Em novembro de 1951, um executivo de relações públicas chamado John W. Hill encontrou-se com Herbert Hoover (presidente dos EUA entre 1929-1933) num jantar na cidade de Nova York. Era um tempo infeliz nos EUA, especialmente para os republicanos conservadores. No exterior, a Guerra da Coréia tornou-se um atoleiro sanguináio que a administração do presidente Harry Truman pareceu incapaz de terminar.
"Sr. Hoover," disse Hill naquela noite de novembro, "o mundo está uma bagunça dos infernos, não está?" "Sempre pensei," continuou Hill, "que estamos nessa situação por causa dos erros de estadistas. Alguém deveria escrever um livro sobre isso."
"Você está absolutamente certo," respondeu Hoover. " Isto deveria ser feito, e vou te dizer qual deveria ser o primeiro capítulo."
"Qual seria?", perguntou Hill.
"Quando Roosevelt colocou a América para ajudar a Rússia quando Hitler a invadiu em junho de 1941. Deveríamos ter deixado aqueles dois bastardos se aniquilarem."
O que Hill não compreendeu é que cerca de oito anos antes, Hoover havia completado seu próprio livro de besteiras diplomáticas. Hoover acabou chamando seu manuscrito de [i]Liberdade Traída[/i]. Por quase duas décadas, começando em 1944, o antigo presidente trabalhou em seu manuscrito volumoso, produzindo rascunho após rascunho, "edição" após "edição". Ele concluiu a versão final (salva para alguma edição menor e adição de novos fatos) em setembro de 1963 e preparou nos meses seguintes para a publicação do livro. A morte chegou primeiro, em 20 de outubro de 1964.
Os erros de Roosevelt e de outros estadistas
Na Segunda Guerra, nós, com nossos aliados, enfrentamos militarmente as forças do Nazismo e do Fascismo. Mas não tivemos paz. Durante a guerra, um de nossos aliados, Stalin, expandiu a ditadura comunista e o império da Rússia para colocar em perigo a liberdade no mundo inteiro. Estamos agora profundamente envolvidos na "Guerra Fria", a qual põe em risco a nossa existência.
Para proteger nossa liberdade - ou seja, na verdade uma terceira guerra mundial - devemos carregar o fardo principal de defender as nações livres do mundo. Este fardo por si mesmo põe em risco nosso futuro.
Há aqueles que ainda defendem Roosevelt e Truman por responsabilizar Hitler e Stalin por todas as calamidades que acontecem no mundo. Que eles eram malígnos, não há necessidade de demonstração.
Qualquer revisão da perda de liderança americana e britânica ao lidar com eles, entretanto, não tem desculpa na história. Sem estes erros gigantes, estas calamidades não teriam acontecido com o mundo ocidental.
A primeira vez (de importância) que Roosevelt perdeu-se na liderança internacional foi a sua destruição da Conferência Econômica Mundial de 1933. Seu próprio Secretário de Estado Hull denunciou isto como uma das raízes da Segunda Guerra Mundial.
A segunda perda de liderança de Roosevelt foi o reconhecimento da Rússia Comunista em novembro de 1933. Uma longa trupe de comunistas e simpatizantes foram conduzidos aos mais altos cargos da administração, a ação de quinta-coluna espalhou-se pelo país, com uma longa série de atos traidores durante os restantes 12 anos de sua presidência.
Não estou disposto a condenar o acordo de Munique em setembro de 1938 para a transferência dos Sudetos Alemães para o Reich porque foi uma herança maldita de Versalhes que tornou tal ação inevitável. Entretanto, através de Munique, Hitler abriu as portas para a consumação de suas determinações repetidas em invadir a Rússia. Indo longe ao fornecer para a guerra inevitável entre os ditadores, a perda de liderança (terceira) foi quando tentaram parar estes monstros da destruição mútua.
A quarta perda abissal de liderança foi quando os britãnicos e franceses garantiram a independência da Polônia e Romênia no final de março de 1939. Foi neste ponto que as democracias ocidentais reverteram suas políticas anteriores de manter-se neutras no caso de uma guerra inevitável entre Hitler e Stalin. Foi provavelmente o maior fiasco na história da diplomacia européia. A Grã-Bretanha e a França não tinham como salvar a Polônia da invasão. por este ato, entretanto, eles jogaram os corpos da democracia entre Hitler e Stalin. Por suas ações, eles não apenas protegeram Stalin de Hitler como permitiram a ele vender sua influência para o mais alto apostador. Os Aliados pagaram mas o preço de Stalin foi a anexação de pessoas indefesas nos Estados Bálticos e na Polônia Oriental, um preço moral que os aliados não podiam pagar. Stalin conseguiu seu preço de Hitler.
O quinto maior erro na liderança foi quando Roosevelt, no inverno de 1941, jogou os EUA numa guerra não declarada contra a Alemanha e Japão numa total violação das promessas sobre as quais ele foi eleito umas poucas semanas antes. Nas semanas antes do lend-lease e sua força serem enfiadas guela abaixo do povo americano, Roosevelt sabia definitivamente da determinação de Hitler em atacar a Rússia, e ele informou os russos sobre isso. Ele deveria ter ficado de fora da guerra não declarada contra a Alemanha, restrito o lend-lease para uma ajuda simples à Inglaterra por meio de dinheiro, munições, suprimentos e navios, assim mantendo-se dentro da lei internacional.
De fato, a maior perda de liderança em toda a história americana foi a aliança tácita e apoio à Rússia comunista quando Hitler atacou em junho de 1941. Mesmo a teoria falsa de que a força militar americana era necessária para salvar a Grã-Bretanha tinha agora ido embora. Com o passatempo da fúria nazista sobre os pântanos da Rússia, ninguém poderia duvidar mais da segurança da Inglaterra e de todo o mundo ocidental. Estes ditadores monstruosos estavam marcados para se esgotarem não importa quem ganhasse. Mesmo que Hitler conseguido uma vitória militar, ele teria sido engolido por anos tentando manter o controle sobre aquelas pessoas. E ele sofreria um revés mesmo na vitória ao exaurir sua força militar - e os russos tentariam destruir quaisquer fontes de suprimentos que ele tivesse esperança de conseguir. Seus próprios generais se opuseram às suas ações.
O oitavo erro gigante da liderança de Roosevelt foi as sanções econômicas sobre o Japão um mês depois, no final de julho de 1941. As sanções representavam a guerra em qualquer essência exceto atirar. Roosevelt tinha sido alertado várias vezes por seus próprios funcionários que tal provocação levaria mais cedo ou mais tarde à guerra.
A nona vez que a liderança foi perdida totalmente foi a recusa peremptória de Roosevel em relação às propostas do Primeiro-Ministro (Fumimaro) Konoye para a paz no Pacífico em setembro de 1941. A aceitação destas propostas eram urgentemente necessárias tanto pelos embaixadores americanos quanto britânicos no Japão. Os termos que Konoye propôs englobavam todas as exigências americanas exceto possivelmente o retorno da Manchúria - e mesmo esta estava aberta à discussão. O cínico lembrará que Roosevelt desejava provocar a guerra e então dar a Manchúria para a Rússia comunista.
A décima perda de liderança foi a recusa em aceitar as porpostas que seu embaixador informou-lhe terem vindo do imperador do Japão por um acordo de paralisação de três meses em novembro de 1941. Nossos militares instigaram fortemente isto para Roosevelt. O Japão estava alarmado com a possibilidade da Rússia derrotar seu aliado, Hitler. O atraso de noventa dias teria tirado todas energias sobre o Japão e mantido a guerra fora do Pacífico.
O décimo-primeiro erro grosseiro da liderança de Roosevelt foi a exigência por uma "rendição incondicional" em Casablanca em janeiro de 1943, onde, sem o conselho de nossos militares, ou mesmo de Churchill, ele procurou uma promoção. Isto foi útil nas mãos de todo inimigo propagantista e militarista; prolongou a guerra com a Alemanha, Japão e itália. E no final, resultou em grandes concessões de rendição para a Itália e Japão. Mas não para a Alemanha, mesmo que ela se livrasse dos nazistas. A guerra total não deixou nenhum prédio em pé na Alemanha sobre o qual se pudesse contruir alguma coisa novamente.
O décimo-segundo erro de liderança foi o sacrifício das nações livres no encontro de ministros do exterior em Moscou em outubro de 1943. Aqui, entre palavras de liberdade e democracia, nenhuma palavra de protesto foi feita contra as intenções da Rússia de anexar os Estados Bálticos, Polônia Oriental, Finlândia Oriental, Bessarábia e Bukovina (que ele tinha em seu pacto com Hitler). Esta aquiescência marcou o abandono da última palavra das Quatro Democracias e da Carta do Atlântico.
O décimo-terceiro e possivelmente um dos maiores das trapalhadas na liderança de Roosevelt e Churchill foi em Teerã em dezembro de 1943. Aqui foi a confirmação da aquiescência na Conferência de Moscou das anexações; aqui foi a aceitação da doutrina estalinista de uma periferia de "Estados amigos fronteirços" - os governos fantoches comunistas sobre sete nações.
A décima-quarta perda fatal de liderança foi feita por Roosevelt e Churchill em Yalta em fevereiro de 1945. Não somente foram todas as usurpações de Stalin da independência de uma dúzia de nações ratificada, mas com uma longa série de acordos secretos outras forças malignas foram colocadas em movimento que continuarão a atormentar o mundo com perigos internacionais por gerações.
A décima-quinta vez de perda de liderança foi em relação ao Japão em maio, junho e julho de 1945. Truman se recusou a ver a bandeira branca japonesa estendida. Truman não estava comprometido com a "rendição incondicional" de Roosevelt. Ela foi denunciada por nossos próprios líderes militares na Europa. A paz poderia ter sido feita com o Japão com somente uma concessão. Qual seja, a preservação do Mikado que era o líder do Estado tanto espiritual quanto secular. Sua posição estava enraizada numa fé religiosa e tradição japonesa de mil anos. E finalmente concedemos isso após centenas de milhares de vidas humanas sacrificadas.
A décima-sexta vez de liderança cega foi Truman em Postdam. O poder agora tinha passado para mãos inexperientes nas democracias ocidentais e os comunistas seguiam seu caminho em qualquer ponto conseqüente. O acordo de Postdam inteiro foi uma série de ratificações e amplificações das rendições prévias a Stalin, mas o suprimento de governo na Alemanha e na Áustria foi arranjado de modo a enviar parte desses Estados para o bolso de Stalin. o resultado das políticas de reparações resultaram no endividamento dos contribuintes americanos com bilhões do custo para o alívio de alemães desocupados e turbinar a recuperação da Alemanha e assim da Europa por anos. A malvadez da escravidão sobre prisioneiros de guerra, a expulsão de povos inteiros de suas casas foi ratificada e amplificada em relação a Yalta.
O décimo-sétimo delírio de liderança foi a ordem imoral de Truman de despejar a bomba atômica sobre os japoneses. Não somente o Japão estava implorando pela paz, mas foi um ato de brutalidade sem paralelos em toda a história americana. Ela pesará por toda a eternidade sobre a consciência americana.
http://www.nationalreview.com/articles/283064/blunders-statesmen-herbert-hoover?pg=1
domingo, 13 de maio de 2012
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