domingo, 15 de julho de 2012

O Capacete M56

O capacete do NVA tem suas origens na Alemanha Nazista. O Conselho de Pesquisa do Terceiro Reich desenvolveu um estudo sobre as características balísticas inerentes a vários capacetes militares de exércitos de países diferentes. O Instituto do Reich para Tecnologia de Defesa foi encarregado deste estudo, e dois professores, o Dr. Fry e o Dr. Haensel, reuniram capacetes de vários países para testes. Estes capacetes estrangeiros, junto com o próprio Stahlhelm M35, sofreram testes de tiro com munições de armas portáteis de vários ângulos e distâncias, para determinar as características relevantes de penetração. O capacete “Tommy” inglês saiu-se pior. Mesmo o M35 da Wehrmacht apresentou vários problemas.

O Instituto do Reich iniciou um processo de desenho para um novo capacete com características balísticas superiores. Isto resultou em vários capacetes protótipos produzidos pela Völkingen Stahlwerke para teste. Quando os testes foram completados em 1942, os resultados foram entregues ao Escritório de Armas do Exército. Apesar das objeções de Hitler, o Escritório, sob os auspícios de um memorando elaborado pela Inspetoria Médica do Exército, autorizou a produção de um novo padrão de capacete de combate. O memorando foi devido em parte ao sempre crescente número de ferimentos na cabeça recebidos pelos usuários dos capacetes M35, M40 e M42. Além disso, o memorando incluía mudanças no desenho que tentavam resolver o problema crescente do abastecimento de materiais necessários e trabalho exigido para a produção do capacete M42. O modelo M42 ainda era caro de produzir apesar das modificações e simplificações de desenho do modelo original M35 e do subsequente M40.

Um total de quatro protótipos foram construídos, denominados A, B, BII e C. Os últimos três capacetes protótipos representavam grandes mudanças no desenho do M35/40/42. Após teste inicial, os modelos B e BII foram aprovados para pesquisa adicional em campo. Ordens foram emitidas para a Eisen und Hüttenwerke para a produção de aproximadamente 100 capacetes. Eles foram designados capacetes Thale/Harz em homenagem aos seus projetistas. Os capacetes foram então enviados para a Escola de Infantaria Döblitz nos arredores de Berlim, onde foram colocados em teste de campo com unidades de infantaria na escola. Os novos capacetes provaram ser aceitáveis neste estágio. O novo capacete também mostrou-se superior em balística a qualquer outro capacete produzido.

Hitler foi, então, apresentado aos resultados finais do programa de pesquisa do B e do BII no outono de 1944 para sua aprovação de um ou outro modelo. O novo capacete seria designado M45. Hitler, no entanto, rejeitou ambos os capacetes argumentando que o atual modelo M42 melhor representava a imagem do soldado alemão.




Os registros soviéticos indicam que capacetes novos foram encontrados quando o Exército Russo atacou Berlim na primavera de 1945. Estes pertenciam às tropas destacadas para a Escola de Infantaria Döblitz. O Museu de Dresden tem um exemplar de um modelo BII. Acredita-se ser este um sobrevivente do ultimo esforço de trincheira da Wehrmacht contra os russos.

Após a divisão da Alemanha, e a formação da RDA como um país independente em 1949, um novo tipo de capacete, conhecido como M54 apareceu, que foi usado por um número limitado de membros da KVP (Polícia dos Quartéis). Ele era na verdade baseado no capacete modelo A e parecia com o capacete padrão M35. Em 1956, com a transformação do KVP no novo Exército Popular Nacional (NVA), a nova Administração de Serviços de Apoio e o novo Departamento de Tecnologia foram incumbidos de desenvolver um novo capacete para o NVA. Ele não poderia ter características físicas associadas tanto ao modelo M35 da Wehrmacht nem ao capacete russo. Consequentemente, o modelo A/M54, então usado pelo KVP, foi rejeitado.

Na forma do capacete M44 este novo capacete de reposição para o NVA já havia sido desenhado, testado e a fábrica que o havia produzido já existia, com todas as ferramentas e moldes necessários. Além disso, o engenheiro-chefe apontado e encarregado pelo desenvolvimento do novo capacete do NVA era Erich Keisen. Ironicamente, ele havia sido associado à Eisen und Hüttenwerke, que havia produzido os capacetes modelos B e BII, anteriormente aprovados pelo Escritório de Armas da Wehrmacht, porém rejeitados por Hitler. A rejeição de Hitler foi a medida necessária para a aprovação do M56, já que se tratava de uma ruptura com a Wehrmacht fascista. O novo capacete foi introduzido na cerimônia de introdução do NVA em 1 de maio em Berlim. Ele foi pintado em cinza pedra e usava em um dos lados um escudo com as três cores da bandeira da RDA, vermelho, preto e amarelo.

Fontes:

http://www.feldgrau.nl/

http://en.wikipedia.org/wiki/Stahlhelm#M1956

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