis Walsingham, comprometendo, sem margem de dúvida, a rainha da Escócia. Sua execução em 1587 levou o rei espanhol Felipe II a pôr em marcha o que ele chamou de "Operação Inglaterra".
À querela religiosa se somou a rivalidade entre a Espanha, potência já em decadência, e a Inglaterra, potência em ascensão.
Com o correr dos anos, o desenvolvimento do poderio naval inglês bateu de frente com os interesses espanhois. Em Flandres, onde Felipe II tentava reprimir violentamente as incessantes revoltas dos holandeses, Elizabeth apoiava os insurgentes.
A Armada espanhola
era um formidável conjunto de navios. No total, 130 barcos a compunham.
Transportava cerca de 30 mil homens dos quais 19 mil soldados mais 300 cavalos
e mulas, o equipamento necessário para sitiar cidades, um hospital de campanha,
etc. Seu objetivo era de operar um desembarque na Inglaterra e marchar sobre
Londres.
Esta força, sob o comando do duque de Médina Sidonia, deveria se juntar àquela do duque de Parma, localizada em Flandres e composta por cerca de 18 mil homens aguerridos. Uma vez concluída a junção, a Armada deveria escoltar as chatas de Parma para a travessia do Canal da Mancha.
Para fazer face à ameaça, a Inglaterra dispunha de uma frota composta de navios da rainha e de navios mercantes fornecidos pelos oficiais da marinha real, pela cidade de Londres ou por simples voluntários, perfazendo um total de 197 navios e 15.835 homens.
Ao longo da noite de 7 para 8 de agosto de 1588, enquanto a Armada ancorava seus navios no Canal da Mancha, os ingleses a atacam com barcos carregados de explosivos e de materiais incendiários infiltrados entre as naves inimigas.
Esta manobra inesperada semeia o terror e um indescritível caos. A fim de escapar às chamas, os capitães ordenam cortar as amarras atando-as às âncoras. A frota espanhola se dispersa em meio à escuridão. Ao alvorecer, o duque de Medina Sidonia se empenha em reagrupar seus navios.
É então que tem início, ao largo de Gravelines, o confronto final com os ingleses. Durante horas, a canhonada ribomba. Os espanhois recebem o fogo do inimigo sem poder responder eficazmente. E para cúmulo da desventura, um forte vento sul empurra os navios em dispersão na direção norte.
Na impossibilidade de reagrupar os 112 navios que lhe restava, sem notícia dos eventuais preparativos da parte do duque de Parma e de suas chatas de desembarque, Médina Sidonia se resigna a retornar à Espanha pela única rota possível em vista das circunstâncias e os ventos: contornar a Escócia e a Irlanda e fazer velas em direção à Espanha.
Desafortunadamente, o mar não foi nem um pouco clemente e muitos navios desapareceram na costa da Irlanda. Tripulantes sobreviventes foram massacrados pelos insulares. Apenas um punhado deles chegaram a rever a terra espanhola.
Esta força, sob o comando do duque de Médina Sidonia, deveria se juntar àquela do duque de Parma, localizada em Flandres e composta por cerca de 18 mil homens aguerridos. Uma vez concluída a junção, a Armada deveria escoltar as chatas de Parma para a travessia do Canal da Mancha.
Para fazer face à ameaça, a Inglaterra dispunha de uma frota composta de navios da rainha e de navios mercantes fornecidos pelos oficiais da marinha real, pela cidade de Londres ou por simples voluntários, perfazendo um total de 197 navios e 15.835 homens.
Ao longo da noite de 7 para 8 de agosto de 1588, enquanto a Armada ancorava seus navios no Canal da Mancha, os ingleses a atacam com barcos carregados de explosivos e de materiais incendiários infiltrados entre as naves inimigas.
Esta manobra inesperada semeia o terror e um indescritível caos. A fim de escapar às chamas, os capitães ordenam cortar as amarras atando-as às âncoras. A frota espanhola se dispersa em meio à escuridão. Ao alvorecer, o duque de Medina Sidonia se empenha em reagrupar seus navios.
É então que tem início, ao largo de Gravelines, o confronto final com os ingleses. Durante horas, a canhonada ribomba. Os espanhois recebem o fogo do inimigo sem poder responder eficazmente. E para cúmulo da desventura, um forte vento sul empurra os navios em dispersão na direção norte.
Na impossibilidade de reagrupar os 112 navios que lhe restava, sem notícia dos eventuais preparativos da parte do duque de Parma e de suas chatas de desembarque, Médina Sidonia se resigna a retornar à Espanha pela única rota possível em vista das circunstâncias e os ventos: contornar a Escócia e a Irlanda e fazer velas em direção à Espanha.
Desafortunadamente, o mar não foi nem um pouco clemente e muitos navios desapareceram na costa da Irlanda. Tripulantes sobreviventes foram massacrados pelos insulares. Apenas um punhado deles chegaram a rever a terra espanhola.
3 comentários:
Olá, boa noite.
Tem a parte II?
Caro, ainda não tive tempo de elaborar esse material. Algum dia, quem sabe.... obrigado por visualizar o blog!
A maior batalha naval da antiguidade e segundo muitos a maior da história, foi A BATALHA DO CABO ECNOMO na sicilia durante a primeira guerra púnica entre a república romana e a cidade marítima de Cartago no ano de 256 a.c.
Foram envolvidos nesse combate 330 navios romanos e 350 navios cartagineses e o que a torma talvez a maior da história é pelo número de combatentes que foram 140 mil romanos e 150 mil de Cartago.
Postar um comentário