Star Tribune, 14/01/2012
R.H.S. Stolfi, um historiador militar, mira no trabalho do que ele considera os "grandes" biógrafos de Adolf Hitler - incluindo Allen Bullock, Joachim Fest e Ian Kershaw, nomeando os três principais alvos. Stolfi conduz seus argumentos como uma campanha militar, provando a fraqueza de seus amigos biógrafos - especialmente sua insistência em denegrir a personalidade e inteligência de Hitler, ambas retratadas como de segunda classe e insípidas.
Como poderia uma "bizarrice", como Kershaw chama Hitler, tornar-se o que Stolfi o chama: um indivíduo hitórico mundial, um ser humano raro que, de acordo com Hegel, toma decisões e ações seguindo uma visão de história que freqüentemente desafia as categoriais morais convencionais? Os biógrafos menosprezaram Hitler, afirma Stolfi, porque eles não podem conceber um homem capaz de tanta maldade também ser um ser humano no senso comum do termo.
Stolfi não é apologista de Hitler na questão de minimizar sua culpa pelo Holocausto e pela guerra, mas o biógrafo quer compreender, mesmo ter uma empatia, com o homem. Ele retrata a grande coragem pessoal de Hitler durante a Primeira Guerra Mundial como um soldado intrépido, e mais tarde como um homem que pessoalmente levou adiante a guerra para as ruas da Alemanha contra gangues marxistas de rua. Stolfi cita a aceitação relutante de Thomas Mann de que Hitler era um artista, e mostra, em detalhes, a compreensão perfeita de Hitler da ópera e arquitetura e como estas artes moldaram sua visão de história e da Alemanha moderna.
Mais importante, entretanto, Stolfi analisa Hitler como um líder mundial de capacidade surpreendente, um líder que não tinha comparação em sua época. Hitler foi um Messias, desejando criar uma Nova Alemanha, limitada pelas restrições do Tratado de Versalhes que arruinou a política alemã e a economia do país. De passo em passo, Hitler tomou decisões sozinho, recorrendo a uma inspiração interior - que Stolfi iguala ao ímpeto de Maomé - e comandou não somente um bando de seguidores fiéis, mas uma legião de milhões.
Por que Hitler caiu? Basicamente, sua maior fraqueza era sua mentalidade de cerco. Ele parou o exército alemão em agosto de 1941 quando ele estava posicionado para tomar Moscou numa vitória que pelo julgamento de Stolfi teria terminado a Segunda Guerra Mundial antes dos EUA entrarem nela. Hitler em seguida direcionou suas forças para a Ucrânia e outras áreas com recursos naturais ricos que poderiam manter a Alemanha. Conseqüentemente, o avanço alemão para Moscou, atrasado até outubro de 1941, ocorreu no inverno mais frio dos últimos 200 anos e parou.
"Os Aliados não ganharam a guerra; Hitler a perdeu," afirma Stolfi neste livro vibrante, o qual certamente provocará ultraje mas também admiração pela tentativa do seu autor de oferecer uma nova e mais abrangente compreensão da personalidade de Hitler.
R. H. S. Stolfi (Monterey, CA), professor emérito no US Naval Postgraduate School in Monterey, CA, e coronel aposentado do US Marine Corps, é o autor de German Panzers on the Offensive: Russia-North Africa, 1941-1942; Hitler's Panzers East: World War II Reinterpreted; e NATO under Attack.
http://www.startribune.com/entertainment/books/137209023.html
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