sábado, 12 de maio de 2012

Os Judeus foram escravos no Egito?

Haaretz, 26/03/2012


Eis uma questão para você: o que tem em comum o ator Charlton Heston, os estúdios de animação DreamWorks e o ex-Primeiro Ministro Menachem Begin? Bem, todos eles, uma vez ou outra, perpetuaram o mito de que os judeus construíram as pirâmides. E isto é um mito, não tenha dúvidas. Mesmo se tomarmos a data mais antiga possível para a escravidão judaica que a Bíblia sugere, os judeus foram escravizados no Egito cerca de 300 anos após a data de conclusão das pirâmides m 1750 a.C. Isto é, é claro, se eles mesmo foram escravos no Egito.

Somos tão rápidos em revelar as mentiras óbvias sobre judeus e Israel que são contadas no Egito - os governantes do Sinai afirmam que o Mossad liberou um tubarão no Mar Vermelho para matar os egípcios, ou, como eu li num jornal enquanto estava de férias no Cairo, o conto de que os judeus estavam vendendo fivelas de cinto magnéticas que esterilizaria os homens ao contato - ainda que muito raramente examinamos nossas próprias concepções errôneas sobre a natureza de nossa história com a nação egipcia.

Tendemos, no meio de nosso desprezo pelas teorias da conspiração egípcias e antisemitas, a passar batido no fato de que um dos maiores eventos do calendário judaico passado de geração em geração todo ano de como os egípcios eram nossos mestres cruéis de escravidão, numa ligação que provavelmente jamais existiu. Isto é realmente tão diferente das estórias do tubarão e do agente do Mossad?

A realidade é que não há evidência em qualquer lugar de que os judeus foram um dia escravizados no Egito. Sim, há a estória contida na própria Bíblia, mas aquilo não é nem remotamente uma fonte histórica admissível. Estou falando de prova real; evidência arqueológica, registros oficiais e fontes primárias. Destas, nada existe.

É difícil acreditar que 600.000 famílias (que significaria cerca de dois milhões de pessoas) cruzaram o Sinai inteiro sem deixar um simples pote de barro (o melhor amigo do arqueólogo) com hebraico inscrito nele. É incrível que os registros egípcios não façam menção à emigração repentina do que seria aproximadamente 1/4 de sua população, nem mesmo uma evidência tenha sido encontrada dos efeitos esperados de tal exôdo; tais como crise econômica ou falta de mão de obra. Além disso, não há evidência em Israel que msotre um fluxo repentino de pessoas de outra cultura na época. Nenhum abandono da cerâmica tradicional foi visto, nenhum registro ou estória de uma oscilação na população.

De fato, não há absolutamente nenhuma evidência para sugerir que a estória é verdadeira assim como não há nada que apoie as teorias da conspiração e contos sobre os judeus.

Então, à medida que nos aproximamos da Páscoa de 2012 quando, graças à "Primavera Árabe", nossas relações com o Egito estão em baixa após 40 anos, deixe-nos apreciar nosso Sêder (leituras da Torá de acordo com o antigo ciclo trianual palestino) e ler a estória por todos os meios, mas também lembrar aqueles à mesa que podem esquecer que isto é apenas uma metáfora, e que não existe nenhuma animosidade entre israelitas e egípcios. Pois, se queremos estabelecer aquela paz ilusória com o Egito que tantos trabalharam tão duro para conseguir, teremos que abandonar nossos preconceitos.

http://www.haaretz.com/jewish-world/were-jews-ever-really-slaves-in-egypt-or-is-passover-a-myth-1.420844

8 comentários:

Marco disse...

Noto um certo viés antissemita nesse blog... Ou estou enganado?

Emerson Paubel disse...

Geralmente não respondo comentários idiotas, mas neste caso, recomendo que você vá no site do jornal israelense Haaretz e os chame de antissemitas, haja visto ter sido de lá que eu tirei a informação. Em relação a outros posts, confira a fonte e o autor dos textos antes de ficar me julgando.

Unknown disse...

Sua exposição parece corroborar a teoria de de, no Egito, os judeus não constituíam-se em um povo e sequer cultuavam uma religião particular. Na verdade, seriam seguidores do faraó Akhenaton, reconhecido historicamente como o fundador da primeira religião monoteísta da humanidade.

Unknown disse...
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Emerson Paubel disse...

O artigo foi escrito por um jornalista do Haaretz (jornal israelense de centro-esquerda). Achei-o interessante porque, de fato, não existem provas materiais de que os judeus tenham passado tanto tempo no Egito. Pode-se concluir que a história do Êxodo e de Moisés são lendas.

Alexandre Porto de Oliveira disse...

Vc deve ser um Esquerdopata, pois somente os jumentos comunistas atacam aqueles que os criticam !!! Certamente vc deve ser um daqueles iguais a Sen. Gleise Hoffman que apelou ao mundo árabe para pedir ajuda ! Mas a qual povo árabe ela se referia ? Vc pode não acreditar na promessa feita por Deus aos Judeus que um dia eles voltariam à Terra Santa, Canaã (Israel). E eles conseguiram após a Segunda Guerra Mundial. De fato também não concordo muito com a maneira que foram divididas as terras entre israelenses e palestinos. Contudo, te aconselho a não duvidar sobre os escritos do Antigo Testamento, principalmente em Êxodo.

Emerson Paubel disse...

Caro Alexandre, não sou "esquerdopata"; o texto foi escrito por um jornalista israelense. Pelo jeito não reparou neste detalhe, né? Não existem provas arqueológicas da suposta passagem dos judeus pelo Egito. Simples assim...

Emerson Paubel disse...

Caro Giraldes, o texto não é de minha autoria, traduzi de um artigo publicado pelo jornal israelense Haaretz.