A Rússia espera começar a aquisição em série destes aviões dentro dos
próximos 10-11 anos. Isto coincide aproximadamente com os prazos da
implementação de tais programas norte-americanos como a projeção do bombardeiro
B-1B Lancer e do pesado bombardeiro estratégico discreto B-2 Spirit.
Aparentemente, o novo avião russo será semelhante ao norte-americano B-2, mas
num novo nível: ele terá uma velocidade subsônica e baixa visibilidade em
radar.
Se os construtores tratarem principalmente de repetir as soluções
norte-americanas, isso reduzirá os riscos de atraso do projeto. No entanto,
estes riscos são grandes: um bombardeiro estratégico é um sistema extremamente complexo
e dispendioso. Tanto nos EUA como na URSS, esses projetos foram acompanhados
por inúmeros fracassos e escândalos.
Além do difícil e tecnicamente arriscado programa de desenvolvimento do
avião haverá também a questão da viabilidade da produção em massa. A principal
tarefa de um bombardeiro estratégico moderno é servir como uma plataforma para
o lançamento de mísseis de cruzeiro de médio alcance. Tais mísseis são usados
sem entrar na zona da defesa aérea inimiga. Os mais recentes mísseis de cruzeiro
russos X-101 têm um alcance superior a 5.500 quilômetros. Para aviões
portadores de tais mísseis é importante o alcance de voo, a disponibilidade de
meios eficazes de controle de fogo, equipamentos de navegação sofisticados e
carga útil significativa.
Também estão dotados destas qualidades os aviões que a Rússia já tem,
como o Tu-95MS, construídos na década de 1980 e que ainda podem ser usados por
décadas, passando por modernizações. Provavelmente, a Rússia procura criar um
bombardeiro de longo alcance apto para atuar numa maior variedade de cenários
de conflitos locais. Tal avião, em particular, poderia atingir objetos bem
protegidos com poderosas bombas de trajeto ajustável, ou atacar alvos móveis,
como navios.
Trabalhos semelhantes de desenvolvimento de um bombardeiro discreto de
longo alcance de nova geração estão atualmente em andamento na China. Se a
Rússia poderá ainda durante um londo tempo usar os aviões disponíveis Tu-95 e
Tu-160 na solução de muitos problemas, a China não tem tal possibilidade. Mesmo
o mais recente bombardeiro H-6K não pode atacar o território continental dos
Estados Unidos e não pode reabastecer no ar.
No passado, a Rússia e a China têm discutido a possibilidade de
fornecimento de bombardeiros Tu-22M3 à China, mas não conseguiram conciliar
suas posições. Agora, quando os dois países estão trabalhando em projetos
semelhantes em propósito e extremamente caros, a cooperação e coordenação de
esforços ajudariam a corrigir o erro anterior. A estreita cooperação na criação
de um tão importante sistema de armamento como um bombardeiro estratégico
poderia reforçar a confiança mútua e permitiria economizar quantias
significativas.
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