Margaret Lincoln
Quando
falamos de genética humana hoje, tendemos a pensar em um campo muito complexo
de estudo que possui muitas promessas e variadas possibilidades. O potencial
para melhoramento da raça humana em termos de compreensão da origem de doenças,
tendo a habilidade de corrigir características físicas defeituosas no útero, a
possibilidade de criar traços desejáveis ou selecionar o sexo de uma criança
são todos parte das promessas que o mundo encontrou no campo da genética
humana. Grandes universidades pelo mundo têm tentado liderar as pesquisas nesta
área ao desenvolver e abrir vários cursos dentro do campo da genética e da
biologia molecular. Ao construir este ser humano “melhor”, esperamos construir
um mundo “melhor” com a profissão médica liderando a ação. O que muitos parecem
ter esquecido é que a ciência legítima de hoje tem muita de suas origens na
ciência, cientistas e médicos existentes na Alemanha entre o final do século
XIX até 1945. Neste período, a profissão médica alemã vendeu sua alma ao
Partido Nazista e a Hitler em um esforço para se recuperar o que era percebido
como prestígio perdido e experimentar a liberdade de praticar e expandir as
fronteiras da ciência da época. O resultado final tinha como objetivo salvar a
Alemanha e a cultura alemã e a purificação da raça alemã. Esta purificação
resultaria nos alemães assumindo seu “lugar de direito como senhores da Europa
e do mundo.”
A
profissão médica alemã ficou virtualmente calada em relação ao papel executado
na Alemanha de Hitler após a guerra. Mesmo que médicos tenham sido julgados por
crimes que eles tenham cometido em nome da saúde racial e da preservação da
Alemanha, a maioria dos médicos que foi igualmente cúmplice nos crimes cometidos
acabou ficando impune e continuou livre exercendo sua profissão.
Experimentação, morte misericordiosas, reprodução selecionada e tratamento
especial foram todos parte da área médica durante o reinado de Hitler. Sob
inspeção mais próxima, o que realmente ocorreu foi tudo menos esforços nobres
baseados no juramento de Hipócrates. A experimentação não era frequentemente
autorizada e se tratava de esforços sádicos para “avançar o conhecimento
científico”. Os assassinatos por misericórdia eram eutanásias conduzidas
somente com fins econômicos ou políticos. A “reprodução seletiva” e “tratamento
especial” eram eufemismos para a esterilização forçada de deficientes físicos e
mentais e extermínio dos indesejáveis, particularmente os judeus. Quem fez o
quê e por quê é examinado no livro Higiene
Racial: A Medicina segundo os Nazistas. O autor, Dr. Robert Proctor, tenta
explorar o papel das áreas médica e sanitária em criar e sustentar o “Reich de
Mil Anos”.
Proctor
inicia seu estudo examinando as origens da higiene racial. Um pioneiro-chave
neste campo foi Arthur Comte Gobineau. Seu trabalho, escrito entre 1853 e 55,
Ensaio sobre a Desigualdade da Raça Humana, ofereceu a premissa de que raça era
a força principal que movia toda a história. A partir desta perspectiva, a
vitalidade racial resultou na ascensão e queda de todas as grandes civilizações
ou raças. Como tal, ele tomou a posição que sua história racial era de fato uma
ciência.
À
medida que a ciência continuou a avançar na última metade do século XIX, as
pessoas começaram a olhar para ela como um meio de explicar tudo, desde as
origens da personalidade humana até o modo como as coisas são. Com estes novos
meios de olhar o mundo e a sociedade, vários grupos ideológicos adotaram
teorias científicas que tentavam oferecer meios de controle social e reformas.
A publicação de A Origem das Espécies,
de Charles Darwin, em 1859, provou ser um divisor de águas no campo do
determinismo biológico. Ele defendeu a ideia de que as raças divergiram
enquanto elas se adaptavam às condições ambientais locais. Suas ideias foram
distorcidas sociologicamente quando Sir Francis Galton aplicou as ideias de
Darwin à sociedade criando o que foi chamado de “Darwinismo Social”. Desde a
ascensão do movimento social-democrata na Alemanha, os darwinistas sociais
alemães tinham pouca confiança que a evolução pudesse levar a Alemanha à
grandiosidade. Rejeitando o liberalismo e a mentalidade de laissez-faire
abraçada pelos social-democratas, os cientistas sociais alemães optaram pela
intervenção estatal como o único meio de interromper o que eles viam como a
“degeneração” da espécie humana.
Esta
temida “degeneração” deu surgimento ao movimento eugênico na Alemanha, que foi
baseado em duas hipóteses-chave no final do século XIX:
(1) O campo da medicina
havia desequilibrado o “equilíbrio natural” ao permitir que os “fracos”
sobrevivessem.
(2) Os pobres e
deficientes estavam se reproduzindo a uma taxa que excedia a taxa de nascimento
de grupos mais habilitados na Alemanha.
Em
resposta a esses temores, o movimento eugênico alemão, ou higiene racial,
surgiu. Liderado pelo trabalho de Alfred Plötz, um alerta foi dado de que o
cuidado médico indiscriminado permitia ao “fraco” sobreviver à custa dos
“saudáveis”. Ele conclamou por uma visão mais ampla na sociedade em termos de
fazer o que era bom para a raça ao invés de realizar as necessidades ou desejos
individuais. Ele sentia que um “pensamento de higiene racial” poderia eliminar
a luta pela sobrevivência. A reprodução humana deveria ser controlada até que
as características raciais degenerativas fossem identificadas e eliminadas.
Esta ideia deu origem ao movimento eugênico negativo. Assim, Plötz advogou o
“melhoramento biológico da espécie humana”. Para promover suas ideias, ele, ao
lado de três pensadores que se identificavam com essas ideias, fundou a
Sociedade para Higiene Racial em 1905. A
associação a esta sociedade só era permitida se os indivíduos prometessem
abster-se de casamento com pessoas não qualificadas. Filiais dessa organização
começaram a surgir por toda a Alemanha.
Após
1910, o campo da higiene racial começa a popularizar-se na Alemanha. Com sua
principal preocupação centralizada na degeneração da raça, numerosas
organizações e revistas especializadas foram iniciadas e artigos foram escritos
explicando a necessidade de fazer algo para aumentar os nascimentos de
qualificados e a limitação da gestação de indesejáveis recebeu grande atenção,
além do medo associado com a queda da taxa de nascimentos na Alemanha. Muito
desta queda foi associada ao liberalismo e ao movimento feminista que
desvalorizava a maternidade e compelia as mulheres a trabalhar fora do lar. Nos
anos 1920, o crescimento da população estava equiparado à “aptidão racial” e à
força nacional. A vida familiar estava sendo destruída pelo feminismo e pelos
efeitos do pós-guerra. A higiene racial propunha um modo de reverter essa
destruição.
Enquanto
a Alemanha lutava contra as condições duras aplicadas pelo Tratado de Versalhes
e um governo de Weimar ineficiente, a higiene racial ganhou uma nova vida
dentro do movimento eugênico enquanto suas ideias também tornaram-se parte das
plataformas políticas de partidos emergentes de direita e esquerda. Os
questionamentos de a condição social ser um produto do ambiente ou da
hereditariedade começaram a mover-se mais solidamente para o campo daqueles que
defendiam o papel da hereditariedade. Como tal, o movimento eugênico era visto
como um movimento progressista e tornou-se um veículo para resolver os
problemas sociais. Um ponto-chave a reconhecer é que muitos daqueles que se
consideravam progressistas eram, de fato, totalmente favoráveis aos argumentos
nativistas[1] ou protofascistas. Já em 1895, Plötz considerava o homem branco a
raça superior na Terra. Assim, a supremacia nórdica tornou-se um elemento-chave
de muitas instituições emergentes criadas nos primeiros anos do século XX que
anteviam o povo alemão como a salvação da raça nórdica.
Entre
esses cientistas estavam Jean-Baptiste Lamarck (a herança das características
adquiridas) e August Weismann (o estudo de características adquiridas e a
habilidade de passa-las adiante). Os higienistas raciais nazistas aceitaram a
visão de Weismann que material genético era passado adiante independentemente
da socialização. Com a indicação de Weismann para membro honorário da Sociedade
para Higiene Racial, ele ganhou destaque nacional. Mais tarde, ele tornou-se
associado a muitas figuras-chave (eles eram seus estudantes) na politização do
movimento de higiene racial: Eugene Fischer, Fritz Lenz, Wilhelm Schallmayer e
Heinrich Ernst Ziegler. É importante ressaltar que as ideias da higiene racial
foram estabelecidas na Alemanha pelo corpo médico muito tempo antes de Hitler
chegar ao poder. De fato, este movimento tornou-se institucionalizado no
governo de Weimar com a criação do Instituto Kaiser Wilhelm de Antropologia,
Genética Humana e Eugenia (KWIA) em 1927.
O
KWIA tinha como missão principal conduzir pesquisa para combater a “degradação
física e mental do povo alemão”. Para este fim, foi decidido:
(1) Conduzir uma
avaliação antropológica do povo alemão;
(2) Pesquisar os
efeitos do álcool e de doenças venéreas no plasma germinativo[2].
(3) Análise das
tendências demográficas e genealogias; e
(4) Investigação
da transmissão genética da deficiência mental, comportamento criminoso,
desordens nervosas, etc.
O
apoio a este instituto veio do mais alto nível da política de saúde alemã.
Eugen Fischer, um dos primeiros diretores do KWIA e chefe da Sociedade para
Higiene Racial, caiu nas graças dos nazistas no início de 1933 quando ele
promoveu a ideia de que a mistura racial entre nórdicos não era
contraproducente. De fato, nesta época, ele defendeu que isto enriquecia a raça
e a cultura. Visto como moderado, os nazistas o substituíram na Sociedade para
Higiene Racial por Ernst Rüdin, porém ele permaneceu chefe do KWIA. Em julho de
1933, Fischer recuperou sua confiança com os nazistas ao declarar que eles
foram os primeiros a perceber que a cultura de um povo é o produto das
qualidades da raça. Portanto, era importante identificar e lidar com “doenças”
dentro do campo genético. Para este fim, ele criou seu próprio instituto. Até
1940, Fischer e seus colegas haviam publicado 550 artigos sobre higiene racial
e campos relacionados de estudo. Seus colegas cientistas e médicos tornaram-se
“especialistas raciais” que forneciam testemunho em tribunais relacionados a
esterilização obrigatória, pureza racial e paternidade. Estes “especialistas”
também eram escalados para ensinar professores, médicos e médicos da SS.
Em
1936 e 1937, o Dr. Kurt Gottschaldt começou o estudo com gêmeos sob os
auspícios do Instituto Fischer. Campos para gêmeos especiais foram criados ao
longo do Mar do Norte onde gêmeos eram exclusivamente estudados. O objetivo dos
cientistas do instituto residindo lá era estudar se os traços comportamentais
eram inerentes ou adquiridos. Financiado generosamente pelo Terceiro Reich, o
estudo dos gêmeos foi conduzido em um esforço para demonstrar de forma
definitiva que a hereditariedade era a chave para o talento e imperfeição humanas.
Os nazistas também investiram altas somas em 30 institutos para provar sua
linha de pensamento. A maioria do financiamento era conseguida através do Conselho
de Pesquisa Alemão (DFG).
Um
contribuinte importante nesta pesquisa em higiene racial foi Otmar von
Verschuer, que substituiu Fischer como diretor do KWIA em 1942. Entre 1943 e
44, ele recebeu fundos para conduzir uma análise do banco de dados sobre gêmeos
mantidos em campos de concentração. Este trabalho foi coordenado pelo Dr. Josef
Mengele, um antigo estudante de Verschuer que o ajudou no trabalho no KWIA.
Mengele forneceu ao instituto “material científico” que ele adquiriu em
Auschwitz. Este “material científico” incluía:
(1) Corpos de
ciganos assassinados;
(2) Órgãos
internos de crianças mortas; e
(3) Esqueletos de
judeus mortos.
(4) Amostras de
sangue de gêmeos infectados com tifo por Mengele; e
(5) Olhos.
(6) Membros
(braços e pernas)
Proctor
muda de uma análise das origens da higiene racial para a luta que garantiu a
transformação da medicina da higiene racial em ciência racial no Terceiro
Reich. Esta luta manifestou-se nas arenas regional, religiosa e política,
particularmente na questão da supremacia nórdica. A comunidade científica da
higiene racial dentro da Alemanha tornou-se dividida neste tema na metade dos
anos 1920. Apesar de a disputa ter sido resolvida em 1931, grandes movimentos
raciais varreram o país, particularmente na forma de Nacional Socialismo. Ainda
em 1930, muitos dos principais eugenistas identificaram-se com o movimento
nazista. Um dos principais eugenistas que carregaram a bandeira nazista e o
movimento racial nazista foi Fritz Leng.
Indicado
primeiro professor de ciência racial na Alemanha em 1923, ele ajudou a escrever
importantes livros alemães sobre genética e higiene racial durante os anos
entreguerras. Com o início da Segunda Guerra Mundial, ele solicitou participar
do Departamento de Raça e Reassentamento alegando ter conhecimento para o Plano
Geral do Leste[3]. Ele foi um dos primeiros a defender a “eugenia negativa”
para eliminar falhas genéticas e sofrimento humano. Sua influência em colegas
da área médica foi extensa e incluiu várias figuras-chave no futuro, como Eugen
Fischer (mencionado previamente) e Erwin Baur, que publicou uma obra de dois
volumes (Elementos de Genética Humana e
Higiene Racial) que influenciou fortemente o pensamento biomédico alemão
patrocinado pelos nazistas.
Lenz
escreveu o último capítulo do livro de Baur. Algumas de suas ideias-chave eram:
(1) As diferenças
mentais eram genéticas e podiam ser observadas entre os sexos e raças;
(2) Uma pessoa com
boa herança genética pode ser reconhecida;
(3) Negros e
mulheres sofrem retardo no desenvolvimento após a puberdade;
(4) Judeus são
reconhecíveis;
(5) Judeus imitam
outros povos para infiltrar-se;
(6) A raça nórdica
é a campeã da humanidade e foi decisiva em todas as descobertas e conquistas
graças ao seu intelecto superior;
(7) Os judeus
tiveram um certo papel construtivo na história;
(8) O valor
absoluto da raça sobre o individual;
(9) Os objetivos
sociais podem ser alcançados por meios raciais (higiene racial);
(10)Hitler foi o
primeiro político a reconhecer a importância da higiene racial como parte da
política de Estado; e
(11)Nunca houve
raças puras e devemos distinguir entre raça e Povo (Volk).
Consequentemente,
Lenz assumiu o que foi considerado uma visão “objetiva e neutra
cientificamente” da higiene racial. Sua higiene racial estava disfarçada de
ciência, o que, por sua vez, legitimou muitas das percepções e preconceitos da
época. Simultaneamente, esta neutralidade e objetividade abriram as portas para
a classificação e distinção entre as raças. Assim, a ciência usada por Lenz
defendeu o preconceito e estabeleceu a visão de mundo sobre mulheres e judeus
que era central à ciência racial nazista. Hitler, enquanto “médico do povo
alemão”, ministrava essa ciência.
Os
médicos na causa nazista foram o próximo assunto abordado por Proctor. Os
médicos foram alguns dos primeiros entusiastas do Nacional Socialismo. Em 1929,
um grupo de médicos alemães formou a Liga Nacional Socialista de Médicos
Alemães (NSDÄB) durante o congresso do partido em Nuremberg.
Seu
propósito era coordenar as políticas médicas nazistas e eliminar a influência
do bolchevismo judaico na comunidade médica alemã. O NSDÄB ficou responsável de
fornecer ao Estado e ao Partido especialistas em todas as áreas da biologia
racial e saúde pública. Os médicos foram o primeiro grupo profissional a se
associar em grande número ao partido nazista. De fato, cerca de 45% de todo
corpo médico alemão era filiado ao NSDAP; destes, 26% eram membros da SA (Tropa
de Assalto) e 7% da SS. Os médicos aderiram entusiasticamente ao nazismo pelos
seguintes motivos:
(1) Oportunismo
profissional;
(2) A crença que o
NSDAP era um partido conservador e nacionalista;
(3) Problemas
profissionais eram colocados sob responsabilidade de judeus e marxistas;
(4) A promessa
nazista de melhorar o estoque genético alemão;
(5) A crença de
que os nazistas interviriam nas companhias de seguros, que estavam restringindo
a escolha do médico pessoal pelos associados; e
(6) O NSDAP daria
uma posição especial para eles dentro do partido.
Não
foi muito tempo após a tomada de poder por Hitler que a profissão médica foi
coordenada ou unificada em uma estrutura que estava subordinada ao NSDAP. De
fato, em abril de 1933, a profissão médica estava totalmente incorporada ao
Estado nazista. Em agosto do mesmo ano, todo o corpo médico fez juramento de
lealdade a Hitler. O líder da profissão médica era Gerhard Wagner, que
respondia somente a Hitler.
As
perspectivas médicas mudaram uma vez que o corpo profissional ficou alinhado
com os nazistas. Temas como cuidados com a saúde, medicina curativa e higiene
individual ficaram de lado. Eles foram substituídos por liderança saudável,
medicina preventiva e higiene racial, respectivamente. Tornou-se necessário
distinguir entre vida valiosa e vida “inútil”. Cuidado com a saúde estava
focada agora tanto no forte quanto no fraco. Sob a liderança nazista, a
imprensa médica especializada transformou-se, assim como as ofertas nas
faculdades de medicina e as prioridades na pesquisa médica. Mais significativo
ainda foi o controle do NSDAP na profissão determinando quem poderia e quem não
poderia exercer o ofício.
Fundamental
para a disseminação da nova ideologia racial foram as revistas especializadas e
as faculdades. Com cerca de 200 revistas à sua disposição, os nazistas
decidiram usá-las inicialmente como um meio de “voltar com o pensamento e
sentimento alemães”. Em 1933, isto começou com a retirada dos judeus da
profissão e do meio acadêmico. Assim, as revistas foram usadas para promover a
visão de mundo nazista e informar seus assinantes a respeito da política racial
onde o sangue tornou-se a base da raça.
Sob
ordens diretas de Goebbels, o currículo das faculdades de medicina foram
alterados para incorporar o estudo de higiene racial dentro dos campos de
antropologia e psiquiatria. Todos os estudantes de medicina alemães eram
obrigados a frequentar as academias de Berlim e Munique onde esses novos cursos
eram ministrados. O número de estudantes matriculados em cursos de ciência
racial continuou a crescer até 1944. Para garantir que os futuros médicos da SS
receberam treinamento ideológico apropriado, todos os possíveis candidatos eram
obrigados a estudar na Escola Médica do Führer em Alt-Rehse, que foi criada em
1935. Seu objetivo era fornecer “treinamento moral, mental e manual para
potenciais jovens médicos, enfermeiros e parteiras.”
Os
médicos alemães deveriam tornar-se os líderes do Povo. Como tais, eles deveriam
ser capazes de se identificar com as pessoas. Logo, além dos estudos, eles
seguiam um regime de exercício e trabalho manual para liga-los ao “solo e
sangue”. A higiene racial era vista como uma atitude espiritual baseada na
ciência (Weltanschauung). Com efeito,
ciência e política estavam unidas entre si. Com a criação do Departamento de
Política Racial em maio de 1934, toda propaganda e educação para o povo e
higiene racial estava coordenada. Chefiado pelo Dr. Walter Gross, este
departamento foi responsável pelos programas raciais do Terceiro Reich,
incluindo a Lei de Esterilização, a esterilização dos Bastardos da Renânia (n.
do T.: crianças mestiças resultante do cruzamento de mulheres alemãs com
soldados africanos a serviço da França), as Leis de Nuremberg e a educação do
povo para a necessidade das políticas raciais. Estes programas receberam total
apoio financeiro da Fundação Rockfeller.
Para
convencer os médicos alemães da causa nazista, o NSDAP tomou medidas para
assegurar sua lealdade. O primeiro passo foi lidar com os “elementos
inapropriados e não confiáveis” na profissão médica alemã. Não era uma
referência nada sutil aos judeus. Os judeus perfaziam cerca de 13% de todo o
corpo médico na Alemanha. Em Berlim, eles compunham cerca de 60% e na Áustria
eram cerca de 67%. Isto era um fator brutalmente desproporcional tendo em vista
que na época os judeus eram cerca de 1% da população. Os judeus eram acusados
de enfraquecer a profissão e o sangue alemão. Com a aprovação da Lei para a
Restauração do Serviço Público em 7 de abril de 1933, os judeus foram expulsos
do funcionalismo estatal. Eles não poderiam participar de programas de
seguridade social nem ensinar em escolas de medicina ou qualquer outra
faculdade. Com a Regulamentação dos Médicos do Reich aprovada em 13 de dezembro
de 1935, os médicos judeus que estavam trabalhando em clínicas particulares ou
como profissionais liberais após terem sido expulsos do serviço público foram
novamente obrigados a deixar a profissão. Os médicos judeus só poderiam agora
exercer a profissão se seus clientes fossem judeus. Isto permitiu que médicos
“alemães” finalmente pudessem ascender na carreira. Estes médicos apoiaram os
nazistas, os quais, por sua vez, deram a eles prestígio e poder.
Proctor
usa o capítulo quatro para examinar a Lei de Esterilização. Em junho de 1933,
um Comitê especializado em Questões da População e Política Racial foi formado
pelo Ministro do Interior, Wilhelm Frick, para planejar o futuro da política
racial nazista. Uma nova política racial era desesperadamente necessária pelos
seguintes motivos:
(1) Havia um
declínio da taxa de nascimentos que impactava, por sua vez, na quantidade e
qualidade dos nascimentos;
(2) O tamanho da
população idosa estava crescendo;
(3) A propensão
para uma família com apenas dois filhos;
(4) O aumento da
população judaica;
(5) O aumento do
número de crianças mestiças; e
(6) O aumento
dramático do número de indivíduos apresentando algum tipo de deficiência, cerca
de 20% da população.
Em
julho de 1933, a Lei para Prevenção de Prole com Doenças Genéticas foi aprovada
autorizando a esterilização de um indivíduo se na opinião de uma comissão de
saúde genética um indivíduo sofresse de uma doença genética severa. Nesta
época, doença genética incluía tudo desde retardamento mental, esquizofrenia,
insanidade maníaco-depressiva até cegueira, surdez e alcoolismo.
A
primeira lei de esterilização foi aprovada nos Estados Unidos em 1907. Outras
nações seguiram. Em 1917, a Alemanha ainda estava sem uma lei de esterilização
e muitos higienistas raciais temiam que a Alemanha pudesse ficar atrás daquelas
nações que estavam regulando suas populações. A Alemanha olhou em direção dos
EUA e o conhecimento necessário para provar os resultados terríveis da
reprodução pobre. A Alemanha também invejava os EUA por sua política
imigratória restritiva. Com o tempo, houve uma tremenda colaboração entre os
eugenistas americanos e alemães. Com os nazistas chegando ao poder, uma série
de campanhas midiáticas surgiu para conscientizar a população sobre a
importância da higiene racial. Pelo fato de os nazistas anteverem uma lei de
esterilização sendo implantada em grande escala, eles realçaram os benefícios
que a Lei de Esterilização teria sobre a raça e a economia. Tribunais de Saúde
Genética e uma burocracia associada foram criados para determinar não apenas
quem seria esterilizado, mas também quem poderia se casar. Advogados e médicos
frequentavam esses tribunais e eram os responsáveis pelas decisões. Professores
eventualmente eram chamados para dar sua opinião.
Entre
1933 e 45, oito grandes leis raciais foram aprovadas no sentido de restringir
os fracos, fortalecer a raça e aumentar a taxa de nascimentos. Aqueles
designados para esterilização eram obrigados a acatar a decisão da corte ou
seriam enviados para campos de concentração. Médicos pesquisavam meios rápidos
e indolores de esterilização dos pacientes. No período mencionado acima, cerca
de 400 mil alemães foram esterilizados. Dentre eles, cerca de 500 Bastardos da
Renânia (Rheinlandbastarde) em 1937.
Com o início da Segunda Guerra, a esterilização foi substituída pelo Programa
de Eutanásia T-4, aproximadamente 70 mil deficientes físicos e mentais foram
executados em nome da saúde e da economia.
Uma
discussão da política social nazista e o papel das mulheres foi o próximo
passo. Os nazistas queriam as mulheres em casa e cuidando das crianças.
Incentivos financeiros e reconhecimento público eram oferecidos às mulheres que
tivessem filhos, sendo uma família com quatro filhos o ideal. Em 1938,
funcionários públicos tinham que ser casados, aqueles casados por cinco anos
sem filhos eram multados e mulheres inférteis poderiam ser ter o divórcio
decretado. O aborto só era permitido se a vida da mãe corresse risco. Durante a
guerra, mesmo mulheres não-alemãs, mas que tivessem traços germânicos, eram
proibidas de praticar o aborto. Em um esforço desesperado de aumentar a
população, chegou-se ao ponto de incentivar as mulheres a ter relações sexuais
extraconjugais. Para manter as mulheres em casa, elas não tinham direito a
estabilidade no emprego, seguro desemprego, a menos que tivessem 35 anos de
idade ou mais, e a cota para estudantes femininos era de 10%.
Os
nazistas mandaram as mulheres para casa para reduzir o desemprego e enfraquecer
o movimento feminista. Para Hitler, o lar era o campo de batalha da mulher.
Para um professor, os ovários de uma mulher eram uma fonte de recursos e
propriedade do Estado alemão. Como resultado do retorno das mulheres ao seu
papel tradicional, houve um aumento na taxa de nascimentos (entre 15 e 20%).
Contudo,
ideologia e realidade não casaram quando o Plano Quadrienal foi iniciado
objetivando a preparação do país para o que viria a ser a Segunda Guerra
Mundial. Em 1938, 36% das mulheres alemãs recebiam salário. Apesar dos
incentivos e da propaganda, o número de mulheres trabalhadoras naquele ano era
mais do que o dobro de 1929. As razões para isso foram a reintrodução do
serviço militar compulsório, a necessidade de aumentar a produção industrial e
a aceitação de salários mais baixos. Pela importância que elas tinham na
economia e a necessidade do rearmamento, os nazistas acabaram tolerando sua
presença fora do lar. Em virtude disso, foram criadas creches dentro das
fábricas para garantir o interesse da mulher na maternidade.
O
número de mulheres atuando na profissão médica também aumentou, mesmo que não
fosse permitida a prática. Após a lei de julho de 1938 ter sido aprovada e os
judeus excluídos de exercer medicina, pareceu lógico as mulheres preencherem o
vazio deixado por eles. Quando a guerra iniciou, as mulheres obtiveram
autorização de praticar medicina e mesmo médicos judeus foram recontratados.
O
papel do antissemitismo na comunidade médica alemã é analisado a seguir. Os
médicos tiveram um papel fundamental na implantação das Leis de Nuremberg. Essas
leis criavam uma distinção entre cidadão e residente. Judeus e mulheres
solteiras eram classificados como residentes e, assim, estavam excluídos das
garantias da cidadania plena, isto é, judeus não tinham direitos políticos.
Casamento e sexo com um judeu estavam proibidos e os judeus eram classificados
de acordo com sua ancestralidade judaica, ou seja, em relação ao número de avós
judeus que a pessoa tinha.
A
Lei de outubro de 1935 para Proteção da Saúde Genética do Povo Alemão (Lei da
Saúde Conjugal) proibia casamentos entre pessoas se havia potencial para dano
racial. Aqueles possuindo doenças genéticas poderiam se casar somente se fossem
esterilizados. Qualquer tipo de “tráfico sexual” com um judeu era ilegal já que
isso era visto como “poluição racial”.
A
profissão médica assumiu a dianteira em promover e explicar estas leis e
justificar sua importância. As revistas médicas eram usadas para publicar gráficos
explicando as várias classificações da raça definidas pelas leis. Eles
demonstravam com estes gráficos e outras mídias e anúncios o impacto danoso que
a mistura racial teria no sangue alemão e na Alemanha. A profissão médica
defendia as leis como ferramentas necessárias para “ajudar a proteger o ‘corpo’
alemão contra a invasão de ‘elementos raciais estrangeiros’” e ajudar a “limpar
o ‘corpo’ do Povo”. Logo, no sentido de ter os vários trechos da legislação
antissemita aprovada pelos nazistas, vários especialistas defenderam “políticas
raciais positivas” (e.g., a dissolução de casamentos inter-raciais) para
compensar “políticas raciais negativas” (e.g., Lei da Esterilização). Estas
políticas positivas foram planejadas para proteger a herança genética e,
consequentemente, separar arianos de não-arianos. O que complicou para os
nazistas foi o fato de que muitos judeus converteram-se ao Cristianismo como uma
forma de burlar a lei. Desde que a ancestralidade judaica não seguia mais uma
“linha confessional” médicos como Walter Gmelin, chefe da Secretaria de Saúde
de Schäbisch-Hall (n. do T.: cidade
localizada no estado de Baden-Württemberg) defendeu que os médicos
especializados em genética estabelecessem uma base científica para as políticas
raciais nacionais. Para Gmelin, isto significava o estabelecimento de um
registro genético, as pessoas obrigadas a carregar um passe de saúde e a
criação de escritórios raciais.
A
miscigenação racial tornou-se uma preocupação importante. Na Alemanha, onde os
judeus eram muito assimilados e geralmente não tinham uma “aparência judaica”,
isso criou uma grande preocupação entre os puristas raciais. Os estudos de
Fischer e Lenz haviam mostrado “conclusivamente” o impacto negativo da mistura
racial. Prevenir isso tornou-se uma obsessão para os nazistas e a SS assumiu o
comando. Ainda em 1931, a SS exigiu que seus membros seguissem regras
específicas para prevenir que se casassem com mulheres que não estivessem
dentro dos padrões raciais estabelecidos. O Departamento Racial (Rasseamt) da SS foi criado para observar
todos os casamentos envolvendo membros da organização. Os regulamentos previam
que todos os casamentos ou relacionamentos deveriam ser analisados e aprovados
por médicos da SS. Mais tarde, o Rasseamt
também se envolveu em casamentos civis. Além disso, centros de aconselhamento
foram estabelecidos e panfletos foram publicados para promover escolhas
saudáveis no casamento baseadas na higiene racial.
O
poder desses centros aumentou significativamente com a aprovação das Leis de
Nuremberg já que eles emitiam certificados de aptidão racial. Consequentemente,
o papel dos médicos que faziam parte desses centros também cresceu. Era
esperado que a informação coletada nesses centros pudesse fornecer, finalmente,
a base de dados genética do povo alemão.
Com
o aumento de poder dos médicos, tornou-se ainda mais premente a expulsão dos
judeus dessa profissão. O antissemitismo na profissão médica também já tinha
uma longa história que tinha raízes sociais e econômicas. Muitos médicos judeus
fugiram da Rússia após a Revolução Bolchevista de 1917 e emigraram para a
Alemanha, causando uma superlotação na atividade. Sob Bismarck, a profissão
médica viu uma burocratização, socialização e cientização. A burocratização da
profissão presenciou o desenvolvimento de salas de espera, agendamento de
consultas e serviços centralizados. Em outras palavras, a medicina tornou-se um
negócio. Com o crescimento das companhias de seguros, a medicina foi
“socializada” de modo que práticas individuais foram substituídas por ações garantidas
por seguros. A cientização da profissão ocorreu devido à criação de grandes
clínicas dotadas de laboratórios especializados desenvolvidos por universidades
e indústrias. Para muitos médicos alemães, essas mudanças não eram bem-vindas e
eram resultado da influência crescente dos judeus na profissão. Assim,
organizações como a Hartmannbund
foram criadas para fortalecer a posição dos médicos particularmente vis-à-vis
as seguradoras dominadas por judeus.
Os
nazistas exploraram a tradicional relação médico/paciente em extinção ao criar
propaganda que apresentava o médico judeu como um “explorador” e um “perigo
especial” para o povo alemão. As revistas médicas eram usadas para firmar a
posição que os judeus mantinham uma hegemonia não-natural no campo que
precisava de uma retificação. Uma vez que os nazistas tomaram o controle das
universidades e organizações médicas, passos dramáticos foram dados para
“retificar o problema”. Leis como a Lei Contra a Superlotação das Escolas
Alemãs (abril de 1933) e a Lei do Funcionalismo Público (abril de 1933) foram
aprovadas. Entretanto, esforços nesta época para usar o tipo sanguíneo para
identificar a ascendência judaica foram inconclusivos. Mesmo assim, os judeus
foram expulsos da vida acadêmica em grande número à medida que os nazistas
implantavam seus controles raciais. De 1933 a 39 quase 70% dos judeus alemães
deixaram o país. Aqueles que permaneceram não possuíam os meios necessários
para ir embora, particularmente após o pogrom de novembro de 1938 (Kristallnacht). Este ano foi marcado
pelo antissemitismo extremo. Houve pelo menos 15 medidas legais contra os
judeus emitidas. Entre essas leis estava a revogação de todas as licenças
médicas dos judeus, sua expulsão dos consultórios, perda da aposentadoria e
benefícios de pensão e a absoluta proibição de médicos judeus tratarem pessoas
de sangue alemão. Ao todo, de 1933 a 1941, foram aprovadas mais de 250 leis e
decretos excluindo os judeus da vida pública.
O
Capítulo oito apresenta a “visão orgânica” da ciência racial nazista. Esta
visão “orgânica” era essencialmente um retorno mais natural à terra e tipo de
existência. Seus objetivos eram escapar dos problemas e complexidades da
civilização moderna. Com o crescimento dos médicos formados em universidade a
partir de meados do século XIX, um conflito cresceu entre a “nova prática” e a
“medicina rural popular”. Nos anos 1920 e 30, a medicina tornou-se
cientificamente embasada e especializada. Simultaneamente, aparentemente surgiu
uma crise na saúde por um aumento na taxa de doenças. Portanto, a eficácia da
nova medicina foi colocada em dúvida e o apoio nazista à velha medicina ganhou
força. Os nazistas reviveram e regularam essas antigas práticas. Para garantir
que os métodos naturais se encaixavam na visão nacional socialista do mundo,
eles foram associados ao Darwinismo Social, higiene racial e à supremacia da
raça nórdica.
Os
nazistas pretendiam substituir o tratamento químico moderno por métodos
orgânicos naturais de vida e tratamento. Já que os judeus dominavam a profissão
e a nova medicina, os nazistas apresentaram isso como uma substituição pela
medicina alemã natural. Assim, consumir pão integral ao invés do pão comercial,
abster-se de álcool e fumo e evitar toxinas ambientais promovia um estilo de
vida mais saudável. O novo estilo de vida natural abriu muitas oportunidades
para a SS, enquanto organização econômica, desde sucos de frutas até água
mineral embalada. De fato, no final da Segunda Guerra Mundial, a SS controlava
cerca de 75% da produção de água mineral na Alemanha. Portanto, o objetivo
final da medicina nazista era abandonar a medicina corretiva e estimular a
medicina preventiva.
A
atitude nacional socialista em relação à taxa de nascimentos é um bom exemplo
do quão longe eles apoiavam esse movimento “orgânico”. A obstetrícia recebeu um
novo estímulo e completo apoio, tanto ideologica quanto financeiramente. O nascimento
era um evento natural e a intervenção médica somente ocorreria como último
recurso. Para estimular a amamentação, as mulheres recebiam pagamento. Se suas
crianças não precisassem mais de leite, elas eram encorajadas a doá-lo.
Novamente,
política e realidade entraram em rota de colisão. Isto ficou óbvio quando os
nazistas foram incapazes de reconciliar o movimento natural com o movimento
para criar uma raça melhor. Muitos dos médicos que apoiavam o Nacional
Socialismo o fizeram porque esperavam que pudessem se sobrepor aos praticantes
da medicina natural. Os nazistas também encontraram resistência nas seguradoras,
na burocracia médica e na indústria farmacêutica. O primeiro passo tomado em
direção de consertar esse desarranjo foi dado em fevereiro de 1939, quando foi
exigido que todos os curandeiros fossem registrados no sentido de praticar o
ofício. A mesma lei dissolveu todas as escolas de curanderia e proibiu a
criação de novas. Aprendizes não poderiam ser treinados. Nesta época, contudo,
os nazistas fizeram o que eles esperavam apoiar a medicina natural. Eles
ligaram de forma bem sucedida este naturalismo com as glórias passadas e,
assim, deram esperança para o futuro. De uma perspectiva militar, o movimento
naturalista ajudou a preparar o povo alemão para a escassez que resultaria uma
vez iniciada a “guerra da sobrevivência” que Hitler anteviu.
Uma
questão óbvia que Proctor busca em seguida é se houve resistência ao plano
nazista por parte dos profissionais da saúde na Alemanha. Grupos comunistas
forneceram a resistência mais sistemática
e sustentada. Estes grupos ajudaram os judeus com passaportes falsos e
certificados de identidade ariana. Formas impressas de resistência estavam
geralmente na forma religiosa. Outros protestos vieram daqueles que reclamaram
da perda de erudição que ocorreu com a exclusão dos judeus da vida acadêmica e
profissional alemãs. Porém, as condições econômicas após a Primeira Guerra
Mundial colocou solidamente a classe médica a favor do Nacional Socialismo.
Hiperinflação, fome, pobreza, guerra civil e uma crise na saúde pública
provocaram o alinhamento político da comunidade médica.
Notas:
[1]
Nativismo: atitude ou política de favorecer os habitantes nativos de um país
(p.ex., em detrimento dos imigrantes).
[2]
Teoria de que “Plasma Germinativo” (Células germinativas, particularmente seus
cromossomos) é separado e inteiramente imune a qualquer influência do “soma” (o
resto do corpo), que meramente transmite o plasma germinativo através das
gerações.
[3]
O Generalplan Ost (GPO) foi um plano secreto da Alemanha
Nazista de genocídio e limpeza étnica, concebido para ser realizado nos
territórios ocupados pela Alemanha no Leste Europeu durante a Segunda Guerra
Mundial.
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