Eric Margolis, 23 de maio de 2011
Desta antiga cidade-fortaleza, permitam-me, um antigo professor de história militar, conversar sobre três mitos particularmente equivocados sobre a Segunda Guerra Mundial ainda em voga:
Primeiro Mito: O exército francês não se rendeu simplesmente, como os ignorantes conservadores americanos afirmam.
A Blitzkrieg alemã que golpeou a França entre maio e junho de 1940 foi uma revolução extraordinária na arte da guerra. Ela combinou carros blindados rápidos com infantaria móvel, bombardeamento de mergulho preciso, apoio logístico flexível, e novas tecnologias em C3 - comando, controle e comunicações. Em 1940, a Alemanha liderava o mundo em tecnologia: 75% de todos os livros técnicos estavam escritos em alemão. Os generais e exércitos da França, treinados para re-lutar a Primeira Guerra Mundial, foram superados pela guerra ligeira. A França ainda era uma sociedade agrícola. A Blitzkrieg foi projetada para atacar o cérebro do inimigo ao invés do seu corpo, paralisando sua habilidade em gerenciar grandes forças ou lutar. Os alemães chamavam-na de sua "bala de prata". A França ainda confiava a carteiros a entrega de mensagens. O comandante francês General Gamelin sequer tinha um telefone no seu quartel-general nos arredores de Paris. A força expedicionária britânica bem treinada na França foi batida tão rapidamente quanto os franceses, e salvou-se somente pela fuga através do Canal. Nenhum exército no mundo na época poderia derrotar a Blitzkrieg alemã, planejada pelo brilhante Erich von Manstein e liderada por Heinz Guderian e Erwin Rommel: três dos maiores generais da história moderna.
Eles também foram incrivelmente sortudos. Uma bomba sobre uma ponte alemã sobre o Meuse, ou uma dificuldade em mobilidade na floresta das Ardenas poderia ter significado a diferença entre vitória e derrota. Os franceses tinham temporariamente movido algumas de suas mais fracas unidades de reserva no setor que os alemães atacavam. Foi, como Wellington disse após Waterloo, um maldito lance de sorte. A nova tática fluida da Alemanha rompeu os exércitos da França. Eles foram incapazes de renovar suas linhas apesar da frequente resistência violenta. Os rápidos panzers alemães estavam constantemente no seu encalço. A retirada sob fogo é a operação militar mais difícil e perigosa. Após seis semanas, e com uma facada nas costas pela Itália de Mussolini, os exércitos da França desintegraram.
A França teve 217.000 mortos e 400.000 feridos em combate. Pelo menos a França não sofreu os dois milhões de mortos da Primeira Guerra Mundial. As perdas alemãs: 46.000 mortos em ação, 121.000 feridos e 1.000 aeronaves. Como comparação, os Aliados ocidentais (EUA, Grã-Bretanha e Canadá) tiveram somente 10.000 mortos e feridos no Dia D.
Segundo Mito: os fortes da Linha Maginot da França não eram taticamente flanqueados.
Os alemães atacaram a noroeste do fim da Linha, através da floresta das Ardenas franco-belga, uma rota antecipada pelo exército francês, que executou simulações de guerra lá em 1939. O exército imóvel francês falhou, não a Linha Maginot. A Linha incompleta era muito cara, mantinha muitos homens e acabou se tornando um símbolo da atitude defensiva francesa. Mas ela cumpriu sua missão de defender as indústrias vitais de carvão e aço da França em Lorraine. A Linha também foi projetada para direcionar qualquer ataque alemão para a Bélgica ou para a Suíça.
Os soldados dos fortes Maginot não conquistados resistiram até o final. Aqueles que ridicularizam a França por construir fortes que eram supostamente "flanqueáveis" deveriam saber que as modernas fortificações americanas "impregnáveis"em Manila, e a Fortaleza Singapura da Grã-Bretanha foram ambas tomadas pelas costas pelo exército japonês.
Terceiro Mito: Os EUA, a Inglaterra e o Canadá derrotaram a Alemanha.
Mentira. O 66º aniversário da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial passou totalmente ignorado no Ocidente. Devemos saudar o valor dos soldados e pilotos destemidos da Rússia que, como os soldados alemães, lutaram extraordinariamente, apesar de seus regimes criminosos. A Segunda Guerra Mundial na Europa não foi ganha no Dia D. O exército e a força aérea da Alemanha já estavam quebrados pelas batalhas titânicas da frente oriental. Os números falam por si mesmos. Os soviéticos destruíram entre 75 e 80% de todas as divisões alemãs - 4 milhões de soldados - e a maioria da Luftwaffe. A Rússia perdeu pelo menos 14 milhões de soldados e um número equivalente de civis. O Exército Vermelho destruiu 507 divisões do Eixo. Na frente ocidental, após o Dia D, os Aliados destruíram 176 divisões alemães totalmente desestruturadas. Quando os Aliados pisaram na Normandia, eles encontraram forças alemãs destruídas sem cobertura aérea, incapacitadas pela falta de combustível e suprimentos. Tivesse, os Aliados encontrado a Wehrmacht e a Luftwaffe de 1940, o resultado poderia ter sido bem diferente.
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