Em
relação ao tipo de missões que o aparelho deveria cumprir, conceberam-se três
casos:
a) Caça-bombardeiro: apoio às
ações levadas a cabo pelas forças terrestres. Deveriam atacar diretamente as
posições das tropas inimigas ou destruir fábricas, linhas de abastecimento ou
fortificações mediante bombardeamento de precisão. Este tipo de missão exigia
aviões relativamente pequenos (e.g., Ju 87 “Stuka”), muito manobráveis, que
transportassem bombas de pequenas dimensões. Estes aparelhos precisavam
necessariamente de proteção de caças.
b) Bombardeiro Médio ou Tático: ataque
contra grandes concentrações de tropas, reservatórios de combustível ou nós de
comunicação situados imediatamente na retaguarda das linhas de frente, ou ainda
mais atrás, além de objetivos cuja destruição poderia favorecer o
desenvolvimento de operações futuras. Estes aviões precisavam de um maior raio
de ação. Também necessitavam transportar em seus porões uma maior carga de
bombas, o que lhes aumentava o peso e o tamanho e, consequentemente, lhes
diminuía a manobrabilidade.
c) Bombardeiro Estratégico: empregados
contra os centros industriais, linhas de comunicação ou instalações militares
situadas no território inimigo. Estes aparelhos impunham um raio de ação
considerável e tinham de ser suficientemente espaçosos para poderem transportar
uma carga avultada de bombas. Como estes aviões tinham de realizar uma boa
parte do seu trajeto sem proteção de caças, também era necessário aumentar o
seu armamento defensivo.
Estas
características levaram à construção de grandes aviões destinados ao bombardeamento
estratégico e foi necessário dotá-los de 3 a 4 motores. Por outro lado, os mais
pequenos eram bombardeiros de apoio ao solo: bimotores ou monomotores. Os monomotores
exigiam um propulsor que lhes concedesse a potência necessária para transportar
a carga de bombas apropriada. Finalmente, os bombardeiros táticos – de tamanho
intermediário – podiam ser bi ou trimotores que, em certos casos, se adequaram
ao transporte de uma carga determinada de bombas para uma distância precisa.
O
fato de um avião estar equipado com um ou mais motores podia traduzir-se numa
série de vantagens ou inconvenientes, como, por exemplo, uma melhor ou pior
visibilidade. É necessário ter em conta que o comandante do bombardeiro tinha
que situar-se num lugar que lhe desse uma visão do conjunto, tanto para frente
quanto para baixo, para localizar os objetivos e antecipar as ações, efetuar
cálculos de pontaria e lanças as bombas com precisão. Já os metralhadores defensivos
deveriam se localizar em áreas do aparelho que lhes permitissem dominar
capazmente a região que o envolvia e manejar suas armas com maior eficácia.
Nos
aviões monomotores, onde o próprio piloto se encarregava de apontar e lançar as
bombas, a falta de visibilidade era um problema crônico. No mítico Ju 87 Stuka,
superou-se este problema com a instalação, debaixo dos pés do piloto, de um
painel transparente através do qual ele podia ver o seu campo de ação. Já nos
bombardeiros trimotores, o propulsor que se localizava no nariz da fuselagem
limitava o campo de visão do piloto. No Ju 52, resolveu-se este problema com a
instalação entre as rodas do trem de pouso de um habitáculo em forma de tronco
de cone, dotado de pára-brisa e metralhadora, onde a tripulação encarregada do
lançamento ficaria.
©
2011. Editora Planeta DeAgostini do Brasil. Coleção Bombardeiros da Segunda
Guerra Mundial.
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