Um dos últimos
resquícios dos tempos imperiais britânicos são as Ilhas Malvinas (Falkland), Geórgia e Sandwich do Sul, um
arquipélago perdido no Atlântico Sul, com algumas centenas de criadores de
ovelhas, a cerca de 13 mil quilômetros de distância de Londres.
Havia
indícios de existência de petróleo nas Malvinas – as ilhas serviam de base para
a exploração de recursos marinhos e de porto intermediário para navegações que
seguiam para a Antártida.
A guerra
começou em 2 de abril de 1982 após a Argentina invadir o arquipélago que considera
sua extensão territorial histórica. O país entende que, ao se tornar
independente em 1822, passou também a controlar as ilhas, que pertenciam aos
espanhóis. Já os britânicos afirmam que dominam a região desde 1833, quando
ocuparam e colonizaram o arquipélago.
Para os historiadores, o início da guerra foi a arma do ditador argentino, general Leopoldo Galtiere, para dar fôlego ao governo militar, já agonizante no país. A então primeira-ministra britânica Margareth Thatcher, que enfrentava uma crise de popularidade, reagiu com força.
No final de abril, 28 mil soldados em 100 navios chegaram ao arquipélago para defender seus 1.800 habitantes, considerados por Thatcher parte da “tradição e reserva britânica”. A Argentina contava com uma tropa com 12 mil soldados nas ilhas e cerca de 40 navios.
No dia 2 de maio, os britânicos afundaram o navio argentino General Belgrano, matando todos os 326 tripulantes. Dois dias depois, a embarcação britânica HMS Sheffield foi atingida por um míssil Exocet e afundou deixando 20 mortos.
A guerra, que durou 75 dias, só acabou em 14 de junho, com a rendição dos argentinos. Ao todo, 258 britânicos e 649 argentinos morreram no conflito.
Argentina
subestimou a determinação de Thatcher
Em
Londres, governava Margaret Thatcher, mais tarde conhecida como "dama de
ferro" do Partido Conservador. Um dia após a invasão da Argentina, ela não
deixou dúvidas na Câmara Baixa do Parlamento britânico de que estava disposta a
reconquistar as ilhas. A Argentina subestimou a determinação de Thatcher, que
contava com amplo apoio da população e até dos partidos da oposição.
O
então líder do Partido Trabalhista inglês, Michael Foot – tradicionalmente um
pacifista –, defendeu a intervenção armada para retomar o arquipélago com o
seguinte argumento: "As garantias dadas pelo exército invasor valem tanto
quanto as garantias oferecidas pela mesma Junta Militar aos seus próprios
concidadãos. Não se deve esquecer que milhares de argentinos que lutaram por
seus direitos políticos foram presos e torturados".
Raramente
o Reino Unido foi tão unido como naqueles dias de abril de 1982. As ações militares
britânicas começaram em clima de festa, três dias após a invasão, com a
mobilização da Marinha e da Aviação. A superioridade militar inglesa foi
imbatível em todos os terrenos da guerra naval, aérea e terrestre.
Os
generais argentinos também se enganaram quanto às reações internacionais. Por
exemplo, a neutralidade passiva de vizinhos latino-americanos, como o Chile e o
Brasil. O golpe mais duro para o governo em Buenos Aires foi, porém, o apoio
diplomático e militar dos Estados Unidos ao Reino Unido. O serviço de
inteligência militar norte-americano manteve as tropas britânicas informadas
das ações militares argentinas.
Fim
da guerra iniciou desmantelamento do regime militar
Diplomaticamente
isolada e militarmente em desvantagem, a Argentina capitulou, depois de dois
meses e meio de conflito, no dia 14 de junho de 1982. O fim da guerra
representou não só uma derrota nos campos de batalha como também o início do
desmantelamento do regime militar argentino. Margaret Thatcher, que antes da
guerra era uma das mais rejeitadas líderes de governo da história britânica,
foi festejada como heroína.
Na
Argentina, o general Leopoldo Galtieri renunciou, em julho, sob uma onda de
manifestações populares contra a ditadura. Seu sucessor, o general Reynaldo
Bignone, iniciou as negociações para devolver o poder aos civis. O candidato da
União Cívica Radical (UCR), Raul Alfonsín, venceu as eleições presidenciais de
dezembro de 1983.
Três
anos depois, os chefes militares das Malvinas foram condenados a penas de 8 a
12 anos.
As relações
diplomáticas entre o Reino Unido e a Argentina só foram retomadas em 1990, mas
ainda há rusgas. Desde então, o governo argentino mantém uma reivindicação
pacífica das ilhas, mas o Reino Unido diz que a soberania do território não
está em negociação.
Cerca de mil soldados britânicos patrulham as Malvinas e estão envolvidos em ações como construção de estradas e monitoramento de campos minados.
Exceto pela defesa, os cerca de 2,9 mil moradores da ilha atualmente são autossustentáveis. A venda de licenças para pescar garante boa parte da arrecadação, mas a agricultura também é importante. O Reino Unido explora a área ainda em busca de petróleo.
O turismo também vem crescendo ao longo dos anos no arquipélago, que recebe cerca de 5 mil cruzeiros por ano de turistas interessados na rica diversidade marinha e nas colônias de pinguins.
Cerca de mil soldados britânicos patrulham as Malvinas e estão envolvidos em ações como construção de estradas e monitoramento de campos minados.
Exceto pela defesa, os cerca de 2,9 mil moradores da ilha atualmente são autossustentáveis. A venda de licenças para pescar garante boa parte da arrecadação, mas a agricultura também é importante. O Reino Unido explora a área ainda em busca de petróleo.
O turismo também vem crescendo ao longo dos anos no arquipélago, que recebe cerca de 5 mil cruzeiros por ano de turistas interessados na rica diversidade marinha e nas colônias de pinguins.
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