sexta-feira, 13 de julho de 2012

[SGM] Os Heróis do Comando de Bombardeiros merecem seu Memorial... ao contrário do Açougueiro que os liderou

Peter Hitchens, 1/07/2012


Agora que finalmente temos um Memorial para os milhares de homens que voaram e morreram no Comando de Bombardeiros, podemos descartar a horrorosa estátua daquele antipático Marechal-do-Ar Sir Arthur Harris?


Monumento às tripulações dos Bombardeiros Ingleses

Fico perdido de admiração por aqueles tripulantes. Não sei como, noite após noite, eles deixavam tudo aquilo que lhes era caro, embarcavam em um cubículo apertado e gelado e se dirigiam para a escuridão. Quase metade deles teriam uma morte horrível, e eles sabiam disso.

A taxa de morte atingiu um impressionante valor de 44% - 55.573 dos melhores, inteligentes e bravos jovens da Grã-Bretanha, da Comunidade Britânica e dos países Aliados foram para sempre, e nosso país decadente, mal liderado e babaca sentiu a perda deles desde então. Só o Céu sabe como a época de seu sacrifício e a bravura dos sobreviventes ficaram marcadas. Uma medalha também seria legal.

Mas Harris não merece tal comemoração. Não há dúvidas que ele foi bravo em sua época, e sua honestidade deve ser elogiada. Mas desde a carnificina fútil do Somme em 1916 as forças armadas britânicas não tiveram um comandante militar tão relapso em relação ao desperdício de vidas jovens, destruíndo tantas famílias, interrompendo tantos futuros, transformando seres humanos alegres e joviais em corpos mutilados.


Sir Arthur Harris


As multidões fãs de futebol que de forma cruel cantam seu nome para provocar os alemães, chamam-no de "Bombardeiro Harris". Seus pilotostinham um outro nome para ele. Para eles, era o "Açougueiro Harris" porque ele estava preparado para sacrificar suas vidas.

E para quê? Os garotos-bombas fizeram o que eles acreditavam ser sua missão e faziam poucas perguntas. Eles já tinham uma porção de coisas com o que se preocupar, como se estariam vivos na próxima manhã. Eles esperavam que o Gabinete de Guerra e os Marechais-do-Ar soubessem o que eles estavam fazendo.

Arthur Harris não tinha nenhuma desculpa. Assim como os arquitetos do bombardeamento deliberado dos civis alemães em suas casas. Isto é, a propósito, o que nós fizemos. Como o próprio Harris disse, o objetivo de sua ofensiva deveria ser sem ambiguidade ser descrita como "a destruição das cidades alemãs, a matança de trabalhadores alemães e a interrupção da vida civilizada por toda a Alemanha."


Estátua de Harris pichada com a palavra "Vergonha"


Para tirar toda a dúvida (e Harris ficou chateado porque Winston Churchill não admitiria a verdade em público), o objetivo era "a destruição de casas, facilidades públicas, transportes e vidas, a criação de um problema de refugiados de escala inimaginável, e a quebra da moral no lar e nas frentes de batalha pelo medo de um bombardeiro intensificado." Ele admitiu que "estes não são subprodutos de tentativas de atingir fábricas."

Harris ativamente preferiu essa forma de guerra ao invés do mais difícil, mas imensamente mais eficiente ataque contra refinariais de petróleo, ferrovias e instalações militares que muitos especialistas acreditavam que seriam muito mais preciosas para Hitler, e teriam afastado tantos canhões e aviões da frente russa (a mesma desculpa esfarrapada para o bombardeamento das cidades).

Até hoje, poucos ingleses sabem o que fizemos aos alemães. Conhecemos e ficamos corretamente raivosos com o ataque da Luftwaffe ao Coventry (N. do T.: cidade a 153 km de Londres) e pelas Blitz em Londres. Mas estes eventos infelizes foram desprezíveis se comparados à ruína que infligimos à Alemanha.

E se achamos Coventry e as Blitz ultrajantes, como deveríamos achar, como podemos justificar fazendo a mesma coisa aos civis alemães?

As vítimas incluíam mulheres e bebês e estavam concentradas nas áreas proletárias onde a maioria das pessoas sequer votaram em Hitler, portanto, é difícil dizer "eles pediram por isso."

É difícil descrever o que aconteceu aos civis - não apenas em Hamburgo e Dresden, mas em dezenas de outras cidades menores. Não queira saber isso a menos que você tenha um estômago forte.

Eu não chamo isso de um "crime de guerra" porque a frase é mais ou menos sem sentido. Como aqueles que lutaram de verdade em guerras sabem, toda guerra é um crime, misturada ao inferno. A questão é se isso pode ser possivelmente justificado. Nem eu (como alguns mentirosos logo irão argumentar), de modo algum, compararei com os crimes que os alemães cometeram contra os judeus. Os dois não são nem remotamente equivalentes e qualquer um que diz isso é um idiota e patife.

MAS ninguém jamais encontrou um modo de tornar duas coisas erradas em uma certa. E após muita reflexão e muito estudo, cheguei à conclusão infeliz de que a política de bombardeamento foi um erro. Um dia, quando o último daqueles que arriscaram suas vidas na guerra de 39-45 não estiver mais entre nós, este país pode ter uma discussão madura sobre a guerra.

Na verdade, suspeito que a maioria dos veteranos são bem menos sentimentais do que a minha geração abençoada, que nunca viu uma guerra de frente.

Meu falecido pai teve que enfrentar os terríveis horrores gelados dos comboios russos. Ele estava cheio de desprezo pelos políticos que o enviaram para lá, principalmente pela aliança com a tirania criminosa de Stalin, estremecido pela lembrança daqueles mares árticos e algumas vezes murmuraria: "Sim, ganhamos a guerra... será?"

Ou será que ganhamos? Acho difícil ver o que ganhamos com nossa vitória. Mandamos nos mares? Somos uma grande potência? Controlamos nossas fronteiras ou nosso destino? É esse parque multicultural alegre digno dos bravos soldados que o salvaram?

Aqui está o quebra-cabeça. Ao lado do Monumento do Comando de Bombardeiros está registrada uma lista dos doadores que a tornaram possível. Entre eles está o nome de um homem que fez sua fortuna com pornografia e que não tem modéstia o suficiente para manter sua doação em segredo.

Quando disseram às tripulações do Lancaster que eles estavam arriscando suas vidas pela liberdade, que tipo de liberdade eles estavam pensando?



N. do T. : o bombardeiro sistemático e criminoso da Alemanha não provocou apenas perdas de centenas de milhares de civis inocentes. Ele dilacerou a infra-estrutura rodoviária, ferroviária, portuária e aeronáutica do país. Sem poder contar com alimentos e remédios, epidemias e fome graçaram por todo o território alemão, afetando desde pequenas vilas até os campos de concentração. O resultado todo mundo sabe, mas ninguém tem coragem de publicar.

Um comentário:

Unknown disse...

Bomber Harris, o criminoso assassino "humanista-democrata" e Marechal inglês que matou 300.000 mil alemães na cidade de Dresden em 13 a 15 de fevereiro de 1945! Esse assassino "democrata" nunca foi julgado pelos seus crimes!