Defesanet, 18 de Maio, 2013
Se ao longo
de décadas o Brasil precisou pagar para adquirir aeronaves militares modernas
fabricadas pelos Estados Unidos, em 2013 a história se inverteu. A Forca Aérea
dos EUA (USAF - United States Air Force) anunciou que o Super Tucano foi
selecionado como suo futura aeronave de ataque leve. O anúncio, feito no dia 27
de fevereiro, confirmou que o avião desenvolvido pela Embraer após um requisito
elaborado pela Força Aérea Brasileira ganhou reconhecimento internacional. Com
a compra da USAF já são nove clientes de exportação.
"É um orgulho para a FAB e para o Brasil saber que um avião idealizado em solo nacional, para atender necessidades operacionais de nossa Forca Aérea, tem a sua qualidade reconhecida internacionalmente", disse o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Salto, Comandante da Aeronáutica. No Brasil, o principal uso do Super Tucano é em missões de vigilância das regiões de fronteira a partir das Bases de Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR). "A cada dia nós comprovamos o poder desse avião de defender nosso pais", completou o Brigadeiro.
Os Estados Unidos devem adquirir 20 Super Tucanos em um negócio avaliado em US$ 427,5 milhões. Chile, Colômbia, Equador, Indonésia, República Dominicana, Angola, Mauritânia e Burkina Fasso também já adquiriram a aeronave. De acordo com a Embraer, já há mais de 200 encomendas do Super Tucano, o que torna a aeronave de combate mais vendida na historia da indústria de defesa brasileira. Cento e setenta ia foram entregues. "O Super Tucano é, sem dúvida, a melhor aeronave hoje em operação no mundo para atuar nesse nicho, que é o ataque leve e a defesa aérea contra aeronaves de pequeno porte, afirma o Comandante da Aeronáutica.
Desenvolvimento
O Super Tucano voou pela primeira vez no dia 2 de junho de 1999. 0 projeto da Embraer precisava cumprir o requisito da Força Aérea Brasileira de uma aeronave de baixo custo operacional que fosse ideal para interceptar aeronaves de pequeno porte que tentassem sobrevoar o Brasil sem autorização, pudesse servir de treinador para pilotos de caça e cumprir missões de ataque.
“Nós não tínhamos nenhuma visão de mercado externo. O Super Tucano foi feito exclusivamente para as necessidades da FAB. Mas nós sabíamos que as necessidades da FAB estariam presentes em outros países também", explica o Brigadeiro Fernando Antônio Fernandes Cima, atualmente na reserva. Ele foi o primeiro gestor do então chamado projeto ALX, quando, lembra, o avião ''era só um monte de papel".
"É um orgulho para a FAB e para o Brasil saber que um avião idealizado em solo nacional, para atender necessidades operacionais de nossa Forca Aérea, tem a sua qualidade reconhecida internacionalmente", disse o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Salto, Comandante da Aeronáutica. No Brasil, o principal uso do Super Tucano é em missões de vigilância das regiões de fronteira a partir das Bases de Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR). "A cada dia nós comprovamos o poder desse avião de defender nosso pais", completou o Brigadeiro.
Os Estados Unidos devem adquirir 20 Super Tucanos em um negócio avaliado em US$ 427,5 milhões. Chile, Colômbia, Equador, Indonésia, República Dominicana, Angola, Mauritânia e Burkina Fasso também já adquiriram a aeronave. De acordo com a Embraer, já há mais de 200 encomendas do Super Tucano, o que torna a aeronave de combate mais vendida na historia da indústria de defesa brasileira. Cento e setenta ia foram entregues. "O Super Tucano é, sem dúvida, a melhor aeronave hoje em operação no mundo para atuar nesse nicho, que é o ataque leve e a defesa aérea contra aeronaves de pequeno porte, afirma o Comandante da Aeronáutica.
Desenvolvimento
O Super Tucano voou pela primeira vez no dia 2 de junho de 1999. 0 projeto da Embraer precisava cumprir o requisito da Força Aérea Brasileira de uma aeronave de baixo custo operacional que fosse ideal para interceptar aeronaves de pequeno porte que tentassem sobrevoar o Brasil sem autorização, pudesse servir de treinador para pilotos de caça e cumprir missões de ataque.
“Nós não tínhamos nenhuma visão de mercado externo. O Super Tucano foi feito exclusivamente para as necessidades da FAB. Mas nós sabíamos que as necessidades da FAB estariam presentes em outros países também", explica o Brigadeiro Fernando Antônio Fernandes Cima, atualmente na reserva. Ele foi o primeiro gestor do então chamado projeto ALX, quando, lembra, o avião ''era só um monte de papel".
"O Super Tucano é, sem
dúvida, a melhor aeronave hoje em operação no mundo para atuar nesse nicho, que
é o ataque leve e a defesa aérea contra aeronaves de pequeno porte"
Brigadeiro Juniti Saito
Comandante da Aeronáutica
Entre 1993 e 1995, a partir dos Requisitos Operacionais elaborados pela Força Aérea, a equipe do Brigadeiro Cima conversou com a Embraer sobre como seria aquela futura aeronave. A ideia era que o AL-X fosse baseado no Tucano, que na época já era utilizado armado com bombas, metralhadoras e foguetes, mas que fosse mais potente, levasse mais armamentos e seus equipamentos eletrônicos fossem comparáveis aos caças supersônicos mais modernos.
Ao contrário da tradição dos aviões à hélice terem apenas alguns “reloginhos” na cabine, o Super Tucano veio equipado com displays multifunção coloridos, óculos de visão noturna(NVG), computadores para cálculo automático de mira, equipamento de busca no espectro infravermelho e uma cabine projetada no conceito HOTAS (Hand on Throtle and Stick) e com HUD (Head up Display). Essas duas últimas características permitem que o piloto possa cumprir sua missão inteira sem tirar as mãos do manete e ao mesmo tempo, conseguir enxergar as informações mais importantes sem tirar os olhos dos alvos.
"O avião saiu muito melhor que o inicialmente previsto”, diz o Brigadeiro Cima. “Depois que assinamos o contrato de desenvolvimento , em 1995, o avião melhorou muito. Foi colocada uma aviônica mais moderna que o inicialmente previsto o processo construtivo da asa foi melhorado, conta.
Os requisitos da FAB ainda incluíam a necessidade de operar a partir de pistas difíceis, sem asfalto. “A capacidade de operar em qualquer lugar é importante.
Requisitos Operacionais elaborados pela Força Aérea, a equipe do Brigadeiro Cima conversou com a EMBRAER sobre corno seria aquela futura aeronave. A ideia era que o ALX fosse baseado no Tucano, que na época já era utilizado armado com bombas, metralhadoras e foguetes, mas que fosse mais potente, levasse mais armamento e seus equipamentos eletrônicos fossem comparáveis aos caças supersônicos mais modernos. Ao contrário da tradição dos aviões à hélice terem apenas alguns ''reloginhos" na cabine, o Super Tucano veio equipado com displays multifunção coloridos, óculos de visão noturna (NVG), computadores para cálculo automático de mira, equipamento de busca no espectro infravermelho e uma cabine projetada no conceito HOTAS (Hands on Throlle and Stick) e com HUD (Head Up Display). Essas duas últimas características permitem que o piloto possa cumprir sua missão inteira sem tirar as mãos do manche e da manete de potência e, ao mesmo tempo, conseguir enxergar as informações mais importante sem tirar os olhos dos alvos.
"O avião saiu muito melhor que o inicialmente previsto'', diz o Brigadeiro Cima. 'Depois que nós assinamos o contrato de desenvolvimento, em 1995, o avião melhorou muito. Foi colocada uma aviônica mais moderna que prevíamos inicialmente, o processo construtivo da asa foi melhorado", conta.
Os requisitos da FAB ainda incluíam a necessidade de operar a partir de pistas difíceis, sem asfalto. "A capacidade de operar em qualquer lugar é importante. Se ele só operasse em pistas asfaltadas, qualquer um saberia que só pode utilizar poucas pistas na Amazônia. Operando de pistas não preparadas, aumenta muito esse número", explica o Brigadeiro. Este também foi um dos requisitos da concorrência vencida pelo Super Tucano nos Estados Unidos. Nos voos de demonstração, armada com bombas, a aeronave mostrou a capacidade de pousar e decolar em pista de terra. A vitoria nessa concorrência foi comemorada pelo Brigadeiro Cinta. "É uma vitória de toda a Força Aérea, de todos", disse. Mas ele faz questão de homenagear o Tenente- Coronel Luis Augusto Lancia, já falecido, que atuou como piloto de testes do então ALX. "Ele foi fundamental para o desenvolvimento da aeronave. Ele era extremamente criativo. Muito do que nos vimos hoje de sucesso veio da cabeça dele".
Parcerias: FAB e indústria nacional
O anúncio da compra da USAF ainda é pequeno: 20 Super Tucanos é bem menos que, por exemplo, as 99 unidades recebidas pela FAB. Mas além de haver a possibilidade de novos lotes, a venda para os americanos serve como atestado da qualidade do avião. "E a chancela de uma Força Aérea operacional como a USAF. Não está mais em dúvida se esse avião é bom ou não, se ele cumpre ou não a missão explica o Brigadeiro Cima. O Presidente da EMBRAER Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar. disse que a empresa já está pronta para iniciar a construção das aeronaves. "Nosso compromisso é avançar com a estratégia de investimentos nos Estados Unidos e entregar o Super Tucano no prazo esperado e conforme o orçamento contratado", afirmou. Esta não é a primeira vez que uns avião é desenvolvido a partir de um requisito da FAB. Nascida na década de 60,a EMBRAER construiu o Bandeirante. Nas anos 80 e 90, o treinador Tucano, utilizado pelos cadetes brasileiros na Academia da Força Aérea, pode ser visto voando com as cores de mais 10 países, como França, Egito, Argentina e Peru. A versão construída sob licença no Reino Unido também serve para o treinamento dos pilotos da Royal Ai, Force e também do Quênia e Kuwait.
Nos anos 90, após um requisito da FAB, a EMBRAER transformou seu jato ERJ 145 em uma plataforma para missões de inteligência, reconhecimento e vigilância. As primeiras aeronaves,entraram em, serviço no Brasil, em 2002, mas agora também já podem ser vistas nas cores das Forças Aéreas do México, índia e Grécia, sendo que sete último pais utilizou o modelo em missões reais durante a ofensiva da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Líbia em 2011.
O próximo desafio é o KC-390, o maior avião ja projetado no Brasil. Após um contrato de desenvolvimento assinado entre FAB e EMBRAER em 2009, o projeto já ganhou parcerias de Portugal, República Tcheca, Chile e Argentina, todos já dispostos a adquirir unidades. Em 20I2, a BOEING, dos Estados Unidos, também assinou convênio com a EMBRAER para ajudar na comercialização do jato de transporte. O primeiro voo do KC-390 está previsto para 2014 e as primeiras entregas devem acontecer em 2016.
SUPER
TUCANO EM AÇÃO
Ataque de precisão
A cena
parece um jogo de vídeo game: uma lista negra aparece em destaque e, de
repente, enormes manchas aparecem na tela. Feitas a partir de um sistema de
visualização por infra--vermelho, chamados pela sigla FLIR (do inglês Forward
Looking Infrared), as imagens mostram a operação real de bombardeio de
urna pista clandestina na região amazônica. O ataque aconteceu em agosto de
2011 e foi realizado às três horas da manhã por quatro A-29 Super Tucano da
Força Aérea Brasileira. Cada A-29 lançou duas bombas de 230 Kg. o suficiente
para impedir que a pista de 1.400 metros de comprimento voltasse a ser
utilizada para atividades ilícitas na região de fronteira. Além dos sistemas de
navegação precisos o suficiente para sobrevoar a Amazônia em plena madrugada,
onde praticamente não há referências visuais, os pilotos da FAB puderam
utilizar na missão tecnologias como óculos de visão noturna (Night Vision
Googles- NVG) e computadores, que calculam automaticamente a hora certa
de atirar para acertar° alvo.Ataque de precisão
De acordo
com Tenente-Coronel Ricardo Assis, Comandante do Esquadrão Escorpião (1º/3º
GAV), de Boa Vista (RR), o SuperTucano pode cumprir muitas das missões que
poderiam ser realizadas por caças a jato, porém de forma mais econômica.
"As características de precisão. Baixo x custo de manutenção e de operação
fazem desta, uma das aeronaves com o melhor custo-benefício de sua classe
no mundo", diz.
Defesa continental
Fronteira tio Brasil com a Bolívia, quase horário do por do sul. Um avião monomotor entra ilegalmente no espaço aéreo brasileiro voando a apenas 5oo metros de altitude. Para surpresa do piloto irregular, dois A-29 aparecem e ordenam que o piloto entre em contato, mude sua rota e pouse em Cacoal (R0), onde seria interrogado pelas autoridades policiais. O estrangeiro se recusa a cumprir as ordens e reduz a sua altitude para 100 metros. A tensão aumenta. Após autorização vinda de Brasília (DF), o piloto de caça brasileiro faz um tiro de aviso com suas metralhadoras. Desesperado, o infrator musa sua aeronave em uma estrada de terra na zona rural de Alta Floresta d'Oeste (RO). Os Super Tucano, então, sobrevoaram a área até a chegada da Policia. Dentro da aeronave boliviana foram encontradas 176kg de pasta base de cocaína, o que poderia render mais de 800kg da droga. Dois dias depois, o traficante foi preso.
Esta missão real aconteceu no dia 03 de junho de 2009, e não foi a única do tipo. A partir de 1994, os aviões Tucano foram baseados próximos à fronteira para se contrapor à ameaça das aeronaves de pequeno porte que tentam invadir o espaço aéreo brasileiro. A partir dc 2005, os Super Tucano chegaram nessas Bases na fronteira.
De acordo com o comandante do Escorpião, para interceptar aeronaves de pequeno porte, mais lentas, o Super Tucano é melhor que caças supersônicos. "Aeronaves como o F-5 e Mirage quando têm que acompanhar as manobras feitas por aeronaves que voam em baixas velocidades são como peixes fora d'água", explica.
Defesa continental
Fronteira tio Brasil com a Bolívia, quase horário do por do sul. Um avião monomotor entra ilegalmente no espaço aéreo brasileiro voando a apenas 5oo metros de altitude. Para surpresa do piloto irregular, dois A-29 aparecem e ordenam que o piloto entre em contato, mude sua rota e pouse em Cacoal (R0), onde seria interrogado pelas autoridades policiais. O estrangeiro se recusa a cumprir as ordens e reduz a sua altitude para 100 metros. A tensão aumenta. Após autorização vinda de Brasília (DF), o piloto de caça brasileiro faz um tiro de aviso com suas metralhadoras. Desesperado, o infrator musa sua aeronave em uma estrada de terra na zona rural de Alta Floresta d'Oeste (RO). Os Super Tucano, então, sobrevoaram a área até a chegada da Policia. Dentro da aeronave boliviana foram encontradas 176kg de pasta base de cocaína, o que poderia render mais de 800kg da droga. Dois dias depois, o traficante foi preso.
Esta missão real aconteceu no dia 03 de junho de 2009, e não foi a única do tipo. A partir de 1994, os aviões Tucano foram baseados próximos à fronteira para se contrapor à ameaça das aeronaves de pequeno porte que tentam invadir o espaço aéreo brasileiro. A partir dc 2005, os Super Tucano chegaram nessas Bases na fronteira.
De acordo com o comandante do Escorpião, para interceptar aeronaves de pequeno porte, mais lentas, o Super Tucano é melhor que caças supersônicos. "Aeronaves como o F-5 e Mirage quando têm que acompanhar as manobras feitas por aeronaves que voam em baixas velocidades são como peixes fora d'água", explica.
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