sábado, 22 de junho de 2013

[HOL] Herói de guerra polonês acusado de ser colaborador

The Guardian, 1/11/2010


Wladyslaw Szpilman

Ele se tornou um herói nacional após sua estória de sobrevivência no gueto de Varsóvia ter sido imortalizada no filme ganhador do Oscar O Pianista - mas as façanhas de guerra do falecido pianista polonês Wladyslaw Szpilman estão no centro de uma linha na sequência de acusações, do além-túmulo, que ele colaborou com a Gestapo.

O filho de Szpilman, Andrej, está tomando ação legal para forçar a correção de um livro contendo alegações de Wiera Gran, uma cantora polonesa famosa por sua carreira em cabarés pré e pós-guerra, onde ela acusa que Spilzman "formou uma gangue" que tentou assassiná-la.

Gran, que morreu em 2007, também o acusou de colaborar com a Gestapo quando ambos estavam presos - junto centenas de milhares de outros judeus - no gueto de Varsóvia durante a ocupação nazista da capital polonesa.

A autobiografia de Szpilman, O Pianista, descrevendo sua sobrevivência, graças em parte ao amor por música de um oficial alemão, foi transformada no filme ganhador do Oscar pelo diretor Roman Polanski em 2002.

"Logo após a guerra meu pai publicou seus diários sob o título "Morte de uma Cidade", e ninguém que sobreviveu ao gueto como ele conseguiu, criticou sua versão dos eventos, disse Andrzej Szpilman à Der Spiegel. "Meu pai foi uma vítima dos nazistas, não um colaborador."

O livro, Acusada: Wiera Gran, pela jornalista Agata Tuszynska foi descrito pela mídia polonesa como uma tentativa de reabilitar a cantora. Seus editores fizeram propaganda sob o slogan: "O outro lado da estória de Wladyslaw Szpilman."

Tuszynska se baseia nas notas pessoais de Gran, no qual ela se refere a Szpilman como um "homem da Gestapo", e também o acusa de envolvimento como policial judeu no reassentamento dos judeus de Varsóvia. Numa nota manuscrita, ela diz que Szpilman foi um dos muitos residentes do gueto que "formaram uma gangue para me matar."


O filho de Szpilman, ele próprio um produtor e compositor, acusou Tuszynska de tentar agitar publicidade para um livro sobre uma cantora que, ao contrário de Szpilman, é agora pouco conhecida na Polônia. Ele disse que ela foi desleal, repetindo as acusações de uma mulher que já não estava mais viva para ser questionada sobre suas acusações.

"Eu não quero o nome do meu pai, que é uma figura emblemática, ser jogado no lixo," ele disse, acrescentando que as acusações espalharam-se por sites anti-semitas.

Os historiadores do gueto de Varsóvia dizem que a animosidade já existia entre Gran e Szpilman e outros artistas quando eles viviam no gueto do qual a cantora escapou.

Como punição por sua colaboração, muitos dos artistas com quem ela tocou no cabaré foram sentenciados à morte durante a guerra por membros do movimento de resistência judaico e polonês.

Em 1947, Szpilman foi a julgamento quando Gran foi julgada por colaboração na guerra com os nazistas. Mas evidência insuficiente levou o caso ao esquecimento. Gran mais tarde enfrentou acusações semelhantes após sua emigração para Israel e foi forçada a deixar seu novo país e se mover para a França onde ela trabalhou junto com Maurice Chevalier e Charles Aznavour.

Szpilman chamava Gran de Sra. K no Pianista, pintando uma figura nada lisonjeira de uma mulher fisicamente atraente, mas moralmente questionável.

Muitos sobreviventes famosos do gueto que conheceram pessoalmente Szpilman, tal como o ex-ministro do exterior polonês Wladyslaw Bartoszewski condenaram as acusações, chamndo-as de "inverídicas e vergonhosas".

http://www.guardian.co.uk/world/2010/nov/01/wladyslaw-szpilman-pianist-collaboration-claims

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