terça-feira, 30 de abril de 2013

[POL] O Tutor Renegado de Hitler

Benjamin Ziemann

History Today, Vol. 63, no. 1, 2013

 
Karl Mayr é frequentemente descrito como o genitor político de Hitler ou algo parecido. Como chefe do departamento de propaganda e inteligência no grupo de comando bávaro do Reichswehr, Mayr organizou cursos de instrução política em junho de 1919. Um dos participantes foi certamente o cabo de infantaria Adolf Hitler. Consciente de seu talento retórico, Mayr o recrutou para conduzir trabalho de propaganda adicional e agir como infiltrado e informante. Naquele trabalho, em setembro de 1919, Mayr ordenou a Hitler assistir a um encontro do Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP) e relatar as atividades de um dos muitos grupos nacionalistas de extrema direita na Munique pós-revolucionária. Ao longo dos próximos meses, Mayr estava quase em contato diário com seu empregado, seguindo e apoiando todos os seus movimentos. Em relação ao seu trabalho, Hitler estava rapidamente encontrando sua voz política e desenvolvendo um papel crescente dentro do partido. Quando ele anunciou o novo manifesto do renomeado NSDAP em fevereiro de 1920, ele ainda estava na folha de pagamento do Reichswehr como subordinado de Mayr. Sem o apoio de Mayr, Hitler talvez jamais tivesse entrado na política. Para Mayr, por outro lado, o apoio  sistemático dos grupos populares e antirrepublicanos em 1919 e 1920 provou ser somente um episódio de curta duração em sua própria trajetória política.

 
Quem foi este mestre de fantoches Mayr, o solitário oficial do exército cujos trabalhos secretos atraíram suspeita mesmo de seus colegas políticos mais próximos? Por que ele abandonou o nascente partido nazista e voltou-se para a democracia social e o quão sincero ele foi em sua conversão? Explorando estas questões revela-se uma vida turbulenta que terminou em tragédia. Mesmo assim, o ativismo de Mayr, visto no contexto de uma organização em massa de republicanos devotos, ajuda a desafiar um estereótipo historiográfico de que a democracia de Weimar tinha falta de apoio substancial.

O Putsch Kapp

Karl Mayr nasceu em 1883 na cidade de Mindelheim na Suábia Bávara e cresceu no ambiente confortável e respeitável de uma família católica de classe média. Após conseguir o diploma de ensino médio em 1901, ele juntou-se ao exército bávaro como oficial de carreira. Escalando os postos, Mayr chegou a tenente por volta de 1911. Quando a guerra eclodiu em 1914, ele foi convocado para a recente força aérea bávara, porém voltou ao serviço no regimento de infantaria em 1915 e foi promovido a capitão no mesmo ano. De setembro de 1916 a janeiro de 1918, Mayr serviu como oficial do alto comando com o Corpo Alpino Bávaro. Ao seu próprio pedido, ele voltou ao front nos meses finais da guerra, incluindo um breve período no exército do Império Otomano, o aliado problemático da Alemanha. Na época em que saiu de licença por um breve período em fevereiro de 1919, Mayr era um oficial altamente condecorado, tendo sido condecorado não somente com a Cruz de Ferro de Primeira e Segunda Classes, mas também condecorações bávaras, prussianas e turcas importantes. Não há evidências de suas opiniões políticas até este ponto, mas em abril de 1919, quando os comunistas tomaram o poder e transformaram Munique e outras partes do sul da Baviera em uma república socialista, Mayr não hesitou em se juntar a uma unidade de defesa que ajudou a combater os revolucionários de dentro do estado. Mesmo antes de ele retornar ao exército em maio de 1919, como chefe do departamento de propaganda em Munique, seu anti-bolchevismo era profundamente sentido e sincero.

Em sua nova função no departamento de inteligência, Mayr foi absorvido pelo ambiente crescente de anti-bolchevismo, antissemitismo e de grupos separatistas e partidos dissidentes que pipocavam na Baviera, tranformando-a na “célula de ordem” auto-declarada contra o levante revolucionário. Um dos contatos principais da direita antirrepublicana no Reichswehr, Mayr estava também envolvido nas preparações do Putsch Kapp em março de 1920, quando parte dos militares, combatentes Freikorps e nacionalistas radicais tentaram derrubar o governo do Reich. A ação coletiva da classe trabalhadora em uma greve geral atrapalhou o golpe. Mas na Baviera o golpe forçou a minoria do gabinete do primeiro-ministro social democrata Johannes Hoffmann a renunciar. Escrevendo em setembro de 1920 para Wolfgang Kapp, o líder epônimo do putsch, Mayr falou de seu papel ativo nos eventos de março último e relatou sobre o “partido nacionalista dos trabalhadores” que ele estava apoiando para fortalecer o renascimento nacional. Entretanto, nesta época ele já havia deixado o exército.

Mayr abandonou o Reichswehr por sua própria iniciativa em julho de 1920, tendo alcançado o posto de major e direito a pensão completa. A razão mais provável foi sua oposição aos planos separatistas de separar a Baviera do resto do Reich. Isto foi discutido nos círculos do Partido Popular Bávaro (BVP) de tendência conservadora católica, o qual governava o estado após a renúncia de Hoffmann. No mesmo mês, Mayr publicou documentos sobre as tendências separatistas no BVP, uma atitude que ofendeu os colegas militares, alguns dos quais estavam envolvidos, e tornou sua posição no exército gradativamente insustentável. Nos meses seguintes, Mayr tentou ganhar influência no partido nazista, o qual ele próprio ajudou a criar. Como ele mais tarde confidenciou a camaradas do Partido Social Democrata (SPD), ele esperava em 1921 que o NSDAP pudesse funcionar como um equivalente ao defunto Nationalsozialer Verein (1896 – 1903).   Neste partido, o político protestante Friedrich Naumann, um dos mais proeminentes liberais sociais da falecida Alemanha Imperial, tentou oferecer uma alternativa moderada ao socialismo, que reconciliava o liberalismo nacionalista com tentativas de melhoria das condições da classe trabalhadora. Mas estas esperanças foram desapontadas e Mayr abandonou o NSDAP em março de 1921.

Para Mayr voltar-se subsequentemente à política democrática, duas relações foram de importância decisiva. Em abril de 1922, ele contatou o professor Hans Delbrück, o decano de história militar alemã. Enviando-lhe um manuscrito sobre o papel de Erich Ludendorff como chefe do Comando Supremo do Exército, Mayr  sinalizou seu interesse em uma crítica fundamental da estratégia de guerra alemã. Delbrück era simpático à ideia, já que ele tinha suas próprias dúvidas sobre os objetivos exagerados dos militares alemães na Grande Guerra. Nos anos seguintes, Mayr era um convidado regular de seu círculo “das quartas-feiras noturnas” em Berlim, nas quais a elite intelectual liberal-conservadora da capital troca ideias. Delbrück apoiava um plano para encontrar uma posição para Mayr no Reichsarchiv em Postdam, que mantinha os registros do exército alemão, mas sem sucesso. Não havia lugar para o ex-major dissidente em uma instituição que era tão associada ao Reichswehr e interessada em dar uma interpretação positiva ao esforço de guerra germânico. Escrevendo a Delbrück em abril de 1923, Mayr descreveu-se como um “republicano da razão”, como alguém que aceitava a República de Weimar mais por conveniência do que por convicção. Neste ponto, sua transformação política ainda não estava completa totalmente.

Contato decisivo

O outro contato de Mayr foi muito mais decisivo em sua mudança para a esquerda republicana moderada. No outono de 1921, ele se aproximou de Erhard Auer, o igualmente excêntrico e enérgico chefe do Partido Democrático Social Bávaro. Nos meses seguintes, Mayr forneceu a Auer documentos confidenciais sobre as atividades separatistas dentro do BVP governante e entre seus contatos de alto nível na aristocracia bávara, a polícia de Munique e oficiais do Reichswehr. Auer publicou alguns destes documentos no jornal do partido Müncher Post. A revelação pública do conhecimento íntimo de Mayr a respeito da direita radical aproximou-o do SPD. Como mais tarde ele descreveu, ele tentou “acostumar-se com o movimento social democrata” gradualmente. Ele juntou-se ao partido formalmente em 1924.    

Contudo, Mayr encontrou seu mais importante lar politico em outra organização afiliada do SPD formada no mesmo ano, o Reichsbanner Preto-Vermelho-Amarelo. Ele já havia se juntado a um dos muitos precursores locais deste, a “seção de segurança” do SPD de Munique, fundada em novembro de 1921. Também conhecido como “Guarda Auer”, esta formação de auto-defesa protegia as reuniões social democráticas na capital bávara sob o lema “Sem poder ao depotismo, todo poder à lei, toda justiça ao povo.” Quando políticos da liderança do SPD na cidade prussiana de Magdenburg estabeleceu o Reichsbanner em fevereiro de 1924, ele forneceu uma estrutura nacional para iniciativas tais como a Guarda Auer.

No papel, o Reichsbanner deveria transcender as divisões intrapartidárias. Ele era uma iniciativa dos social-democratas, membros do liberal-esquerdista DDP e do Partido Católico de Centro, assim refletindo o consenso pró-republicano da coalizão Weimar que governou o novo estado até 1920. Mas a presença de liberais e católicos de esquerda na diretoria não-executiva da liga foi apenas um disfarce. Ao nível da base, a noção de uma coalizão partidária era uma fachda, mesmo que ela fosse real o suficiente para provocar criticismo o bastante da ala esquerdista dentro do SPD. Em 1924, 85% dos membros do Reichsbanner eram social-democratas e esta proporção chegou mesmo a 90% nos dois anos seguintes. Como um relatório policial em maio de 1932 concluiu, o Reichsbanner era “quase uma organização puramente do SPD,” proximamente associada ao nível local com outras associações socialistas tais como Os Pensadores Livres – que preferiam a cremação ao invés do enterro cristão – ou o Movimento Coral Socialista. A fundação do Reichsbanner foi um dos sucessos importantes, embora esquecidos do período de Weimar. Ele rapidamente atraiu cerca de um milhão de membros, superando as ligas nacionalistas combatentes radicais mais importantes, Os Capacetes de Aço (Stahlhelm), também fundada em Magdenburg no final de 1918, e a Ordem dos Jovens Teutônicos (Jungdo).

Perfil Nobre

O Reichsbanner tinha dois objetivos: defender a República de Weimar e as cores de sua bandeira e também, como seu estatuto dizia, integrar todos “os ex-soldados da Guerra Mundial e dos homens com treinamento militar que apoiam a constituição republicana sem reservas.” Como seu subtítulo indicava, era uma “Liga de Ex-Combatentes Republicanos.” Com o financiamento do Reichsbanner, o campo republicano estava claramente empolgado após o desapontamento com os ataques precedentes contra a Constituição, do Putsch Kapp em 1920 até o malfadado Putsch da Cervejaria de Hitler em 1923. Uma caricatura no jornal do SPD Vorwärts representava o ambiente otimista entre os social-democratas. Ela mostrava dois membros do partido nazista prontos para sabotar um trem de explosivos. No fundo, um trem com uma locomotiva a vapor chamada “Reichsbanner Preto-Vermelho-Amarelo” se aproxima a alta velocidade obrigando os dois a contemplar com resignação se “devemos nos explodir aqui.”
 
 
A maioria dos membros do Reichsbanner era de operários que buscavam principalmente um lugar para trocar suas experiências de guerra. Karl Mayr não foi o único oficial do exército imperial a juntar-se à organização. Desde o início, ele era composto de um número de oficiais de alta patente que haviam abandonado suas carreiras militares no sentido de apoiar o pacifismo e o republicanismo. Este grupo incluía o antigo general Paul Freiherr Von Schönaich (1866 – 1954), também membro da Sociedade Pacifista Alemã (DFG) e o general Berthold Von Deimling (1853 – 1944). Deimiling tornou-se conhecido por seu papel infame no caso Zabern em 1913, o qual havia desnudado o descaso dos militares alemães em relação aos civis da província da Alsácia-Lorena. Mayr, Von Schönaich, Von Deimiling e outros ex-oficiais de alta patente levaram ao Reichsbanner o valor simbólico de seu antigo serviço militar. Quando falavam em público sobre as consequências desastrosas da estratégia militar alemã durante a guerra ou expunham a lenda da “facada nas costas” como falsificação da extrema direita, eles estavam emprestando sua autoridade profissional inegável ao campo republicano. O que eles ganharm no Reichsbanner não foi somente a companhia de ex-combatentes simpatizantes, mas também um fórum apropriado para suas novas visões a favor do desarmamento e da colaboração internacional.

“Ódio Mortal”

Durante os primeiros anos de seu engajamento no Reichsbanner, a esfera de atividades de Mayr estava centrada em Munique, dando palestras a simpatizantes locais e escrevendo artigos para o Müncher Post e o Das Reichsbanner, o semanário do grupo. Mas sua mensagem espalhou-se quando ele tornou-se próximo de Karl Höltermann, o vice-chefe do Reichsbanner, que confiava nele pessoalmente e estava ansioso de empregar seu conhecimento militar na liga. Por um longo tempo, cogitou-se de que Mayr seria elevado ao cargo de assistente de Höltermann como editor-chefe do Das Reichsbanner, uma posição que ele finalmente assumiu no final de 1928. Mayr alugou um apartamento em Magdenburg para estar próximo da sede da liga. Ele logo entrou em conflito com Franz Osterroth, que havia sido previamente editor do jornal. Vindo da Jungsozialisten, a organização jovem esquerdista do SPD, Osterroth simplesmente não podia suportar o ódio mortal de Mayr contra a União Soviética. De fato, o anti-bolchevismo era um dos elementos presentes na visão política de Mayr desde os seus dias de oficial contrarevolucionário do exércitoem Munique. A liberdade para expressar estas visões foi certamente um elemento importante no sentimento de Mayr como social-democrata.

Nem Mayr era um simpatizante do pacifismo radical, que alguns membros do Reichsbanner defendiam, enquanto que a maioria esmagadora apoiava um pacifismo mais moderado que tinha consciência do papel dos militares para a defesa nacional. Em uma carta a Hans Delbrück, Mayr opinou que “para a mentalidade pacifista, qualquer crítica baseada em fatos de assuntos militares já deve parecer logicamente um pecado contra o espírito; com esta mentalidade somente aqueles maníacos homicidas valorizam os que devastaram o exército alemão e que perderam a guerra.” Tal “crítica baseada em fatos” do exército imperial foi uma de suas contribuições mais consistentes para a causa da liga dos veteranos republicanos.

No Das Reichsbanner, Mayr publicou uma longa lista de artigos que criticavam a falta de qualquer controle político dos militares durante o último período imperial, expondo alguns dos erros estratégicos mais importantes do Alto Comando do exército alemão sob Hindenburg e Ludendorff e criticou a estória da “facada nas costas” como um mito artificial, perpretado pela elite militar para esconder os seus próprios defeitos.  O resultado de todas estas críticas incisivas era, porém, um ponto político crucial. Junto com outros membros do Reichsbanner, Mayr estava convencido de que a legitimidade da República de Weimar era um corolário do colapso militar do sistema monárquico no outono de 1918. Estes eventos, a “maior falência infame na história da Alemanha e da europeia,” como Mayr a colocou em 1929, forneceu a cidadania democrática às suas fileiras operárias e a preencheu com uma causa comum articulada pelo Reichsbanner.

Reconciliação

Entretanto, os pacifistas radiciais da esquerda do SPD não estavam convencidos da sinceridade do comprometimento republicano de Mayr. Fritz Küster, que ganhou influência na Sociedade Pacifista Alemã (DFG) a partir de meados dos anos 1920, tentou sujar a imagem de mayr em processos judiciais seguidos e o acusou de ser um militarista da velha ordem. Veteranos de guerra nos antigos países aliados, contudo, o tinham em muita alta estima. Desde 1927, o Reichsbanner tinha status de observador na Conferência Internacional de Combatentes e Mutilados (CIAMAC), uma organização não-governamental de ligas de veteranos que compreendia 24 associações de dez países europeus, incluindo a Grã-Bretanha. Mas o Reichbanner também estabeleceu conexões com as associações de veteranos franceses, com a Union Fédérale esquerdista, fundada por René Cassin e a muito menor, Fédération Nationale pacifista, em particular. A partir do final dos anos 1920, lideranças representativas destas ligas francesas, incluindo Cassin e André Liautey, um membro da executiva do CIAMAC e chefe do comitê francês da organização, apareciam regularmente nas reuniões do Reichsbanner. Em retribuição, funcionários da liga republicana alemã viajavam à França. Ele foi finalmente reconhecido por estes esforços ganhando a associação honorária da Fédération Nationale.

Na visão de Mayr, a reconciliação entre França e Alemanha poderia servir como um catalisador para uma integração maior das nações europeias e deveria finalmente resultar em uma “comunidade de defesa europeia.” A reconciliação com a França e as tentativas de estabelecer laços entre os antigos membros dos exércitos rivais era uma ênfase constante em seu trabalho.

Durante os anos finais da república, Mayr acelerou os passos de seu ativismo político, falando constantemente, escrevendo e viajando em nome do Reichsbanner. Ele também intensificou sua agitação contra o partido nazista. Imediatamente ao sucesso eleitoral nazista nas eleições do reichstag em 14 de setembro de 1930, Mayr tentou restabelecer o otimismo entre os republicanos. Em uma série de aparições públicas com boa presença popular, sob o lema “Adolf Hitler deitado em decúbito ventral”, apimentadas por revelações humorísticas de seu antigo subordinado militar, Mayr ridicularizou Hitler. Sua performance claramente animou os deprimidos membros do Reichsbanner. Quando os nazistas chegaram ao poder em janeiro de 1933, amigos com contatos dentro do partido nazista aconselharam Mayr a deixar o país imediatamente. Ele seguiu o conselho e fugiu para a França, onde se estabeleceu no subúrbio de Paris, provavelmente vivendo do ensino de língua alemã. Durante a invasão alemã da França em maio de 1940, ele foi preso no sul da França e levado de volta à Alemanha em julho. Lá, ele foi mantido em prisões sob o comando da SS em Berlim, de onde partiu para o campo de concentração de Sachsenhausen.

Pequeno homenzinho branco

Na primavera de 1943, Mayr foi transferido para Buchenwald. Social-democratas especularam em testemunho do pós-guerra se esta transferência pode ter sido o resultado de uma intriga comunista, orquestrada pelo aguerrido funcionário comunista Harry Naujoks, que cuidava da administração dos presos em Sachsenhausen e se reportava diretamente ao comandante do campo. Esta pelo menos foi a versão de Walter Hammer, o pseudônimo de Walter Hösterey (1888 – 1966), um pacifista radical do SPD, autor e editor. NA Alemanha do pós-guerra, Hammer reuniu um arquivo histórico expressivo sobre os membros do movimento de resistência a Hitler. Hammer conheceu Mayr muito bem durante seu serviço no departamento executivo do reichsbanner e foi preso com ele primeiro em Berlim em setembro de 1940 e um ano depois em Sachsenhausen. Hammer considerava o “pequeno homenzinho branco” Mayr – que ficou grisalho muito cedo – seu amigo. De abril de 1943 até sua morte em 9 de fevereiro de 1945, durante um bombardeio aliado, Mayr trabalhou na empresa Gusloff em Weimar, uma fábrica que explorava o trabalho dos presos de Buchenwald. Em uma ocasião, um grupo de oficiais da Wehrmacht que visitava a fábrica bateu continência quando reconheceram seu antigo oficial superior do exército imperial.

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