quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

[SGM] As Origens da Segunda Guerra Mundial

T. S. Tsonchev

The Montreal Review, março de 2010

 
Uma resenha do livro “As Origens da Segunda Guerra Mundial” de A. J. P. Taylor

 

 
As fontes de conflito estão sempre escondidas no meio de velhos crimes e injustiças, feridas não cicatrizadas da dignidade perdida, sofrimentos e traumas que poderiam mostrar que mesmo o pior criminoso foi uma vítima de circunstâncias infelizes e abusos passados. O mal da guerra e conflito é sempre simples em suas manifestações exteriores e misticamente obscura em seus motivos interiores. A obra de A. J. P. Taylor “As Origens da Segunda Guerra Mundial” , apesar de seu grande discernimento, não pode nos dar uma resposta completa para a questão “Por que a Europa sucumbiu a uma segunda guerra sanguinária após os pesadelos da Primeira Guerra Mundial?”

As observações e conclusões de Taylor são notáveis, e muitos historiadores ainda as aceitam ou as rejeitam apaixonadamente. Seu livro sobre as origens da Segunda Guerra Mundial talvez seja a leitura mais popular sobre o assunto, ainda que sua interpretação não possa ser vista como uma verdade final sobre as causas da guerra mais sanguinária da história humana. A narrativa fascinante de Taylor é, em alguns aspectos, correta, em outros errada, e certamente não dá um quadro completo do período entre guerras. É apenas um fragmento de um quadro maior que ainda espera pela sua total revelação.

A conclusão mais popular de Taylor em “As Origens...” é que Hitler não tinha nenhum plano real para a expansão alemã. Ele argumenta que não devemos misturar planos com intenções e fantasias. De acordo com Taylor, Hitler esperava alcançar a expansão a leste não através de uma grande guerra, mas por meio de ofensivas bem direcionadas e rápidas ou, se fosse possível, sem mesmo uma guerra. Hitler também não esperava que a França capitularia de sua posição de Grande Potência de maneira fácil. Ele não tinha uma visão clara de como na realidade a Ucrânia e Polônia conquistadas seriam povoadas por alemães, nem ele era capaz de militarizar a Alemanha mais rápido que as outras Grandes Potências durante os anos 1930. Hitler também não tinha nenhum plano para tirar a Alemanha da depressão econômica. Sua qualidade política mais significativa era a habilidade de esperar, ou ter nervos de aço. Ele era um perfeito oportunista na política doméstica, assim como na externa. Em casa, Hitler usou as oportunidades que Von Papen e outros conservadores lhe deram para assumir o controle, sua política era de uma constante improvisação – ele explorava com a paciência de um predador suas intrigas, mas sem ideia de como ele escaparia de seu controle. A mesma técnica ele aplicava à política externa. Ele torturou, emocionalmente, a França e a Grã-Bretanha com os medos e esperanças e a confusão deles trabalhou para ele melhor do que suas ações ofensivas. Ele esperou pacientemente por vitórias políticas entregues num prato por seus próprios inimigos através de seus erros.

Quando “As Origens…” foi publicada em 1961, a maioria destas conclusões era novidade. Assim, com sua publicação, o livro de Taylor produziu tremores no entendimento comum da origem da Segunda Guerra Mundial, principalmente pelo argumento de que Hitler foi o único culpado pela guerra. A visão de Taylor não era tão não convencional, pois ele acreditava que, acima de tudo, o Tratado de Versalhes foi a principal razão para o conflito. As cláusulas pesadas não destruíram a Alemanha completamente. Além disso, a Alemanha com ou sem o tratado era ainda a maior potência do continente. “Os alemães,” observa Taylor, “tinham essa enorme vantagem que eles podiam enfraquecer o sistema de segurança criado contra eles simplesmente não fazendo nada.” Este fato se encaixava bem no estilo político de Hitler. De fato, em uma coincidência tudo na Europa trabalhou bem para um político alemão com talento oportunista e nervos para esperar, a tragédia estava no fato de que este político era Hitler, uma pessoa com uma visão corrompida para o futuro e ideias lunáticas. Se no lugar de Hitler, estivesse uma pessoa inteligente, sensível com uma visão racional do futuro da Alemanha, menos obcecada pela ideia de poder, a Segunda Guerra Mundial talvez não tivesse acontecido. É claro, os oportunistas não são sempre as pessoas mais sensíveis, e raramente a maioria é humilde, de modo que políticos alemães combinando em suas características talento oportunista, forte vontade política, boas intenções e pragmatismo eram praticamente impossíveis de surgir ou permanecer no poder por muito tempo nos anos turbulentos após a Primeira Guerra Mundial.

O Tratado de Versalhes tinha uma falha séria – nenhum dos lados acreditava genuinamente que ele foi um acordo justo. As nações derrotadas sentiram a humilhação e viram-se como vítimas de um roubo; os vencedores – Grã-Bretanha, França, EUA e Itália – tinham suas próprias dúvidas sobre se eles tomaram as decisões certas em Versalhes. A crença comum, admita ou não, era a de que os Aliados puniram a Alemanha além da conta. Mas os franceses, preocupados com sua própria segurança, queriam os alemães de joelhos. Enquanto isso, os britânicos não foram capazes de abandonar seu aliado continental, França, nem ignorar a opinião pública anti-alemã em casa imediatamente após a guerra; por outro lado, os americanos saíram de cena em seu tradicional isolacionismo e não fizeram nada para melhorar a situação política na Europa.

Após Versalhes, os Aliados seguiram uma política externa caótica, seguindo seus próprios interesses e objetivos. Mas, como Taylor nota, “não havia rejeição deliberada da parceria dos tempos de guerra. Os eventos afastaram os aliados; e nenhum deles lutou o bastante para reverter o processo.” Após a guerra, a Grã-Bretanha se sentiu segura e não viu a Alemanha como um perigo; a França tinha sentimentos opostos, sua obsessão com o item segurança mesmo aprofundou-se. Enquanto a Grã-Bretanha estava tentando apoiar a recuperação alemã, a França fazia o que podia para retardá-la. Os franceses acreditavam que a primeira Guerra Mundial foi causada por agressão, enquanto que os britânicos mantinham a posição de que se tratou de um engano.

Sob pressão da França, o tamanho das reparações alemãs não foi definido imediatamente após a guerra. Foi um erro. O lucro real das reparações foi insignificante para os Aliados e as reparações não tiveram um efeito tão devastador na economia alemã como parece à primeira vista. O dinheiro que vinha da Alemanha era usado pelos Aliados para pagar os débitos de guerra aos americanos, não para a recuperação de suas economias, enquanto que a Alemanha, simultaneamente, estava recebendo empréstimos generosos dos EUA. Mas as constantes disputas sobre a questão da reparação e a inabilidade de um acordo justo ser alcançado eram uma constante fonte de tensão. Isso criou um ambiente psicológico amargo na Alemanha que impedia o melhoramento das relações entre as Potências por anos e que estava alimentando o radicalismo anti-ocidental entre os alemães. Os alemães acreditavam que as reparações eram a principal causa de seus problemas econômicos. “De repente, as reparações tornaram-se a única responsável pela pobreza alemã,” diz Taylor. “O comerciante em dificuldades; o professor mal pago; o trabalhador desempregado, todos culpavam as reparações pelos seus problemas. O choro de uma criança faminta era o choro contra as reparações... A grande inflação de 1923 foi atribuída às reparações; assim como a grande depressão de 1932...” Este senso de injustiça evoluiu das reparações para todas as outras cláusulas do Tratado de Versalhes. No final, todos os problemas econômicos da Alemanha nos anos 1920 e 1930 eram explicados pelas cláusulas punidoras de Versalhes.

Mas isto é um mito, argumenta Taylor, que os problemas econômicos da Alemanha eram devidos apenas a causas externas. As dificuldades econômicas entre as guerras foram devidos aos defeitos da política doméstica alemã.

Na opinião de Taylor, a Alemanha entre as guerras teve um de seus grandes políticos em Gustav Stresemann. Stresemann sabia que a Alemanha precisava de uma Europa em paz para sua recuperação, e a recuperação tornaria seu país forte o suficiente para revisar o Tratado de Versalhes. Em meados dos anos 1920, Stresemann, MacDonald e o ministro do exterior francês Briand trabalharam juntos por um tempo para pacificar a Europa, para normalizar os antagonismos entre as Potências. Pela primeira vez após 1917, diz Taylor, com o Tratado de Locarno todos os lados pareciam satisfeitos. Locarno deu à Europa um pouco de paz e esperança. Foi o maior e único triunfo da política de “apaziguamento”. É claro, essa paz foi mais uma ilusão do que uma realidade. O apaziguamento não era possível até que a França se sentisse completamente tranquilizada e a Alemanha totalmente satisfeita.

Hitler destruiu a ordem política de Locarno dez anos depois com a reocupação da Renânia. Hitler chegou ao poder graças às intrigas políticas dos poderes políticos conservadores. Fatores diferentes ajudaram no crescimento da popularidade do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mas Von Papen e Hindenburg cometeram o erro crucial de apontar Hitler como Chanceler com a intenção de usá-lo temporariamente, enquanto os conservadores ganhavam poder político suficiente para governar sozinhos. Ninguém esperava que Hitler lançaria algumas “mudanças revolucionárias” tanto internas quanto externas. Taylor argumenta que Hitler tornou-se gradualmente um ditador e a única mudança política que ele promoveu foi a transformação do sistema político alemão da democracia para a ditadura. Em sua política externa, não havia nada de “revolucionário”. Nos assuntos estrangeiros, ele simplesmente continuou a política de seus predecessores: libertar a Alemanha das restrições do tratado de paz, restaurar o grande exército alemão e tornar a Alemanha uma grande potência continental como já havia sido antes.

Na política externa, Hitler agiu de acordo com as circunstâncias – sem um plano, sem um grande projeto. Ele tinha em sua mente as simples verdades do alemão comum e agia de acordo com elas. Taylor diz que Hitler foi “um intelecto poderoso, porém não instruído.” Sua política externa era um “eco” das conversas em qualquer café austríaco ou cervejaria alemã. Em seu esboço de política externa havia somente um elemento de pensamento sistemático, e não era original – sua visão era “continental”. Suas ambições eram restritas à Europa, mais precisamente, à Europa oriental. Ele queria o leste de volta à Alemanha – Áustria, polônia, Ucrânia e os espólios de Brest-Litovsk. De acordo com Taylor, a expansão oriental era a proposta primária da política de Hitler, senão a única. O “terrível” literalismo era a força impulsionadora em suas ações políticas e intenções. Hitler colocou em movimento a política “urbana”, ele estava alcançando as crenças vagas do alemão comum e estava fazendo isso pacientemente e com nervos de aço, agindo com passos curtos e esperando seus adversários perderem o controle e cometer erros. “Talvez”, escreve Taylor, “esta espera não tenha sido a princípio consciente ou deliberada. Os grandes estadistas são aqueles que não sabem o que estão fazendo.”

Hitler escancarou a fraqueza de seus adversaries quando ele abandonou em 1933 a Conferência de Desarmamento Mundial em Genôva. Como aconteceu muito frequentemente nos anos vindouros, esta ação não teve consequências. Isto deu-lhe uma garantia de que estava livre para blefar e verificar as reais intenções dos Aliados toda vez que a ocasião permitisse.

De acordo com Taylor, os primeiros sucessos de Hitler na política externa foram o Pacto de Não-Agressão com a Polônia em 1934. Este acordo deu-lhe segurança para manobrar a França e a Inglaterra no futuro. Hitler tratou com muito cuidado o fracasso da Liga das Nações em resolver o problema da agressão italiana na Abissínia. Isto mostrou-lhe que a comunidade internacional não tinha nenhum prestígio para intervir em casos de violação de obrigações internacionais coletivas. Assim, em 1935, ele reocupou a Renânia. Em resposta, os franceses não fizeram praticamente nada, nem a Grã-Bretanha, Polônia ou outro país. A reocupação da Renânia, diz Taylor, anulou o sistema de Versalhes. A Alemanha estava livre para rearmar-se e o sistema internacional voltou à familiar anarquia dos anos pré-guerra. Ora, diz Taylor, a anarquia internacional torna a guerra possível, mas não lhe dá certeza de ocorrer. Em 1935, ainda havia ceticismo que a Alemanha causaria guerra; de fato, os europeus esperavam um possível conflito no Mediterrâneo entre França e Itália. “As guerras quando vêm,” diz Taylor, “são sempre diferentes da guerra que é esperada. A vitória vai para o lado que cometeu menos erros, não para aquele que supunha estar certo.” No período pré-Segunda Guerra Mundial, Hitler estava do lado que cometeu menos erros.        

Após a reocupação da Renânia, não havia nenhum sério incentivo para o rearmamento na França e Grã-Bretanha. As razões gerais para isto eram três – os ingleses e franceses ainda não acreditavam que a política de “apaziguamento” era um fracasso, eles não queriam uma nova guerra e os problemas econômicos preveniram quaisquer planos para gastos militares. A Alemanha iniciou alguma militarização, mas não era tão grande quanto as pessoas pensam. A opinião popular é que a Alemanha era o único país (exceto a União Soviética) que gozava que pleno emprego após 1935 e isto era devido ao rearmamento. Na realidade, o sucesso econômico foi devido à abordagem heterodoxa de Hitler na economia que permitiu ao governo gastar dinheiro em projetos públicos apesar da Depressão. De fato, isto é uma expressão típica do capitalismo de estado autocrático que, por um período particular, é muito eficiente em facilitar o revigoramento da economia através de medidas de incentivo, tais como controle centralizado das indústrias e manipulação estatal ativa de preços e investimentos.

Assim, de acordo com Taylor, o espaço entre as duas guerras mundiais foi estendido por precisamente mais dois anos. “O período pós-guerra terminou quando a Alemanha reocupou a Renânia em 7 de março de 1936, o período de pré-guerra começou quando ela anexou a Áustria em 13 de março de 1938.”

Taylor insiste que o período do pré-guerra começou sem um plano. De acordo com ele, o popular “Memorando Hossbach”, que foi apresentado nos julgamentos de Nuremberg, e que serviu de evidência principal para a estratégia de política externa de Hitler, não era nada mais do que um encontro de conferência documentado na Chancelaria em 1937, no qual Hitler esperava convencer seus ministros conservadores (entre eles somente Göring era nazista) a apoiar seu programa de aumento de armamentos contra os escrúpulos financeiros do Ministro da Economia Schacht.

O “Memorando Hossbach” não era realmente um plano de ação. O Anschluss em março de 1938 veio, contra os objetivos expressos no memorando, antes da “planejada” destruição da Tchecoslováquia. As políticas de Hitler em relação à Áustria não tinham sido diferentes da abordagem evolutiva tradicional alemã de esperar que os alemães austríacos se fundissem com a pátria étnica sem nenhum apoio externo. Mas as circunstancias permitiram uma invasão alemã precoce. Após o Anschluss, “a geografia e a política automaticamente colocaram a Tchecoslováquia na agenda,” não os pontos no memorando.

A Tchecoslováquia era um país da Europa central, composto de minorias nacionais e cercado de vizinhos não amigáveis (exceto a Romênia). A destruição do Estado Tcheco foi fácil – seus aliados França e Rússia Soviética não tiveram coragem de defendê-lo, a Grã-Bretanha estava convencida de que o risco de sua destruição era menor comparando com a possibilidade da segunda grande guerra. Hitler ocupou a terra dos Sudetos, onde a minoria alemã vivia, com a benção da Grã-Bretanha e da França em Munique. A última etapa desta ordem de passos curtos mas altamente eficientes era a cidade livre de Danzig e do Corredor Polonês que dividia a Alemanha da Prússia Oriental. Danzig marca o começo real da Segunda Guerra Mundial na interpretação de Taylor.

Acima de tudo, o que podemos concluir a partir do livro de Taylor? Quais foram as origens da Segunda Guerra Mundial?

Primeiro, a semente da discórdia plantada em Versalhes. O tratado que objetivava criar uma ordem segura pós-guerra mundial revelou-se um completo fiasco. Ele foi esboçado sem o consentimento das nações derrotadas, não foi um acordo coletivo e, de fato, era um compromisso dos medos franceses com a opinião pública dos países vencedores. O sistema de Versalhes foi incrivel e injustificadamente cruel com a maior nação na Europa, a Alemanha, e com isto produziu constante situação de instabilidade. Durante os anos interguerras, todo político europeu sabia que Versalhes foi um erro, mas ninguém estava certo como corrigi-lo sem colocar em risco os outros países ou perder o status internacional de seu país.

Segundo, os franceses e os britânicos tinham diferentes conceitos sobre a ordem do mundo do pós-guerra. A França estava engajada em ações que supostamente deveriam garantir sua segurança, mas ela nunca estava satisfeita; a Grã-Bretanha se importava com sua tranquilidade e preferia a paz. A França estava obcecada por questões de segurança, mas ela não foi capaz de resistir à ameaça alemã sem o apoio da Inglaterra; no outro lado, a Grã-Bretanha sabia que a Alemanha tinha o direito de buscar justiça e sinceramente acreditava que uma vez que suas exigências fossem satisfeitas ela seria pacificada. A Grã-Bretanha olhava a França como o principal obstáculo contra a recuperação alemã e, consequentemente, como o principal perturbador da paz. Era impensável à Grã-Bretanha apoiar a França militarmente ao invés de acalmar toda a razão para um conflito aberto.

Terceiro, durante o período entre guerras, a Alemanha experimentou um número de turbilhões políticos e econômicos e para todos eles, justificadamente ou não, Versalhes foi a razão alegada. A radicalização da sociedade alemã produziu i movimento extremista nazista e tornou possível o regime nazista. O ambiente político na Alemanha e fora dela cedo ou tarde produziria um político rude e sangue-frio que cortaria o nó górdio do sistema de Versalhes. Este político era Hitler. Ele foi um lunático, que acreditava que qualquer objetivo que o homem alcançasse seria devido à sua originalidade e brutalidade (Gordon W. Prange, ed. Hitler's Words, Washington, D.C., 1944, p.8). Ele era uma pessoa destituída de dúvidas, suas ações criminosas tinham uma “fundação de concreto” em sua filosofia anti-semita e ele estava livre de restrições morais. Tal pessoa não pode ser inteligente o suficiente para criar um plano para domínio mundial, ele pode apenas mostrar os defeitos do sistema internacional. A opinião de Taylor é exatamente esta: Hitler foi o produto de um mundo corrompido, e a responsabilidade pelo início da Segunda Guerra Mundial não deveria ser colocada apenas nos ombros de uma pessoa, como já havia acontecido em 1917.

 
http://www.themontrealreview.com/2009/The-origins-of-the-Second-World-War.php

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