Em 1º de setembro de 1939, 70 anos atrás, o exército alemão cruzou a fronteira polonesa.Em 3 de setembro, a Grã-Bretanha declarou guerra.
Seis anos depois, 50 milhões de cristãos e judeus morreram. A Inglaterra estava quebrada e falida, a Alemanha uma ruína queimada. A Europa havia servido como local para o combate mais sangrento conhecido pelo homem, e civis sofreram horrores piores que os soldados.
Em maio de 1945, as hordas do Exército Vermelho ocuparam todas as grandes capitais da Europa Central: Viena, Praga, Budapeste, Berlim. Cem milhões de cristãos estavam sob o jugo da tirania mais bárbara da história: o regime bolchevista do maior terrorista de todos os tempos, Josef Stalin.
Qual causa poderia justificar tais sacrifícios?
A guerra teuto-polonesa era uma disputa sobre uma cidade do tamanho de Ocean City (Maryland), no verão. Danzig, 95% alemã, foi separada da Alemanha em Versalhes em violação ao princípio da auto-determinação de Woodrow Wilson (presidente dos EUA). Mesmo os líderes britânicos achavam que Danzig deveria ser retornada.
Por que Varsóvia não negociou com Berlim, que estava oferecendo um território na Eslováquia como compensação? Porque os poloneses tinham uma garantia de guerra da Inglaterra que, caso a Alemanha atacasse, ela e seu império viriam ao resgate da Polônia.
Mas por que a Inglaterra faria uma garantia de guerra para uma junta de coronéis poloneses, dando-lhes o poder de arrastar a Inglaterra numa segunda guerra com a nação mais poderosa da Europa?
Danzig era merecedora de uma guerra? Diferentemente dos 7 milhões de cidadãos de Hong Kong que os britânicos entregaram para Pequim, e que não queriam isso, os danzigers estavam clamando pelo seu retorno à Alemanha.
Aqui vem a resposta: a garantia de guerra não era para Danzig, ou mesmo para a Polônia. Era sobre o imperativo moral e estratégico de "parar Hitler", após ele mostrar, ao rasgar o pacto de Munique e a Tchecoslováquia com ele, que ele planejava conquistar o mundo. E aquela besta nazista não podia ser permitida fazer isso.
Se fosse verdade, muito justo. Os americanos, acima de tudo, estavam preparados para usar bombas atômicas para manter o Exército Vermelho longe do Canal da Mancha. Mas onde está a evidência que Adolf Hitler, cujas vítimas até março de 1939 eram uma fração das do General Pinochet ou das de Fidel Castro, queria conquistar o mundo?
Após Munique em 1938, a Tchecoslováquia realmente desagregou-se. Consideremos no que se tornaram suas partes.
Os alemães dos Sudetos retornaram ao domínio alemão, como queriam. A Polônia anexou a minúscula região disputada do Teschen, onde milhares de poloneses viviam. As terras ancestrais da Hungria no sul dda Eslováquia retornaram para ela. Os eslovacos tiveram sua independência completa garantida pela Alemanha. Quanto aos tchecos, eles vieram para Berlim com a mesma proposta dos eslovacos, mas Hitler insistiu que eles aceitassem um protetorado.
Agora alguém pode desprezar o que foi feito, mas como esta partição da Tchecoslováquia manifestou um desejo hitlerista de conquista do mundo?
Aqui vem a resposta: se a Inglaterra não tivesse dado uma garantia de guerra e ido à guerra, após a Tchecoslováquia viria a vez da Polônia, depois a Rússia, depois a França, depois a Grã-Bretanha, depois os Estados Unidos.
Estaríamos agora falando alemão.
Mas se Hitler estava para conquistar o mundo - Grã-Bretanha, África, Oriente Médio, Estados Unidos, Canadá, América do Sul, Índia, Ásia e Austrália - por que ele gastou três anos construindo uma poderosa e cara Linha Siegfried para proteger a Alemanha da França? Por que ele iniciou a guerra sem nenhuma frota de superfície, sem transporte para as tropas e somente 29 submarinos? Como você conquista o mundo com uma Marinha que não pode sair do Mar Báltico?
Se Hitler quisesse o mundo, por que ele não construiu bombardeiros estratégicos, ao invés de bi-motores Dorniers e Heinkels que sequer alcançavam a Inglaterra a partir da Alemanha?
Por que ele deixou o exército inglês partir de Dunquerque?
Por que ele ofereceu paz aos britânicos duas vezes, após a queda da Polônia, e depois após a queda da França?
Por que, quando Paris caiu, Hitler não tomou a frota francesa, como os Aliados fizeram com a frota do Kaiser? por que ele não tomou as bases francesas na Síria e atacou Suez? Por que ele implorou a Benito Mussolini para não atacar a Grécia?
Porque Hitler queria terminar com a guerra em 1940, quase dois anos antes dos trens partirem para os campos (de concentração).
Hitler nunca quis a guerra contra a Polônia, mas uma aliança com ela, como ele fez com a Espanha de Francisco Franco, a Itália de Mussolini, a Hungria de Miklos Horthy e a Eslováquia de Jozef Tiso.
De fato, por que ele iria querer guerra quando, por volta de 1939, ele estava cercado de vizinhos aliados, simpatizantes ou neutros, exceto a França? E ele havia abdicado da Alsácia, pois reconquistá-la significaria guerra com a França, e isto significaria guerra com a Inglaterra, cujo império ele admirava e que sempre quis como aliada.
Por volta de março de 1939, Hitler nem mesmo tinha uma fronteira com a Rússia. Como então ele poderia invadí-la?
Winston Churchill estava certo quando ele chamou-a de "A Guerra Desnecessária" - a guerra que provou ser mortal para nossa civilização.
- x -
O livro de Buchanan, Churchill, Hitler e a Guerra Desnecessária pode ser comprado aqui:
http://www.americanas.com.br/produto/6980417/livro-churchill-hitler-e-a-_guerra-desnecessaria_
Um comentário:
MUITO INTERESSANTE ESTA PERSPECTIVA,
DESSE PONTO DE VISTA PODE-SE PENSAR QUE O PROJETO NAZISTA ERA TORNAR SUA IDEOLOGIA NAZI-FASCISTA DOMINANTE EM TODA A EUROPA, A INGLATERRA INCLUÍDA.
DESSA PERSPCTIVA O PLANO ORIGINAL SERIA TOMAR OS PAÍSES "POR DENTRO" A EXEMPLO DO QUE ELES TINHAM FEITO NA ALEMANHA.
USANDO OS PARTIDOS POLÍTICOS E LÍDERES FASCISTAS DOS PAÍSES PARA EXPLORAR A FRAQUEZA POLÍTICA DAS DEMOCRACIAS CONSERVADORES FRAGILLIZADAS PELA CRISE DO CAPITALISMO QUE EMPOBRECEU SUAS POPULAÇÕES.
FAZ PENSAR QUE A IDEOLOGIA MILITARISTA MUITO FORTE DESDE A UNFICAÇÃO DA ALEMANHA LEVOU HITLER A ESCOLHAS DIFERENTES E QUE LEVARAM A GUERRA.
Postar um comentário