[SGM] Postos do Exército Alemão

Um dos uniformes mais facilmente reconhecíveis por estudiosos militares ou leigos interessados no assunto é o uniforme utilizado pelo exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial, popularizado pela extensa lista de filmes hollywoodianos. Este uniforme foi um desenvolvimento do utilizado durante a Primeira Guerra Mundial. A versão final foi sendo introduzida por diversas etapas a partir de 1935. O crescimento do Exército alemão durante o Terceiro Reich foi muito rápido, passando de 100 mil homens em 1933 para 3.180.000 em setembro de 1939, antes da invasão da Polônia; no auge da expansão territorial nazista, o efetivo atingiu 9.500.000 soldados. Mesmo nesta fase, a indústria têxtil alemã conseguiu acompanhar o ritmo de expansão do Exército, proporcionando uniformes que aliavam tradição, modernidade, conforto e elegância.

Uma das peças de vestuário mais características do uniforme alemão era o dólman (jaleco) chamado Waffenrock, adotado em 29 de junho de 1935 para parada e passeio. Tinha botões de alumínio. No colarinho, de cor verde escura, podiam-se ver os distintivos de lapela com duas barras de alumínio (chamadas litzen). Nos punhos, platinas e colarinho, os vivos e galões assim como as divisas serviam para distinguir a graduação do militar e a arma, serviço ou destino do portador. Além desta peça de vestuário, foi amplamente usado o dólman de campanha, confeccionado no clássico tecido feldgrau, com botões metálicos pintados de cinzento mate ou prata. A figura 1 mostra um waffenrock de oficial das forças blindadas (panzer).

Figura 1

O símbolo mais visível da Wehrmacht foi a águia, que os seus componentes, qualquer que fosse a sua patente, usavam no peito, na parte superior direita dos uniformes. A versão deste símbolo para o Exército, denominado Emblema da Soberania (Hoheitsabzeichen) foi adotado em 17 de fevereiro de 1934, e consistia numa águia com as asas abertas que transportava um círculo contendo a suástica, símbolo do Nacional-Socialismo. A maior parte das organizações uniformizadas existentes na Alemanha nesse período, incluindo as Waffen SS, adotaram emblemas semelhantes, mas foram obrigadas a usa-lo na parte superior da manga esquerda, visto que apenas a Wehrmacht tinha o privilégio de as ostentar no peito dos uniformes.

Inicialmente, o método utilizado para identificar as graduações militares no Exército alemão foi através de um sistema de platinas (presilha ou pestana no ombro dos uniformes militares) em que se expressava também a arma ou serviço a que o militar pertencia, a sua unidade e o seu posto. A arma ou serviço era indicado através da cor dos vivos ou debruns (fita ou tira que se costura dobrada sobre a orla de um tecido) nos bonés e nas platinas, e nas faixas dos distintivos de lapela. Os oficiais superiores distinguiam-se também pelo boné de pala (quepe) com cordões prateados e emblemas costurados ou feitos de metal. Na figura 2, vemos um quepe de oficial das forças blindadas (panzer). Os oficiais subalternos vestiam o uniforme básico da tropa, distinguindo-se pelos galões (fita ou tira entrançada) prateados no colarinho e pelas platinas do blusão. O restante da tropa usava insígnias do posto na manga esquerda dos uniformes. A diferença fundamental nos uniformes dos subalternos e dos praças, além das insígnias da especialidade, era o debrum prateado das golas dos dólmans.

Figura 2

As figuras 3 e 4 apresentam, respectivamente, os distintivos e as insígnias e galões de oficiais subalternos e superiores utilizados no Exército Alemão durante a Segunda Guerra Mundial. O método primário de identificação das categorias no exército foi através do sistema de platinas, que não só assinalava a graduação do portador, como também a sua arma ou serviço de origem e a sua divisão. Os sargentos usavam o uniforme básico dos praças, ao contrário do que sucedia na maioria dos exércitos europeus contemporâneos que, seguindo o modelo francês, usavam os uniformes dos oficiais. Sargentos e praças distinguiam-se, basicamente pelo galão prateado que usavam nas platinas e nas golas dos dólmans. Junto a este galão, um vivo de cor característico de cada arma ou serviço indicava a adscrição ou destino.

Figura 3

Figura 4