Dresden não era um centro industrial e
militar importante e, portanto, não era um alvo digno do esforço considerável e
incomum americano e britânico envolvido na missão. A cidade também não foi
atacada em retribuição aos bombardeios alemães anteriores em cidades como
Rotterdam e Coventry. A vingança pela destruição dessas cidades, bombardeadas
brutalmente pela Luftwaffe em 1940, Berlim, Hamburgo, Colônia e incontáveis
outras cidades alemãs, grandes e pequenas, já haviam pago em 1942, 1943 e 1944.
Além disso, no início de 1945, os comandantes aliados sabiam perfeitamente bem
que mesmo o mais feroz bombardeio não seria capaz de “aterrorizar (os alemães)
ao nível da submissão,” [2] de modo que não é realista relacionar este motivo
aos planejadores da operação. O bombardeio de Dresden, então, parece ter sido um
massacre sem sentido, e parece ter sido mesmo um objetivo mais terrível que a
aniquilação de Hiroshima e Nagasaki, que é pelo menos suposta ser o motivo da
capitulação do Japão.
Em tempos recentes, contudo, o bombardeio
de países e cidades quase tornou-se um evento diário, racionalizado não somente
por nossos líderes políticos mas também apresentado por nossa mídia como uma
realização militar eficiente e como um meio perfeitamente legítimo de se
alcançar objetivos dignos. Neste contexto, mesmo o terrível ataque contra
Dresden foi recentemente reabilitado pelo historiador britânico Frederick
Taylor, que argumenta que a destruição maciça na cidade saxônica não foi
planejada pelos idealizadores do ataque, mas foi um resultado inesperado de uma
combinação de circunstâncias infelizes, incluindo condições climáticas
perfeitas e defesa aérea alemã inadequada. [3] Entretanto, a afirmação de
Taylor é contradita pelo fato de que ele próprio escreve em seu livro que
aproximadamente 40 “pesados” americanos perderam-se de sua trajetória e
acabaram despejando suas bombas em Praga, ao invés de Dresden. [4] Se tudo
tivesse corrido de acordo com o plano, a destruição de Dresden teria sido
certamente maior do que já foi. É, assim, óbvio que um alto grau incomum de
destruição foi planejada. Mais séria é a insistência de Taylor de que Dresden
constituía um alvo legítimo, desde que ela não era somente um importante centro
militar, mas também uma rota ferroviária importante assim como uma cidade com
parque industrial considerável, onde incontáveis indústrias e oficinas
produziam todos os tipos de equipamentos militares. Uma série de fatos,
entretanto, indica que estes alvos “legítimos” jamais tiveram função nos
cálculos dos planejadores da missão. Primeiro, a única instalação militar
significativa, o campo de pouso da Luftwaffe a uns poucos quilômetros ao norte
da cidade, não foi atacado.
Segundo, a estação ferroviária
presumivelmente importante não foi marcada como um alvo pelos aviões
“batedores” britânicos que guiavam os bombardeiros. Ao invés disso, as
tripulações foram instruídas a despejar suas bombas dentro da cidade, situada
ao norte da estação ferroviária. [5] Conseqüentemente, apesar dos americanos
terem bombardeado a estação e incontáveis pessoas morreram no ataque, a instalação
sofreu relativamente pouco dano estrutural, tão pouco, na verdade, que foi novamente capaz de voltar com os comboios que transportavam tropas em poucos de dias de operação. [6] Terceiro, a grande maioria das indústrias militarmente
importantes não estavam localizadas no centro, mas nos subúrbios, onde nenhuma
bomba foi despejada, pelo menos não deliberadamente. [7]
Não pode ser negado que Dresden, como
outra grande cidade alemã, continha instalações industriais militarmente
importantes, e que pelo menos algumas destas instalações estavam localizadas
dentro da cidade e foram, portanto, varridas no bombardeio, mais isto não leva
logicamente à conclusão de que o ataque foi planejado com este propósito.
Hospitais e igrejas também foram destruídos, e numerosos prisioneiros de guerra
aliados que por acaso estavam na cidade foram mortos, mas ninguém argumenta que
a missão foi organizada para fazer isso. Analogamente, um número de judeus e
membros da resistência anti-nazista da Alemanha, aguardando deportação e/ou
execução, seriam capazes de escapar da prisão durante o caos provocado pelo
bombardeio, [8] mas ninguém afirma que este foi o objetivo do ataque.
Não há nenhuma razão lógica, então, para
concluir que a destruição de um número desconhecido de instalações industriais
de maior ou menor importância militar foi a raison
d´être do bombardeio. A destruição da indústria de Dresden – como a
libertação de um punhado de judeus – não foi nada mais do que um “produto” não
planejado da operação.
Vista de Dresden no final do século XIX
Vista do centro de Dresden meses após o bombardeio
É freqüentemente sugerido, também por
Taylor, que o bombardeio da capital saxônica foi planejado para facilitar o
avanço do Exército Vermelho. Os próprios soviéticos supostamente pediram para
seus parceiros ocidentais durante a Conferência de Yalta entre 4 e 11 de fevereiro
de 1945, para enfraquecer a resistência alemã na frente oriental através de
ataques aéreos. Entretanto, não há nenhuma evidência em qualquer lugar que
confirme tais alegações. A possibilidade de ataques aéreos anglo-americanos em
alvos na Alemanha oriental foi, de fato, discutida em Yalta, mas durante estas
conversas os soviéticos expressaram a preocupação de que suas próprias linhas
pudessem ser atingidas pelos bombardeiros, de modo que eles pediram que a RAF e
a USAAF não operassem muito a leste. [9] (O medo dos soviéticos de ser atingidos
pelo que agora se chama de “fogo amigo” não foi à toa, como demonstrado durante
o ataque a Dresden, quando um considerável número de aviões erroneamente
bombardeou Praga, situada tão longe de Dresden quanto estavam as linhas do
Exército Vermelho.) Foi neste contexto que um general soviético de nome Antonov
expressou um interesse geral em “ataques aéreos que impediriam os movimentos
inimigos,” mas isto dificilmente pode ser interpretado como um pedido para
atacar a capital saxônica – a qual, coincidentemente, ele nunca mencionou – ou
para qualquer outra cidade alemã o tratamento que Dresden recebeu em 13-14 de
fevereiro. Nem em Yalta, ou qualquer outra ocasião, os soviéticos pediram a
seus aliados ocidentais o tipo de apoio aéreo que eventualmente materializou-se
na forma da destruição de Dresden. Além disso, eles nunca deram aprovação ao
plano de bombardeio de Dresden, como comumente se afirma. [10]
De qualquer forma, mesmo se os soviéticos
tivessem pedido por tal ajuda do ar, é extremamente incomum que seus aliados
teriam respondido liberando imediatamente a poderosa frota de bombardeiros que,
de fato, atacou Dresden.
Para compreender a razão disto, temos que
olhar de perto a relação entre os Aliados no início de 1945. Entre meados e
final de janeiro, os americanos ainda estavam envolvidos na resolução final da
“Batalha das Ardenas”, uma inesperada contra-ofensiva alemã na frente ocidental
que causou-lhes grandes dificuldades. Os americanos, britânicos e canadenses
não haviam ainda cruzado o Reno, não haviam ainda alcançado as margens
ocidentais daquele rio, e ainda estavam separados de Berlim por mais de 500 km . Na frente oriental,
enquanto isso, o Exército Vermelho lançou uma grande ofensiva em 12 de janeiro
e avançou rapidamente para 100
km da capital alemã. A possibilidade resultante de que
os soviéticos não somente tomariam Berlim, mas penetrariam dentro da metade
ocidental da Alemanha antes da guerra terminar, perturbou grandemente muitos
líderes aliados militares e políticos. É realista acreditar que, sob estas
circunstâncias, Washington e Londres estariam ansiosos em permitir que os
soviéticos alcançassem grande progresso? Mesmo se Stalin tivesse pedido por
ajuda anglo-americana do ar, Churchill e Roosevelt poderiam dar alguma ajuda
simbólica, mas jamais lançariam a operação combinada maciça e sem precedentes
da RAF-USAAF que o bombardeio de Dresden revelou ser. Além disso, atacar
Dresden significou enviar centenas de grandes bombardeiros mais de 2.000 km através de espaço
aéreo inimigo, aproximando-se das linhas do Exército Vermelho tão perto que
correriam o risco de despejar bombas por engano sobre os soviéticos ou ser alvejado
por artilharia anti-aérea soviética. Estaria Churchill ou Roosevelt disposto a
investir tal quantidade extraordinária de recursos humanos e materiais em uma
operação que tornaria mais fácil para o Exército Vermelho tomar Berlim e
possivelmente alcançar o Reno antes deles? Absolutamente não. Os líderes
políticos e militares anglo-americanos eram de opinião que o Exército Vermelho
estava avançando muito rápido.
Mulher incinerada no bombardeio
Pelo final de janeiro de 1945, Roosevelt e
Churchill se prepararam para viajar para Yalta para um encontro com Stalin.
Eles pediram por tal encontro porque queriam fazer acordos legais sobre a
Alemanha do pós-guerra antes do fim das hostilidades. Na ausência de tais
acordos, as realidades militares no campo determinariam quem controlaria quais
partes da Alemanha, e parecia bem provável que se, na época os nazistas
finalmente capitulassem, os soviéticos controlariam a maior parte da Alemanha
e, assim, estariam capazes de determinar unilateralmente o futuro político,
social e econômico do país. Para tal unilateral curso de ação, Washington e
Londres criaram um precedente inevitável, qual seja, quando eles libertaram a
Itália em 1943 categoricamente negaram qualquer participação da União Soviética
na reconstrução daquele país; a mesma coisa aconteceu na França e na Bélgica em
1944. [11] Stalin, que tinha seguido o exemplo de seus aliados quando ele
libertou países na Europa oriental, obviamente não precisava ou queria tal
acordo simbólico aliado em relação à Alemanha, e, portanto, tal encontro. Ele
aceitou a proposta, mas insistiu que o encontro fosse em solo soviético,
especificamente na estação de férias crimeia de Yalta. Contrariamente às
crenças convencionais em torno daquela Conferência, Stalin provaria estar mais
acomodado lá, concordando com uma fórmula proposta pelos britânicos e americanos
e altamente vantajosa para eles, precisamente, a divisão da Alemanha do
pós-guerra em zonas de ocupação, com somente aproximadamente um terço do
território alemão – a posterior “Alemanha Oriental” – sendo designados aos
soviéticos. Roosevelt e Churchill não podiam ter previsto este resultado feliz
da Conferência de Yalta, da qual eles retornariam “em um espírito exultante.”
[12] Nas semanas que antecederam à conferência, eles esperavam que o líder
soviético, entorpecido pelos recentes sucessos do Exército Vermelho e
aproveitando um tipo de vantagem de jogo em casa, fosse um interlocutor difícil
e exigente. Um modo tinha que ser encontrado para trazê-lo de volta à terra,
condicioná-lo a fazer concessões apesar de ser o favorito temporário do deus da
guerra.
Era crucial deixar claro a Stalin que a força militar dos Aliados ocidentais, apesar dos recentes contratempos nas Ardenas belgas, não deveria ser subestimada. O Exército Vermelho reconhecidamente possuía uma grande massa de infantaria, tanques excelentes e uma artilharia formidável, mas os Aliados ocidentais tinham em suas mãos um trunfo militar que os soviéticos não eram capazes de igualar. O trunfo era sua força aérea, apresentando a coleção mais impressionante de bombardeiros que o mundo já viu. Esta arma tornou possível aos americanos e britânicos lançar ataques devastadores em alvos que estavam muito afastados de suas próprias linhas. Se Stalin pudesse ser convencido disso, não seria mais fácil negociar com ele em Yalta?
Foi Churchill quem decidiu a total destruição da cidade alemã, sob os narizes dos soviéticos assim por dizer, e enviaria a mensagem desejada para o kremlin. A RAF e a USAAF eram capazes de realizar um ataque devastador contra qualquer cidade alemã, e planos detalhados para tal operação, conhecida como “Operação Trovoada”, haviam sido meticulosamente preparados. Durante o verão de 1944, entretanto, quando o rápido avanço da Normandia tornou possível imaginar que a guerra seria ganha antes do fim do ano, e os pensamentos já estavam se voltando para a reconstrução do pós-guerra, uma operação do estilo Trovoada começou a ser vista como um meio de intimidar os soviéticos. Em agosto de 1944, um memorando da RAF apontou que “a total devastação do centro de uma vasta cidade (alemã)... convenceria os aliados russos... da efici~encia do poder aéreo anglo-americano.” [13]
Para o propósito de derrotar a Alemanha, a Trovoada não era mais considerada necessária no início de 1945. Mas no final de janeiro de 1945, enquanto se preparava para viajar para Yalta, Churchill repentinamente mostrou grande interesse neste projeto, insistiu que ele poderia ser conduzido imediatamente e ordenou especificamente ao chefe do Comando de Bombardeiros da RAF, Arthur Harris, varrer do mapa uma cidade no leste da Alemanha. [14] Em 25 de janeiro, o Primeiro-Ministro britânico indicou onde ele queria que os alemães fossem “explodidos”, nomeadamente, em algum lugar “em seu retiro (ocidental) a partir de Breslau (agora Wroclaw, na Polônia).” [15] Em termos de centros urbanos, isto era equivalente a pronunciar D-R-E-S-D-E-N. Que o próprio Churchill estava atrás da decisão de bombardear uma cidade no leste da Alemanha fica também claro na autobiografia de Arthur Harris, que escreveu que “o ataque a Dresden foi considerado uma necessidade militar por pessoas muito mais importantes do que eu.” [16] É óbvio que somente personalidades do calibre de Churchill seriam capazes de impor seu desejo ao czar do bombardeio estratégico. Como o historiador militar britânico Alexander McKee escreveu, Churchill “pretendia escrever uma lição no céu noturno (de Dresden)” para o benefício dos soviéticos. Entretanto, desde que a USAAF também acabou sendo envolvida no bombardeio de Dresden, podemos assumir que Churchill agiu com o conhecimento e aprovação de Roosevelt. Os parceiros de Churchill no topo da hierarquia política e militar, incluindo o general Marshall, compartilhavam de seu ponto de vista; eles também eram fascinados, como McKee escreve, pela idéia de “intimidar os comunistas (soviéticos) aterrorizando os nazistas.” [17]
Era crucial deixar claro a Stalin que a força militar dos Aliados ocidentais, apesar dos recentes contratempos nas Ardenas belgas, não deveria ser subestimada. O Exército Vermelho reconhecidamente possuía uma grande massa de infantaria, tanques excelentes e uma artilharia formidável, mas os Aliados ocidentais tinham em suas mãos um trunfo militar que os soviéticos não eram capazes de igualar. O trunfo era sua força aérea, apresentando a coleção mais impressionante de bombardeiros que o mundo já viu. Esta arma tornou possível aos americanos e britânicos lançar ataques devastadores em alvos que estavam muito afastados de suas próprias linhas. Se Stalin pudesse ser convencido disso, não seria mais fácil negociar com ele em Yalta?
Foi Churchill quem decidiu a total destruição da cidade alemã, sob os narizes dos soviéticos assim por dizer, e enviaria a mensagem desejada para o kremlin. A RAF e a USAAF eram capazes de realizar um ataque devastador contra qualquer cidade alemã, e planos detalhados para tal operação, conhecida como “Operação Trovoada”, haviam sido meticulosamente preparados. Durante o verão de 1944, entretanto, quando o rápido avanço da Normandia tornou possível imaginar que a guerra seria ganha antes do fim do ano, e os pensamentos já estavam se voltando para a reconstrução do pós-guerra, uma operação do estilo Trovoada começou a ser vista como um meio de intimidar os soviéticos. Em agosto de 1944, um memorando da RAF apontou que “a total devastação do centro de uma vasta cidade (alemã)... convenceria os aliados russos... da efici~encia do poder aéreo anglo-americano.” [13]
Para o propósito de derrotar a Alemanha, a Trovoada não era mais considerada necessária no início de 1945. Mas no final de janeiro de 1945, enquanto se preparava para viajar para Yalta, Churchill repentinamente mostrou grande interesse neste projeto, insistiu que ele poderia ser conduzido imediatamente e ordenou especificamente ao chefe do Comando de Bombardeiros da RAF, Arthur Harris, varrer do mapa uma cidade no leste da Alemanha. [14] Em 25 de janeiro, o Primeiro-Ministro britânico indicou onde ele queria que os alemães fossem “explodidos”, nomeadamente, em algum lugar “em seu retiro (ocidental) a partir de Breslau (agora Wroclaw, na Polônia).” [15] Em termos de centros urbanos, isto era equivalente a pronunciar D-R-E-S-D-E-N. Que o próprio Churchill estava atrás da decisão de bombardear uma cidade no leste da Alemanha fica também claro na autobiografia de Arthur Harris, que escreveu que “o ataque a Dresden foi considerado uma necessidade militar por pessoas muito mais importantes do que eu.” [16] É óbvio que somente personalidades do calibre de Churchill seriam capazes de impor seu desejo ao czar do bombardeio estratégico. Como o historiador militar britânico Alexander McKee escreveu, Churchill “pretendia escrever uma lição no céu noturno (de Dresden)” para o benefício dos soviéticos. Entretanto, desde que a USAAF também acabou sendo envolvida no bombardeio de Dresden, podemos assumir que Churchill agiu com o conhecimento e aprovação de Roosevelt. Os parceiros de Churchill no topo da hierarquia política e militar, incluindo o general Marshall, compartilhavam de seu ponto de vista; eles também eram fascinados, como McKee escreve, pela idéia de “intimidar os comunistas (soviéticos) aterrorizando os nazistas.” [17]
Pilhas de corpos aguardando serem cremados
A participação americana na missão de Dresden não era
realmente necessária, pois a RAF indubitavelmente era capaz de varrer Dresden
do mapa sozinha. Mas o efeito “matança exagerada” resultante de uma
contribuição redundante americana era perfeitamente funcional para o propósito
de demonstrar aos soviéticos a letalidade do poder aéreo anglo-americano. É
também provável que Churchill não queria a responsabilidade pelo que ele sabia
ser um terrível massacre pelos britânicos; foi um crime para o qual ele
precisava de um cúmplice.
Uma operação do tipo Trovoada provocaria certamente danos para quaisquer instalações militares e industriais e infra-estrutura de comunicações que estivessem contidas na cidade alvejada, e, portanto, conduziria inevitavelmente a outra perda ao já combalido inimigo alemão. Mas quando a operação foi finalmente lançada, com Dresden como alvo, foi menos para apressar a derrota do inimigo nazista e mais para intimidar os soviéticos. Usando a terminologia da escola “funcionalista” da sociologia americana, atingir os alemães tão forte quanto possível era a “função manifesta” da operação, enquanto que intimidar os soviéticos era muito mais importante como uma função “latente” ou “escondida”. A destruição maciça imposta a Dresden foi planejada – em outras palavras, era “funcional” – não com o propósito de provocar um ataque devastador sobre o inimigo alemão, mas com o objetivo de demonstrar ao aliado soviético que os anglo-americanos tinham uma arma que o Exército Vermelho, não importando o quão poderoso e bem sucedido ele foi contra os alemães, não poderia concorrer e contra o qual não haveria defesas adequadas.
Muitos generais americanos e britânicos e funcionários de alta patente não tinham dúvidas da função latente da destruição de Dresden, e aprovaram tal missão; este conhecimento também atingiu os comandantes locais da RAF e da USAAF assim como os “mestres bombardeiros”. (Depois da guerra, dois mestres bombardeiros afirmaram lembrar que eles foram avisados claramente que este ataque tinha a intenção de “impressionar os soviéticos com o poder de fogo de nosso Comando de Bombardeiros.”) [18] Mas os soviéticos, que haviam sofrido não apenas as maiores perdas mas também registraram os sucessos mais espetaculares, por exemplo, Stalingrado, desfrutavam de muita simpatia entre o pessoal militar americano e britânico de baixa patente, incluindo as tripulações de bombardeiros. Estes simpatizantes certamente desaprovariam qualquer tipo de plano para intimidar os soviéticos, e certamente de um plano - a obliteração de uma cidade alemã a partir do ar - o que teriam de realizar. Era, portanto, necessário camuflar o objetivo da operação atrás da razão oficial. Em outras palavras, pelo fato da função latente do ataque ser “indescritível”, uma função manifesta “aceitável” tinha que ser tramada.
Uma operação do tipo Trovoada provocaria certamente danos para quaisquer instalações militares e industriais e infra-estrutura de comunicações que estivessem contidas na cidade alvejada, e, portanto, conduziria inevitavelmente a outra perda ao já combalido inimigo alemão. Mas quando a operação foi finalmente lançada, com Dresden como alvo, foi menos para apressar a derrota do inimigo nazista e mais para intimidar os soviéticos. Usando a terminologia da escola “funcionalista” da sociologia americana, atingir os alemães tão forte quanto possível era a “função manifesta” da operação, enquanto que intimidar os soviéticos era muito mais importante como uma função “latente” ou “escondida”. A destruição maciça imposta a Dresden foi planejada – em outras palavras, era “funcional” – não com o propósito de provocar um ataque devastador sobre o inimigo alemão, mas com o objetivo de demonstrar ao aliado soviético que os anglo-americanos tinham uma arma que o Exército Vermelho, não importando o quão poderoso e bem sucedido ele foi contra os alemães, não poderia concorrer e contra o qual não haveria defesas adequadas.
Muitos generais americanos e britânicos e funcionários de alta patente não tinham dúvidas da função latente da destruição de Dresden, e aprovaram tal missão; este conhecimento também atingiu os comandantes locais da RAF e da USAAF assim como os “mestres bombardeiros”. (Depois da guerra, dois mestres bombardeiros afirmaram lembrar que eles foram avisados claramente que este ataque tinha a intenção de “impressionar os soviéticos com o poder de fogo de nosso Comando de Bombardeiros.”) [18] Mas os soviéticos, que haviam sofrido não apenas as maiores perdas mas também registraram os sucessos mais espetaculares, por exemplo, Stalingrado, desfrutavam de muita simpatia entre o pessoal militar americano e britânico de baixa patente, incluindo as tripulações de bombardeiros. Estes simpatizantes certamente desaprovariam qualquer tipo de plano para intimidar os soviéticos, e certamente de um plano - a obliteração de uma cidade alemã a partir do ar - o que teriam de realizar. Era, portanto, necessário camuflar o objetivo da operação atrás da razão oficial. Em outras palavras, pelo fato da função latente do ataque ser “indescritível”, uma função manifesta “aceitável” tinha que ser tramada.
E
assim os comandantes regionais e os mestres bombardeiros foram instruídos a
formular outros objetivos, esperançosamente críveis, para o benefício de suas
tripulações.
Tendo
em vista isto, podemos compreender por que as instruções em relação aos
objetivos diferiam de uma unidade para outra e eram freqüentemente irreais e
mesmo contraditórios. A maioria dos comandantes enfatizavam objetivos
militares, e citaram “alvos militares” indefinidos, “fábricas de munição”
hipotéticas e “depósitos de armas e suprimentos”, o suposto papel de Dresden
como “cidade fortificada” e mesmo a existência na cidade de algum
“quartel-general do Exército Alemão”. Referências vagas também eram
freqüentemente feitas para “instalações industriais importantes” e “áreas de
armazenamento organizadas”. No sentido de explicar às tripulações por que o
centro da cidade histórica foi atingido e não os subúrbios industriais, alguns
comandantes falaram da existência de um “quartel-general da Gestapo” e de uma
“gigantesca fábrica de gás venenoso”. Outros, por outro lado, foram incapazes
de inventar tais alvos imaginários ou, por alguma razão, não desejaram fazer
isso; eles laconicamente disseram a seus homens que as bombas deveriam ser
despejadas “no centro urbano de Dresden” ou no tribunal “em Dresden”. [19]
Destruir o centro de uma cidade alemã, esperando provocar tanto dano quanto
possível a instalações militares e industriais e às infra-estruturas de
comunicação parecia ser a essência da estratégia de “bombardeamento de área”
aliada, ou pelo menos britânica. [20] Os membros da tripulação aprenderam a
aceitar este fato sórdido da vida, ou melhor, da morte, mas no caso de Dresden
muitos deles sentiram-se mal. Eles questionaram as instruções em relação aos
objetivos e tinham o sentimento de que esta missão envolveria algo incomum e
suspeito e certamente não era um assunto “rotineiro”, como Taylor apresenta as
coisas em seu livro. O operador de rádio de um B-17, por exemplo, declarou em
uma cmunicação confidencial que “esta era a única vez” que “(ele) (e outros)
sentiram que a missão era incomum.” A ansiedade experimentada pelas tripulações
foi também mostrada pelo fato de que em muitos casos o resumo do comandante não
provocou as tradicionais saudações dos tripulantes, mas foram recebidas com
silêncio gelado. [21]
Direta
ou indiretamente, intencional ou involuntariamente, as instruções e resumos
endereçados às tripulações algumas vezes revelavam a função verdadeira do
ataque. Por exemplo, uma diretiva da RAF aos tripulantes de um número de fupos
de bombardeiros, emitida no dia do ataque, 13 de fevereiro de 1945,
inequivocamente dizia que era a intenção “de mostrar aos russos, quando eles
alcançarem a cidade, o que o Comando de Bombardeiros é capaz de fazer.” [22]
Sob
tais circusntâncias, é dificilmente surpreendente que muitos tripulantes
compreendessem claramente que eles tinham que varrer Dresden do mapa para
assustar os soviéticos. Um membro canadense de uma tripulação de bombardeiro
iria dizer após a guerra para um historiador oral que ele estava convencido de
que o bombardeio de Dresden deveria deixar claro aos soviéticos “que eles
tinham que se comportar, caso contrário mostraríamos a eles o que também
faráimos com as cidades russas.” [23]
As
notícias da destruição particularmente horrorosa de Dresden também causaram
grande consternação entre os civis britânicos e americanos, que compartilhavam
da simpatia dos soldados pelo aliado soviético e que, sabendo das notícias do
ataque, igualmente sentiram que esta operação tinha algo de incomum e suspeito.
As autoridades tentaram exorcizar a intranqüilidade do público explicando a
operação como um esforço para facilitar o avanço do Exército Vermelho. Em uma
conferência de imprensa da RAF na Paris libertada em 16 de fevereiro de 1945,
jornalistas foram informados que a destruição deste “centro de comunicação”
situado próximo da “frente russa” foi inspirada pelo desejo de tornar possível
aos russos “continuar sua luta com sucesso.” Isto era apenas uma razão, forjada
após os fatos pelo que são chamados hoje “mestres da enrolação”, foi revelada
pelo próprio porta-voz, que imperfeitamente disse que ele “achava” que tinha sido
“provavelmente” a intenção de ajudar os soviéticos. [24]
A
hipótese de que o ataque a Dresden foi pretendido para intimidar os soviéticos
explica não somente a magnitude da operação, mas também a escolha do alvo. Para
os planejadores da Trovoada, Berlim sempre foi o alvo perfeito. No início de
1945, contudo, a capital alemã já havia sido bombardeada repetidamente. Poderia
ser esperado que outra missão de bombardeio, não importando o quão devastadora
fosse, teria o efeito desejado sobre os soviéticos quando eles estivessem
lutando a caminho da capital? Destruição descarregada em 24 horas pareceria
certamente mais espetacular se uma cidade suficientemente grande, compacta e “virgem”
– isto é, ainda não bombardeada –fosse o alvo. Dresden, sortuda por não ter
sido bombardeada até então, era agora azarada o bastante para satisfazer todos
estes critérios. Além disso, os comandantes britânicos e americanos esperavam
que os soviéticos alcançariam a capital saxônica em poucos dias, de modo que
eles seriam capazes de ver em breve com seus próprios olhos o que a RAF e a USAAF
poderiam conseguir em uma única operação. Apesar do Exército Vermelho entrar em
Dresden muito depois de os britânicos e americanos esperarem, ou seja, em 8 de
maio de 1945, a destruição da capital saxônica teve o efeito desejado. As
linhas soviéticas estavam situadas somente a umas poucas centenas de
quilômetros da cidade de modo que os homens e mulheres do Exército Vermelho
puderam admirar o brilho do inferno de Dresden no horizonte noturno. A
tempestade de fogo foi supostamente vista até uma distãncia de 300 km.
Se
intimidar os soviéticos é visto como a “latente”, em outras palavras a função
real da destruição de Dresden, então não somente a magnitude, mas também o “sincronismo”
da operação faz sentido. O ataque deveria ter acontecido, pelo menos para
alguns historiadores, em 4 de fevereiro de 1945, mas teve que ser postergado
por causa do clima inclemente até a noite de 13-14 de fevereiro. [25] A
Conferência de Yalta começou em 4 de fevereiro. Se o incêndio de Dresden
tivesse acontecido aquele dia, isso teria fornecido a Stalin uma reflexão em um
momento crítico. O líder soviético, voando alto após os recentes sucessos do
Exército Vermelho, seria trazido de volta à terra por este feito das forças
aéreas de seus aliados, e resultaria, portanto, em um interlocutor menos
confiante e mais favorável na mesa de conferência. Esta expectativa foi
claramente identificada em um comentário feito uma semana antes do início da
Conferência de Yalta por um general americano, David M. Schlatter:
Sinto que nossas forças aéreas são as
fichas azuis (N. Do T.: as fichas mais valiosas do pôquer) com as quais iremos
negociar na mesa do tratado pós-guerra, e esta operação (o bombardeio planejado
de Dresden e/ou Berlim) adicionará imensamente à sua força, ou melhor, ao
conhecimento russo de sua força. [26]
O
plano para bombardear Dresden não foi cancelado, apenas postergado. O tipo de
demonstração de poder militar supostamente deveria manter sua utilidade
psicológica mesmo após o fim da conferência da Criméia. Continuou a ser
esperado que os soviéticos logo entrariam em Dresden e assim seriam capazes de
ver em primeira mão o que as forças aéreas anglo-americanas seriam capazes de
causar em uma cidade bem afastada de suas bases em uma única noite.
Posteriormente, quando os acordos vagos feitos em Yalta fossem colocados em
prática, os “garotos no Kremlin” certamente se lembrariam o que eles haviam
visto em Dresden, tirariam conclusões úteis de suas observações e se
comportariam como Washington e Londres esperavam deles.
Quando
do final das hostilidades, as tropas americanas tiveram a oportunidade de
alcançar Dresden antes dos soviéticos, Churchill vetou isso: mesmo no estágio
final, quando ele queria que os anglo-americanos ocupassem tanto território
alemão quanto possível, ele ainda insistiu que os soviéticos ocupassem Dresden,
de modo que eles sentissem o efeito de demonstração do bombardeio.
Dresden
foi aniquilada para intimidar os soviéticos com uma demonstração do enorme
poder de fogo que permitia os bombardeiros da RAF e da USAAF levar morte e
destruição centenas de quilômetros longe de suas bases, e nas entrelinhas era
claro: este poder de fogo poderia ser usado contra a própria União Soviética.
Esta interpretação explica as muitas particularidades do bombardeio de Dresden,
tais como a magnitude da operação, a participação incomum em uma única missão
da RAF e da USAAF, a escolha de um alvo “virgem”, a enormidade (pretendida) da
destruição, a sincronia do ataque e o fato de que a supostamente crucial
estação ferroviária, os subúrbios com suas fábricas e o campo de pouso da
Luftwaffe não terem sido alvejados. O bombardeamento de Dresden teve pouco ou
nada a ver coma guerra contra a Alemanha Nazista: era uma mensagem
anglo-americana para Stalin, uma mensagem que custou a vida de dezenas de
milhares de pessoas. Mais tarde, no mesmo ano, duas novas mensagens
analogamente codificadas, embora não muito sutis, seguiriam, envolvendo mesmo
mais vítimas, mas desta vez cidades japonesas foram alvejadas, e a idéia era
chamar a atenção de Stalin para a letalidade da nova arma americana, a bomba
atômica. [27] Dresden teve pouco ou nada a ver com a luta contra a Alemanha
Nazista; ela teve a ver, senão completamente, a ver com um novo conflito no qual
o inimigo seria a União Soviética. No calor terrível do inferno de Dresden,
Hiroshima e Nagasaki a Guerra Fria nasceu.
Bibliografia:
[1] Frederick Taylor.Dresden : Tuesday, February
13, 1945, New York , 2004, pp. 354, 443-448;
Götz Bergander, Dresden
im Luftkrieg. Vorgeschichte, Zerstörung, Folgen, Weimar, 1995, chapter 12, and
especially pp. 210 ff., 218-219, 229;
“Luftangriffe auf Dresden“, Page 9.
http://de.wikipedia.org/wiki/Luftangriffe_auf_Dresden
[2] See for example the comments made by General Spaatz cited in Randall Hansen, Fire and fury: the Allied bombing ofGermany ,
1942-45, Toronto ,
2008, p. 243.
[3] Taylor, p. 416.
[4] Taylor, pp. 321-322.
[5] Olaf Groehler. Bombenkrieg gegen Deutschland, Berlin, 1990, p. 414; Hansen, p. 245; “Luftangriffe auf Dresden,” p.7.
http://de.wikipedia.org/wiki/Luftangriffe_auf_Dresden
[6] “Luftangriffe auf Dresden,” p. 7.
http://de.wikipedia.org/wiki/Luftangriffe_auf_Dresden
[7]Taylor , pp.
152-154, 358-359.
[8] Eckart Spoo, “Die letzte der Familie Tucholsky,” Ossietzky, No. 11/2, June 2001, pp. 367-70.
[9] Taylor, p. 190; Groehler, pp. 400-401. Citing a study about Yalta, the British author of the latest study of Allied bombing during World War II notes that the Soviets “clearly preferred to keep the RAF and the USAAF away from territory they might soon be occupying,” see C. Grayling, Among the Dead Cities: Was the Allied Bombing of Civilians in WWII a Necessity or a Crime?, London, 2006, p. 176.
[10] Alexander McKee.Dresden 1945: The Devil’s
Tinderbox, London ,
1982, pp. 264-265; Groehler, pp. 400-402.
[11] See e.g. Jacques R. Pauwels, The Myth of the Good War:America in the Second World War, Toronto , 2002, p. 98 ff.
[12] Ibid., p. 119.
[13] Richard Davis, “Operation Thunderclap,” Journal of Strategic Studies, 14:1, March 1991, p. 96.
[14]Taylor ,
pp. 185-186, 376; Grayling, p. 71; David Irving. The Destruction of Dresden , London ,
1971, pp. 96-99.
[15] Hansen, p. 241.
[16] Arthur Travers Harris, Bomber offensive, Don Mills/Ont., 1990, p. 242.
[17] McKee, pp. 46, 105.
[18] Groehler, p. 404.
[19] Ibid., p. 404.
[20] The Americans preferred “precision bombing,” in theory if not always in practice.
[21] Taylor, pp. 318-19; Irving, pp. 147-48.
[22] Quotation from Groehler, p. 404. See also Grayling, p. 260.
[23] Cited in Barry Broadfoot, Six War Years 1939-1945: Memories of Canadians at Home and Abroad, Don Mills,Ontario ,
1976, p. 269.
[24] Taylor, pp. 361, 363-365.
[25] See e.g. Hans-Günther Dahms, Der Zweite Weltkrieg, second edition, Frankfurt am Main, 1971, p. 187.
[26] Cited in Ronald Schaffer. “American Military Ethics in World War II: The Bombing of German Civilians,” The Journal of Military History, 67: 2, September 1980, p. 330.
[27] A. C. Grayling, for example, writes in his new book on Allied bombing that “it is recognized that one of the main motives for the atomb-bomb attacks on Hiroshima and Nagasaki was to demonstrate to the Russians the superiority in waponry that the United States had attained…In the case of Dresden something similar is regrettably true.”
Fonte:
[1] Frederick Taylor.
“Luftangriffe auf Dresden“, Page 9.
http://de.wikipedia.org/wiki/Luftangriffe_auf_Dresden
[2] See for example the comments made by General Spaatz cited in Randall Hansen, Fire and fury: the Allied bombing of
[3] Taylor, p. 416.
[4] Taylor, pp. 321-322.
[5] Olaf Groehler. Bombenkrieg gegen Deutschland, Berlin, 1990, p. 414; Hansen, p. 245; “Luftangriffe auf Dresden,” p.7.
http://de.wikipedia.org/wiki/Luftangriffe_auf_Dresden
[6] “Luftangriffe auf Dresden,” p. 7.
http://de.wikipedia.org/wiki/Luftangriffe_auf_Dresden
[7]
[8] Eckart Spoo, “Die letzte der Familie Tucholsky,” Ossietzky, No. 11/2, June 2001, pp. 367-70.
[9] Taylor, p. 190; Groehler, pp. 400-401. Citing a study about Yalta, the British author of the latest study of Allied bombing during World War II notes that the Soviets “clearly preferred to keep the RAF and the USAAF away from territory they might soon be occupying,” see C. Grayling, Among the Dead Cities: Was the Allied Bombing of Civilians in WWII a Necessity or a Crime?, London, 2006, p. 176.
[10] Alexander McKee.
[11] See e.g. Jacques R. Pauwels, The Myth of the Good War:
[12] Ibid., p. 119.
[13] Richard Davis, “Operation Thunderclap,” Journal of Strategic Studies, 14:1, March 1991, p. 96.
[14]
[15] Hansen, p. 241.
[16] Arthur Travers Harris, Bomber offensive, Don Mills/Ont., 1990, p. 242.
[17] McKee, pp. 46, 105.
[18] Groehler, p. 404.
[19] Ibid., p. 404.
[20] The Americans preferred “precision bombing,” in theory if not always in practice.
[21] Taylor, pp. 318-19; Irving, pp. 147-48.
[22] Quotation from Groehler, p. 404. See also Grayling, p. 260.
[23] Cited in Barry Broadfoot, Six War Years 1939-1945: Memories of Canadians at Home and Abroad, Don Mills,
[24] Taylor, pp. 361, 363-365.
[25] See e.g. Hans-Günther Dahms, Der Zweite Weltkrieg, second edition, Frankfurt am Main, 1971, p. 187.
[26] Cited in Ronald Schaffer. “American Military Ethics in World War II: The Bombing of German Civilians,” The Journal of Military History, 67: 2, September 1980, p. 330.
[27] A. C. Grayling, for example, writes in his new book on Allied bombing that “it is recognized that one of the main motives for the atomb-bomb attacks on Hiroshima and Nagasaki was to demonstrate to the Russians the superiority in waponry that the United States had attained…In the case of Dresden something similar is regrettably true.”
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