O
Primeiro Ministro, falando em um encontro do Gabinete de Guerra em julho de
1942, descreveu Hitler como “a principal cria do mal” e, em seu modo
extravagante, sugeriu humoradamente alugar uma cadeira elétrica – conhecida como
“Fagulha Velha” – dos americanos e executá-lo como “um gangster” se e quando ele
fosse pego.
A
nova visão da raiva profunda e ódio mortal de Churchill ao Führer nazista – que
ele responsabilizou pela morte de mais de meio milhão de britânicos – chega graças
a uma série de notas classificadas do Departamento de Gabinete liberada pelos
Arquivos Nacionais esta semana. As notas, feitas pelo Vice-Secretário de
Gabinete Sir Norman Book durante alguns dos encontros de alto nível mais
críticos da guerra, lança nova luz nos pensamentos e medos dos líderes
britânicos durante este período.
O
argumento sobre como lidar com a liderança nazista, se e quando fosse
capturada, volta à superfície um número de vezes nos diários manuscritos.
Em
um encontro-chave, em 6 de julho de 1942, Churchill diz: “Se Hitler cair em nossas
mãos, devemos certamente executá-lo. Ele não é um soberano que poderia ser
colocado nas mãos de ministros, como o Kaiser.”
O
Primeiro Ministro então descreve o método preferido para a execução de Hitler: o
meio mais torturante possível – a cadeira elétrica. Ele mesmo faz uma piada aos
colegas de Gabinete que poderiam arrumar uma dos EUA no programa “lease-lend”.
Gill
Bennett, historiador-chefe do Departamento do Exterior e da Comunidade Britânica,
disse que a ideia de usar cadeira elétrica para executar Hitler era “típica de
Churchill”. “Isto tem muito a ver com o estilo de Churchill. Ele sempre foi um
homem de grandes gestos, e ele expressava o que ele acreditava ser o desejo do
povo britânico,” disse o Sr. Bennett. “O
Gabinete inteiro sentia fortemente os perigos do nazismo.”
Em
12 de abril de 1945, apenas duas semanas antes do suicídio de Hitler em seu
bunker em Berlim, as notas de Sir Norman mostram como o assunto esquentou. Os
americanos e russos estavam pressionando por julgamentos-espetáculo (show trials), mas Churchill ainda queria
execução sumária tão logo fosse possível. O Primeiro Ministro diz ao seu
Gabinete: “O julgamento será uma farsa... eles serão tratados como
foras-da-lei.”
Um
porta-voz para o Departamento Interno alerta contra tornar Hitler um mártir na
Alemanha, mas Churchill, ciente do talento do ditador para a retórica, está
determinado que não lhe seja dado palco público para defender sua causa. “Não
assumiria nenhuma responsabilidade por um julgamento – mesmo se os EUA queiram
fazer isso,” ele diz isso ironicamente no dia em que o presidente Franklin D.
Roosevelt morre.
Evidência
posterior da agressividade de Churchill emerge nos diários de 1943, quando
torna-se claro que ele está feliz em deixar o líder espeiritual indiano Gandhi
morrer durante uma epidemia de fome sob responsabilidade britânica. Em outro
encontro do Gabinete de Guerra em maio de 1945, Churchill fala sobre o destino
do braço direito de Hitler, Heinrich Himmler, de forma semelhantemente
agressiva. O registro apresenta ele perguntando se seria possível “negociar”
com o chefe da SS e “depois matá-lo.” Infelizmente para Churchill e sua
imaginação fértil, Himmler, como Hitler, cometeu suicídio antes que pudesse ser
levado a julgamento.*
Tivesse
sido Hitler condenado à cadeira elétrica, a sentença teria sido realizada nos
EUA, onde ela acontece desde 1890.
Nota:
* Esta declaração, por si só, já é uma prova de que Himmler foi assassinado
quando caiu nas mãos dos britânicos, apesar da historiografia oficial ainda
insistir que ele se suicidou. Em relação à declaração de Churchill sobre
Nuremberg, ele não disse novidade.
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