Muitos países compartilham a vergonha pelas mortes, mas
"responsabilidade primária está com o regime de Antonescu," disse o
historiador Liviu Rotman durante um seminário sobre a tragédia 70 anos depois
que o navio foi afundado.
Em 12 de dezembro de 1941, 769 judeus embarcaram no Struma, um navio
"casco de cavalo": navios débeis e inadequados carregando mais do que
o seu limite de segurança. O Struma foi construído para levar não mais do que
100 pessoas.
O Struma estava destinado à Palestina, alcançou Istambul três dias
depois e foi colocado imediatamente sob quarentena.
Os oficiais turcos, após consultarem as autoridades britânicas na
Palestina, forçaram os passageiros a permanecer à bordo, mesmo estando sem água
e comida.
Após 70 dias de negociações em vão e pedidos de ajuda, o navio, cujo
motor havia quebrado, foi rebocado da costa turca e deixado à deriva.
No dia seguinte, em 24 de fevereiro de 1942, o Struma foi torpedeado por
um submarino soviético, matando todos exceto um dos passageiros, em circunstâncias
que permanecem obscuras.
"Este drama é parte da história romena e judia," disse o
escritor Stelin Tanase. "As vítimas foram apanhadas no meio do regime
antisemita de Antonescu, das perseguições contra judeus na Europa e
especuladores desprezíveis" cujo único objetivo era ganhar dinheiro nesta
viagem, ele acrescentou.
O Marechal Antonescu ainda tem apoiadores na Romênia.
Mas o historiador Lya Benjamin resumiu sua política antisemita, que
incluiu pogroms e deportação de milhares de judeus e ciganos.
"Tudo o que estou interessado é livrar o país dos judeus,"
teria dito ele ao chefe do serviço secreto em 1941, disse Benjamin.
"A coisa importante é que eles deixem (o país) sem dinheiro ou
jóias," ele acrescentou.
Em Istambul, durante o evento comemorativo, membros da comunidade
judaica turca disseram que a Turquia deve mostrar a coragem de pedir desculpas
por seu papel na tragédia do Struma. "Como a Chanceler Angela Merkel
desculpou-se pelos turcos que foram mortos por neonazistas, Ankara deve ter a
mesma coragem," disse Izhak Alaton, um líder da comunidade.
Alaton disse ao jornal Hurriyet que ele tinha apenas 15 anos de idade
quando ele levava pão ao Struma toda manhã enquanto ele estava ancorado na baía
de Istambul.
"Eu percebi que eles estavam sendo enviados para a morte quando
pela manhã não encontramos o barco onde ele deveria estar. Somente a comunidade
judaica ajudou aquelas pessoas que estavam vivendo naquele velho navio com
doenças e fome," ele acrescentou.
http://www.ejpress.org/article/56421
(1) Será que Israel exigirá da Rússia indenização pela morte desses
judeus? Ou será que a conta vai mais uma vez para os alemães?
(2) Algumas centenas de judeus estavam se dirigindo à Palestina. Elie Wiesel
contou em seu livro “A Noite” que até bem tarde na guerra (1944) era possível
aos judeus emigrarem para lá. Quantos judeus realmente conseguiram fugir para a
Palestina? Será que não existe estatística ou ela não é disponibilizada?
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