quinta-feira, 30 de maio de 2013

[SGM] Aliados discutiram assassinar Rommel durante o Dia-D

BBC News, 23/05/13

 
Esta carta de Charles Peake do Quartel-general Supremo da Força Expedicionária Aliada especula a possibilidade de assassinar figuras militares alemãs.

 
Foi discutido em comunicação entre o governo britânico, militares e serviços de inteligência com o objetivo de ajudar no desembarque.

Eles planejaram alvejar aqueles envolvidos com a Gestapo e a logística inimiga.

Entretanto, o plano foi abandonado como “o tipo de boa ideia que... produz uma boa dose de problemas e realiza muito pouco.”

As cartas e telegramas detalhando os planos foram revelados em um arquivo, datado de 1944 e indiretamente chamados de “Guerra (Geral)”, pelo sub-secretário do Departamento do Exterior Sir Alexander Cadogan.

O arquivo inclui comunicações de Sir Alexander assim como Charles peake, que estava a serviço do Quartel-general da Força Expedicionária Aliada, o órgão que comandou as forças aliadas na Europa setentrional, e Victor Cavendish-Bentinck, executivo dos Serviços de Inteligência Unidos.

Criminosos de guerra almejados

O plano discutiu a possibilidade de assassinatos específicos de qualquer membro alemão cuja “remoção a um ponto crítico poderia ser um desastre para o esforço alemão.”

Os alvos considerados eram figuras políticas assim como agentes da Gestapo, chefes de suprimentos e aqueles envolvidos em importantes “organizações econômicas.”

A carta inicial do Sr. Peake sugerindo o plano para assassinar importantes oficiais alemães tinha consciência de que era algo ambicioso, dizendo: “Compilar uma lista é uma coisa e conseguir os resultados é totalmente outra coisa, mas suponho que devemos fazer nosso melhor.”

A possibilidade de matar certas figuras militares de alta patente ao invés de fazê-las prisioneiras era controversa, mas foi decidido que “pode ser colocada na política como tratamento a criminosos de guerra.”

Os oficiais alemães discutidos incluíam o famoso Marechal-de-campo Erwin Rommel, que esteve envolvido no plano para matar Hitler.

O Sr. Cavendish-Bentinck argumentou que “se tais criminosos de guerra forem eliminados como proposto, isto nos livrará do problema de lidar com eles mais tarde.”

“Onda de Assassinatos”

O plano também seria estendido aos colaboradores da França Vichy, mas foi decidido que a identificação e assassinato destes alvos seria melhor deixado aos próprios franceses.

No final, contudo, o plano foi descartado pois acreditava-se que os ataques poderiam gerar “respostas sanguinárias”.

O Sr. Cavendish-Bebtinck acreditava que poderia resultar em uma “onda de assassinatos que provavelmente durará quando estivermos ocupando o território inimigo” e ele também duvidava da aptidão das forças britânicas para a tarefa:

“Os poloneses destruíram um número de oficiais alemães, mas eles eram especialistas neste tipo de trabalho e tiveram maior provocação. Se o assassinato fosse fácil, muitos estadistas e altos funcionários teriam tido um final violento.”

Mas ele permitiu que “se os franceses gostam de matar alemães ou colaboradores, não devemos detê-los.”

 Havia preocupações sobre a eficácia do plano, pois o Chefe do MI6, Stewart Menzies, referiu-se a ele como somente “C” nas comunicações, dizendo sobre as vítimas sugeridas:

“Não acreditamos, entretanto, que sua remoção terá muito, ou mesmo qualquer, efeito na eficiência funcionando na máquina altamente organizada e difundida na qual eles são funcionários proeminentes.”  


 
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