segunda-feira, 21 de maio de 2012

[SGM] Soviéticos apoiaram os "Cruzados Nazistas"

Daily Mail, 14/06/2011

Um arquivo secreto extraordinário revelou pela primeira vez como milhares de cidadãos soviéticos colaboraram com os invasores nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Os documentos ocultos, alguns retirados dos arquivos da KGB, mostram quantos viram os alemães como libertadores cristãos – e seus próprios líderes como comunistas ateus.

Esta visão foi reforçada quando os soldados do Terceiro Reich reabriram 470 igrejas no noroeste da Rússia e recolocaram padres afastados de suas funções por Stalin.

Em troca, o clérigo colaborou intimamente com os esquadrões da morte da SS ao traírem funcionários comunistas, judeus e grupos de resistência partisan.

Talvez o mais surpreendente, os alemães enviaram vários prefeitos, jornalistas, policiais e professores para o Reich para mostrar-lhes o “modo de vida alemão”.

A Rússia sempre mostrou a guerra contra os alemães como uma luta histórica que custou 27 milhões de vidas, mas no final derrotou os nazistas para sempre.

Até agora, houve pouco estudo da extensão da colaboração pelos cidadãos soviéticos com os invasores.

E não há dúvidas de que muitos russos detestavam os nazistas, os quais infligiram atrocidades em massa contra a população civil.

Mas o arquivo, reunido pelo professor Boris Kovalyov da Universidade de Novgorod, arruína a visão nacionalista unidimensional da história soviética.

Não causa surpresa que a pesquisa tenha iniciado um debate pesado na Rússia sobre as atitudes diante dos nazistas.

“Os arquivos dão um vislumbre extraordinário num país que ficou profundamente dividido e não de forma heroica como Stalin dizia,” disse o professor Kovalyov, que ensina história do Direito.

“Eles mostram como jornalistas locais esforçaram-se, sob a supervisão da SS, em apresentar a seus compatriotas os nazistas como amigos dos russos.

“Havia inclusive louvor nos jornais editados por ex-comunistas a Alfred Rosenberg, o líder teórico racial dos nazistas que fez discursos no passado falando da “sub-humanidade dos russos”.

É claro que os jornais foram coletados e destruídos, ou guardados em algum lugar, quando a maré da guerra virou. E aqueles que escreveram os artigos foram executados.”

Os nazistas marcharam sobre a Rússia no verão de 1941 após Hitler colocar os planos para a invasão da Grã-Bretanha em espera.

Ele encontrou resistência muito forte e tornou-se gradativamente paranoico sobre os soviéticos estarem tentando conquistar recursos naturais valiosos à medida que eles expandiam seu império.

A campanha foi denominada Operação Barbarossa e levou o Terceiro Reich a uma situação catastrófica de guerra em todas as frentes.

Foram exigidas regras rígidas de comprometimento pelas tropas. Elas foram pressionadas por uma “guerra sem regras” que veria a execução sem piedade de milhões.

Mas os arquivos recentemente descobertos revelam uma situação muito mais complexa.

Sob vários aspectos, os comandantes nazistas tentaram uma campanha de “corações e mentes” para ganhar a confiança de civis, já oprimidos pela ditadura comunista que incluía a proibição do culto religioso.

A propaganda de guerra teve considerável sucesso, com jornais e colaboradores louvando os alemães.

“Rezamos para o Todo-Poderoso que dê a Adolf Hitler energia e poder para a vitória final sobre os Bolchevistas!” dizia um artigo num jornal. “Pela Pátria!” era o que estava impresso em Pskow em dezembro de 1942.

Viagens clandestinas para a Alemanha também foram muito eficientes para os provincianos que nunca haviam viajado dez milhas longe de sua terra natal, nunca viram água encanada e aquecimento central, tais viagens mostraram maravilhas.

Quando eles voltaram à União Soviética, disse o professor Kovalyov, eles ficaram “profundamente impressionados” e trabalharam duro para enfraquecer a forte resistência soviética aos exércitos nazistas.

Mesmo em janeiro de 1943, quando o destino do Sexto Exército alemão estava selado em Stalingrado – e com ele a guerra – muitos russos ainda estavam encantados pelo charme do nazismo.

Ian Borodin, o prefeito da vila de Piskowitschi, escreveu aquele mês: “A Alemanha é um país de jardins, siderúrgicas de primeira classe e autobahns. Ela tem uma ordem exemplar. Nós deveríamos lutar por isso!”

No final, foram os próprios nazistas que desperdiçaram a oportunidade de reunir um povo inteiro para a sua causa.

À medida que notícias das atrocidades alemãs se espalharam e o Exército Vermelho começou a empurrar o invasor de volta, a população que havia sido inicialmente tão entusiasta por Hitler agora começava a se voltar contra ele.

Os nazistas eventualmente foram expulsos da Rússia e o Exército Vermelho se aproximou de Berlim, fazendo as forças de Hitler retroceder.

Para aqueles dezenas de milhares que traíram Stalin durante a ocupação não havia outra alternativa senão a morte ou prisão nos gulags.

O professor Kovalyov pretende publicar um livro baseado em suas pesquisas no próximo ano.

http://www.dailymail.co.uk/news/article-2003413/Soviets-supported-Christian-crusader-Nazis-World-War-II.html#ixzz1kzXXc0f3

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