Thomas
Meakin
O
assassinato de Benito Mussolini em 28 de abril de 1945 marcou o fim do regime
de 26 anos do Fascismo italiano. Il Duce
foi elevado ao auge da máxima popularidade desde os dias do Risorgimento[1] e Giuseppe Garibaldi,
mesmo assim o destino do ditador na pequena vila de Giulino di Mezzegra
representou uma morte infame para o “deus Sol” italiano.
O sucesso
do movimento fascista pode ser atribuído à sua habilidade fundamental em evoluir
em resposta à opinião pública italiana. Mussolini era adaptável em sua
continuação da longa prática da política do transformismo. Entretanto, ele
diferia de seus predecessores liberais em seu foco político. A política
italiana não era mais somente restrita à elite conservadora e aos
latifundiários, de modo que o regime fascista teve que consolidar sua posição
através da propaganda direcionada para as massas populares. Assim, o fascismo
italiano representou uma série de fachadas, mascarando as inadequações
políticas, econômicas, sociais e militares que marcaram a ditadura desde o seu
nascimento em 1919 e finalmente garantiu seu final.
Chegando ao Poder
Talvez o
exemplo mais notável da tática reacionária adotada por Mussolini e pelo
Fascismo italiano pode ser vista em sua transição através do espectro político
entre março de 1919 e outubro de 1922. A falta de uma ideologia política
definitiva permitiu à organização fascista adaptar-se ao clima político
italiano continuamente variável que existia após a Primeira Guerra Mundial. O Fascio di Combattimento, ou Grupo de
Combate, que foi estabelecido em Milão não representava um partido político,
mas somente um movimento de revolucionários de ocasião que estavam
insatisfeitos com o status quo. Este bando florescente de militantes, cujo
corpo constituinte principal era composto dos recentemente desmobilizados Arditi, expressava ideais sociais
radicais e acreditava que eles ocupariam a extrema esquerda da política
italiana. A publicação de Mussolini Il Popolo d´Italia permitiu ao grupo
nacional-socialista-radical expressar sua opinião para as massas. Entretanto,
nas eleições de 1919, os fascistas tiveram um desempenho pífio, ganhando
somente 2% dos votos em Milão, e Mussolini começou a buscar meios alternativos para
ganhar suporte e influência política.
Revoltas
e violência socialistas em setembro de 1920 deram aos fascistas uma
oportunidade ideal para mostrar sua vitalidade e dinamismo, e seus ataques aos
trabalhadores socialistas atraíram empresários conservadores. Em uma guinada
política verdadeiramente importante em sua carreira, Mussolini percebeu que o
poder só poderia ser alcançado apelando-se ao medo italiano do socialismo. Ele
adotou pontos de vista gradativamente à direita, combatendo tanto o anticlericalismo
e o republicanismo em setembro de 1921, e começou a isolar a minoria do
Fascismo dos membros socialistas, enquanto que líderes locais, ou Ras, como
Italo Balbo, Roberto Farinacci e Dino Grandi, estabeleciam controle dentro das
áreas rurais do norte e centro da Itália.
O
movimento fascista em expansão começou a atrair todas as camadas da sociedade,
muitas das quais haviam sofrido nas mãos da militante federterra[2] socialista ou aqueles cuja prosperidade econômica foi
prejudicada devido a imposições colocadas sobre eles pelos conselhos
socialistas. O fascismo antissocialista criou genuinamente um movimento popular
de massa, transformando o prospecto político de Mussolini no processo. O volte-vace[3] ideológico que foi
assumido pelo Partido Fascista a partir de 1919 representava o desejo pelo
sacrifício, e de fato uma ausência de, valores e crenças centrais em um esforço
para alcançar o poder.
Em 1921,
o uso fascista do squadrismo[4] dividiu
o poder socialista em muitas áreas da Itália setentrional, ganhando enorme
apoio do público italiano. Diante de uma entidade política desconhecida e
instável, os políticos liberais, tais como Giovanni Giolitti, tantaram absorver
o Partido Fascista em uma coalizão governamental de acordo com a política do transformismo[5]. Contudo, fortalecido
pelo sucesso eleitoral de maio de 1921, no qual os fascistas ganharam 35
assentos no Parlamento, Mussolini se recusou a entrar na instituição a menos
que ele fosse apontado Primeiro Ministro. Cercado pelas ameaças da violência fascista
e a possibilidade de guerra civil, o Rei Victor Emmanuel II convidou Mussolini
a formar um governo em 29 de outubro de 1922. Não obstante a ameaça de
violência fascista, apesar de talvez ser genuína, não era certamente realista.
Um Congresso Fascista foi realizado em 24 de outubro em Nápoles, onde Mussolini
e os quatro Quadrumvirs[6], Balbo,
Emilio de Bono, Cesare de Vecchi e Michele Bianchi, se encontraram para
discutir a grande jogada que garantiria o poder aos fascistas. Em forte
contraste com a pretendida “gloriosa Marcha sobre Roma”, apenas 10.000 dos 50.000
squadristi fascistas propostos
apareceram nos locais designados. Confrontado com tamanha derrota, Mussolini
organizou uma rota de fuga para a Suíça no caso de uma falha, um fato que
demonstra o nível de confiança dos fascistas no movimento. Apesar disso, às
duas horas da manhã de 29 de outubro de 1922, Mussolini recebeu um telegrama do
Rei Victor Emmanuel II exigindo sua presença. Somente neste momento Mussolini
surgiu da segurança relativa no lado norte do país.
Em sua
chegada ao palácio real, ele cumprimentou o rei explicando, “Vim direto da
batalha, que, felizmente, foi ganha sem banho de sangue.” Em 30 de outubro de
1922, 50.000 camisas-negras desfilaram ao lado das forças armadas regulares em
frente de seu líder e do rei. A “Marcha sobre Roma” real, que ficou na história
fascista como a revolução heroica através da qual eles tomaram o poder, foi
somente completada após a indicação de Mussolini como Primeiro Ministro.
A Economia Italiana
Ao chegar
ao poder em 1922, Mussolini herdou uma Itália economicamente pobre e dividida.
Logo após Mussolini conseguiu consolidar seu poder e instigar um sistema
econômico autárquico[7] que forneceria uma base para futura expansão militar.
Para este objetivo, uma série de estratégias econômicas foi adotada para
aumentar a prosperidade da nação italiana, enquanto ganhava apoio e respeito do
exterior[8].
A Batalha pela Lira foi criada para fortalecer o valor da lira, de 150 liras por libra esterlina em 1927 para 90, e reduzir o impacto da inflação contínua que estava dificultando o crescimento econômico. Mas o orgulho econômico na moeda era também um fator. Apesar do ressurgimento artificial da lira ter demonstrado a autoridade do regime e aumentado o prestígio internacional, as ramificações econômicas da política foram mal calculadas. O preço dos produtos italianos no exterior aumentou exponencialmente, assim dificultando as exportações e causando deflação posterior da moeda à medida que os mercados internacionais tiveram que compensar. Os padrões de vida para os italianos foram reduzidos, seguido por um corte de 20% nos salários imposto em 1932, aumentando a pobreza entre a população setentrional. Embora ostensivamente os ganhos imediatos da propaganda da Batalha da Lira tenham sido altos, à política faltava visão do futuro e acabou atrapalhando a indústria italiana.
A Batalha pela Lira foi criada para fortalecer o valor da lira, de 150 liras por libra esterlina em 1927 para 90, e reduzir o impacto da inflação contínua que estava dificultando o crescimento econômico. Mas o orgulho econômico na moeda era também um fator. Apesar do ressurgimento artificial da lira ter demonstrado a autoridade do regime e aumentado o prestígio internacional, as ramificações econômicas da política foram mal calculadas. O preço dos produtos italianos no exterior aumentou exponencialmente, assim dificultando as exportações e causando deflação posterior da moeda à medida que os mercados internacionais tiveram que compensar. Os padrões de vida para os italianos foram reduzidos, seguido por um corte de 20% nos salários imposto em 1932, aumentando a pobreza entre a população setentrional. Embora ostensivamente os ganhos imediatos da propaganda da Batalha da Lira tenham sido altos, à política faltava visão do futuro e acabou atrapalhando a indústria italiana.
Em um
esforço para adaptar a economia italiana às necessidades de uma guerra futura,
o Partido Fascista tentou reduzir a dependência italiana com os produtos
importados. A Batalha do Grão, lançada em 1925, impôs altas tarifas sobre
cereais estrangeiros, enquanto que o governo subsidiava a compra de maquinário
e fertilizantes. Na década, a partir de 1925 as importações de trigo caíram
75%, e em 1940 o país quase alcançou a completa autossuficiência em cereais.
Entretanto, estes ganhos econômicos vieram a um alto custo, já que as
exportações caíram e a importação de fertilizantes falhou em manter o ritmo. A
propaganda e os benefícios agrícolas da Batalha dos Grãos foram logo
ultrapassados por um declínio na qualidade da dieta do italiano, e uma
subsequente queda no nível de vida, especialmente no sul mais pobre.
A
Terceira das batalhas econômicas de Mussolini foi a Batalha dos Pântanos,
criada para aumentar a disponibilidade de terra agriculturável, demonstrar o
dinamismo fascista e gerar emprego. O esquema foi introduzido em 1923. Trechos
enormes de terras pantanosas anteriormente inabitáveis e transmissores de
malária, tais como os Pântanos Pontine, foram drenados, enquanto que as novas
cidades criadas de Aprilla, Latina e Sabaudia ganharam o louvor internacional
do regime. “A recuperação de terras fascista não é somente uma defesa contra a
malária,” proclamou um panfleto fascista de 1938, “é a nova função do Estado.”
Na realidade, contudo, o projeto teve somente sucesso parcial. Somente 80.000
hectares foram recuperados, nem um sexto da área da Itália, como o governo
insistia.
No total,
a intervenção fascista na economia resultou em alguns ganhos, incluindo uma
queda geral nos níveis de desemprego para somente 12.000 em 1938. Porém, as
vitórias da propaganda não refletiam a situação econômica precária trazida
pelas incursões burras, não planejadas e desorganizadas na economia a partir de
1925.
As Mulheres Italianas
A
política social sob o Partido Fascista foi criada para alimentar uma nação
militarista forte, que forneceria os recursos humanos necessários para ajudar a
Itália a alcançar seu destino imperial tão sonhado. Mussolini insistiu que
“lugar de mulher, tanto no presente quanto no passado, é no lar,” uma visão que
foi responsável por sua campanha em reduzir o número de mulheres na força de
trabalho e aumentar a população total. Em 1933, o Estado impôs restrições de
cota em empresas públicas, alegando que as mulheres deveriam constituir menos
de um décimo da força de trabalho; mais tarde, em 1938, este limite foi
estendido para todas as companhias registradas italianas. A mulher ideal
fascista deveria ser relativamente obesa e madura, diferentemente da imagem
contemporânea de beleza criada por Hollywood nos anos 1930. De fato, o
historiador ítalo-americano Gaetano Salvemini descreveu a campanha fascista
para obrigar um papel “tradicional” para as mulheres como “A Batalha pela
Obesidade”. Contudo, na realidade, o regime fascista teve que aceitar a posição
das mulheres na força de trabalho como uma necessidade cultural e econômica.
Apesar da percentagem de mulheres na força de trabalho total tenha caído entre
1921 e 1936, a percentagem de mulheres empregadas na indústria na realidade
aumentou, de 23,6% para 24,1%.
A Batalha
pelos Nascimentos objetivava aumentar a população da Itália para 60 milhões em
1950. As campanhas publicitárias, melhor saúde pública, prêmios financeiros e
cerimoniais foram criados para estimular o povo italiano a ter mais filhos.
Seguindo um período inicialmente sem sucesso, legislação draconiana foi
aprovada no sentido de aumentar a pressão sobre as famílias para gerar bebês.
Em 1931, o Código Penal Italiano incluiu “crimes contra a inteireza e saúde da
raça” que vitimou sobretudo os solteiros. Mesmo assim, as taxas de nascimento
continuaram a cair, e apesar de a população ter crescido para 45 milhões em
1940, em 1950 os níveis populacionais eram 12,5 milhões abaixo do objetivo
fascista. Parece que as políticas fascistas em relação às mulheres foram um
fracasso total.
Educação
No
sentido de consolidar a posição do fascismo, Mussolini estimulou um programa de
doutrinação através da educação e organizações juvenis. Imagens de Mussolini
eram fornecidas a todas as salas de aula italianas, enquanto que estudantes
recitavam o Juramento Fascista duas vezes ao dia, repetindo a frase “Acredito
no gênio de Mussolini e em nosso Santo Pai Fascismo”. Em 1928, um livro escolar
aprovado pelo governo foi introduzido em todas as escolas, com aulas em
treinamento militar e cultura fascista com início em 1938. A partir de 1925,
leis do emprego foram aprovadas que permitiam ao regime controlar professores e
outros trabalhadores educacionais. O juramento obrigatório de lealdade, além do
uso do uniforme fascista, foi introduzido em 1931, assim consolidando o
fascismo na sociedade italiana.
Com
exceção da educação, as organizações juvenis foram o método mais bem sucedido
de inculcar os valores fascistas nas crianças italianas. A Opera Nazionale Balilla (ONB) consistia de numerosos subgrupos e esportes
organizados, atividades físicas e militares para crianças entre 6 e 18 anos. Em
1929, cerca de 60% da juventude setentrional era membro, apesar de a proporção
ser consideravelmente menor no sul. Contudo, é quase certo que muitas
atividades realizadas pela ONB permitiram às crianças oportunidades que, de
outro modo, não teriam sido possíveis, a introdução da participação compulsória
em 1935 catalisou o desenvolvimento de um clima de ressentimento e desilusão em
torno das organizações juvenis fascistas. Além disso, o impacto ideológico de
tais grupos é difícil de avaliar dado o predomínio de movimentos juvenis de
oposição, como os Escoteiros Católicos. A rapidez na qual o apoio ao fascismo
desapareceu em seguida à deposição de Mussolini em 1943 é claramente relevante
aqui.
O
estabelecimento da Opera Nazionale
Dopolavoro (OND) em 1925, ilustra as aspirações totalitárias do regime. A
OND fornecia instalações de lazer e
assist~encia financeira àqueles membros do público italiano que estavam em
situação precária. As férias subsidiadas e excursões oferecidas demonstravam um
golpe sem paralelos de propaganda nacional e internacional para o Partido
Fascista. Entretanto, apesar do sucesso inicial, mostrado pela associação
impressionante de 3,8 milhões de pessoas em 1939, os ganhos feitos não foram
consolidados eficientemente. Como John Whittam diz, a OND era “tão popular
precisamente porque ela permitiu que milhões de italianos aproveitassem os
recursos sem a obrigação de qualquer comprometimento com as práticas e ideais
do Fascismo.”
Política Externa e Guerra
Mussolini
havia determinado seus objetivos de política externa logo no início do poder:
ele desejava aumentar a influência italiana nos Bálcãs, Mediterrâneo e África
Ocidental, além de alcançar uma posição internacional comparável à da
Grã-Bretanha e França. Os anos iniciais de seu regime podem ser lembrados como
um sucesso; ele começou a estabelecer a Itália como uma grande nação, enquanto
tentava estender a influência dela na Albânia por meio de governantes
fantoches, como Ahmed Zog. Entretanto, à medida que as relações europeias deterioraram
nos anos precedentes à Segunda Guerra Mundial, a posição do Fascismo italiano
começou a aparecer gradativamente insustentável em um clima internacionalmente
hostil. Uma série de erros diplomáticos, incluindo o impacto negativo político
e humanitário da guerra com a Abissínia e sua falha em julgar corretamente a
resposta franco-britânica à sua postura imperial, serviu no final para lançar
Mussolini numa aliança com Adolf Hitler e conflito futuro.
Durante o
período fascista, as forças armadas italianas foram glorificadas e
reverenciadas, mas a realidade foi bem diferente. Com a possibilidade de guerra
em 1939, os recursos militares italianos eram severamente faltantes: 35 das 80
divisões do exército estavam equipadas com fuzis de 1891; o exército tinha
somente 1.500 tanques e eles tinham combustível para somente 5 meses; e o caça
italiano Fiat CR42 era comparativamente obsoleto e tecnologicamente inferior a
outras aeronaves. Quando o Chefe de Estafe do Exército Graziani reclamou em
maio de 1940 que havia somente 1,3 milhão de fuzis, muitos sem baionetas,
apesar da ostentação de Mussolini de 8 milhões, o Duce lhe disse para não se preocupar já que o exército servia
apenas para espetáculo. A lastimável situação dos militares italianos, quando
comparada a nações europeias similares, era uma consequência direta de uma
total falta de investimentos pelo regime fascista. Mussolini preferia manter
uma pequena, mas bem treinada, força para impressionar dirigentes estrangeiros,
tal como Hitler durante sua visita de maio de 1938, ao invés de apoiar uma
força grande e cara.
A Igreja
Os Pactos
Lateranenses de 1929 encerraram a disputa de 70 anos entre a Igreja e o Estado e,
aos olhos de muitos italianos, representa o maior feito de Mussolini e do
Partido Fascista. Sob os Pactos Lateranenses, a Igreja obtinha total soberania
sobre a cidade do Vaticano, além de receber poderes limitados em assuntos do
governo, enquanto o Papa Pio XI reconhecia o Estado italiano como uma entidade
legítima.
A
importância dos Pactos Lateranenses tanto para a longevidade do regime quanto
para o nível de apoio que ele recebeu em casa e no exterior não deve ser
subestimado. Mussolini foi saudado como o restaurador do poder da autoridade
terrena para Il Papa. Mesmo assim, apesar
de a ferida entre a Igreja e o Estado ter sido aparentemente cicatrizada, a
aliança não duraria. A radicalização crescente do Partido Fascista trouxe uma
condenação áspera por parte do Vaticano, como mostrado no conflito entre os grupos
juvenis rivais Ação Católica e a ONB. À medida que a situação social e econômica
dentro da Itália deteriorava no final dos anos 1930, críticas abertas da Igreja
tornaram-se mais comuns, com o Papa emitindo a encíclica Non Abbaiamoso Biscogno e outros materiais inflamatórios no jornal
do Vaticano L´Obsservatore Romano.
Quando a sociedade italiana mergulhou no caos, a Igreja onipresente cresceu em
uma força formidável de oposição que danificaria irremediavelmente a reputação
do Partido fascista e de Mussolini dentro da Itália.
Conclusão
O
fascismo italiano indubitavelmente teve um número de sucessos isolados, que até
hoje permanecem como um feito impressionante. De 1922 até o início dos anos
1940, o Partido Fascista, e especificamente a liderança de Benito Mussolini,
facilitou o desenvolvimento de uma nação italiana mais unificada do que em
qualquer outro tempo em sua história. Mussolini conseguiu, até certo ponto,
reparar as desigualdades e disparidades que atrapalharam a política italiana
desde 1870. Contudo, cada vez mais, o Estado Fascista falhou em resolver uma
grande agenda de assuntos, desde a parte social até a militar. Políticas e
iniciativas foram colocadas no assunto do dia apenas para estarem lá, na
esperança de atingir o objetivo de Mussolini de tornar a Itália grande,
respeitada e temida. A legislação e negociação eram continuamente
negligenciados provocando a perda de suas potencialidades, e quaisquer vitórias
menores serem desperdiçadas.
A
popularidade dos fascistas pode ser atribuída à sua implantação percebida de
numerosas políticas revolucionárias sociais e econômicas que aparentemente
sinalizavam para a aurora de uma nova era para a Itália. Contudo, a percepção
pública do regime era muito longe da realidade, e, neste caso, o fascismo
italiano representou um caso claro de “estilo sobre a substância”. Finalmente,
a tentativa de Mussolini de garantir sua posição dentro da Itália e Europa
através somente da propaganda conduziu à desintegração da nação italiana com o
início da Segunda Guerra Mundial e a morte eventual do fascismo italiano.
Notas:
[1] O Risorgimento (em português:
Ressurgimento) é o movimento na história italiana que buscou entre 1815 e 1870
unificar o país, que era uma coleção de pequenos Estados submetidos a potências
estrangeiras. Na primeira fase do Risorgimento
(1848-1849), desenvolveram-se vários movimentos revolucionários e uma guerra
nacionalista contra o Império Austríaco, mas concluiu-se sem modificação do statu quo. A segunda fase, em 1859-1860,
prosseguiu no processo de unificação e concluiu com a declaração da existência
de um Reino de Itália. Completou-se com a anexação de Roma, antes a capital dos
Estados Pontifícios, em 20 de setembro de 1870.
[2] Uma
espécie de MST italiano, criado em 1901.
[3] Volte-vace é uma mudança total de posição,
tanto em política quanto em opinião.
[4] Esquadrões é o termo usado para
descrever um fenômeno característico do início do fascismo italiano, que
consiste na prática da luta política dos esquadrões fascistas de ação entre
1919 e 1924.
[5] Transformismo se refere ao método de
criar uma coalizão de governo centrista flexível que isolou tanto da extrema
esquerda quanto da direita na política italiana após a unificação (1871), mas
que ocorreu antes da ascensão de Benito Mussolini e do Fascismo. Um dos
políticos mais bem sucedidos foi Giovanni Giolitti, que tornou-se Primeiro
Ministro em cinco ocasiões diferentes ao longo de mais de 20 anos. Sob sua
influência, os liberais não se desenvolveram como um partido estruturado. Eles
eram, ao invés disso, uma série de grupos informais sem vínculos partidários.
Entretanto, o transformismo ficou associado à corrupção. Ele foi visto como
sacrificando os princípios e políticas para ganhos de curto prazo. O sistema do
transformismo teve pouco apoio e parece ter criado uma lacuna enorme entre a
Itália “legal” (parlamentar e política) e a Itália “real”, onde os políticos
tornaram-se cada vez mais isolados.
[6] Na
Roma antiga, quadrumvirus era um
cargo eletivo designado a quatro cidadãos tendo poder de polícia e legal. No
início do Fascismo italiano, era um grupo de quatro líderes que lideraram a
Marcha sobre Roma de Mussolini em outubro de 1922.
[7] Autarquia é a qualidade de ser
autossuficiente. Geralmente, o termo é aplicado a Estados políticos ou seus
sistemas econômicos. A Autarquia existe sempre que uma entidade pode sobreviver
ou continuar suas atividades sem ajuda externa ou comércio internacional. Se
uma economia autossuficiente também se recusa a ter comércio com o mundo
exterior então ela é chamada de economia fechada. A Autarquia não é
necessariamente um fenômeno econômico; por exemplo, uma autarquia militar seria
um Estado que poderia defender-se sem ajuda de outro país, ou poderia fabricar
todas as suas armas sem quaisquer importações do mundo exterior. A Autarquia
pode ser considerada ser a política de um Estado ou outra entidade quando ele
busca ser autossuficiente como um todo, mas também pode ser limitado a um campo
restrito tal como a posse de uma matéria-prima essencial. Por exemplo, muitos
países têm uma política de autarquia em relação a alimentos e água por motivos
de segurança nacional.
[8] Ver tópico Hitler, Mussolini, Roosevelt
http://epaubel.blogspot.com.br/2013/04/pol-hitler-mussolini-roosevelt.html
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3 comentários:
E como se a pilhagem, os estupros coletivos, a destruição indiscriminada, os fuzilamentos sumários, as expropriações territoriais nacionais não bastassem, quiseram exterminar o povo alemão. E pela "canção" abaixo, parece que o sonho ainda existe:
https://www.youtube.com/watch?v=tWA9CroNIQQ
O judeu Abba Kovner e sua facção terrorista Nakam planejavam o genocídio de 6 milhões de alemães civis e indefesos no pós-Segunda Guerra Mundial. Agiam usando uniformes britânicos e mentiam dizendo que estavam em missão militar. Mas parece que Deus não estava no lado judeu, pois que Kovner foi preso a bordo de um destróier britânico com veneno suficiente para matar os habitantes de quatro grandes cidades alemãs (e não europeias como cita postador do vídeo) através de suas fontes de água. São elas: Hamburgo, Frankfurt, Munique e Nuremberg. Curiosamente depois de apenas um ano sob custódia, o terrorista genocida Kovner foi discretamente solto e deixado aos cuidados de judeus em Israel. Nenhum deles nunca foi punido, nem Israel.
Até música homenageando o macabro intento os judeus têm https://www.youtube.com/watch?v=ugx-2tZgVJs que termina com ameaças:
"E eles trabalharam para construir um Estado judeu
Com cidades judaicas e fazendas judeus,
E armas judaicos e armas nucleares!
Agora, pode vingança colocar na prateleira
Ser retirado mais tarde em outra pessoa?
Bem, tenha cuidado como você lê este conto
Para que o seu próprio prejuízo prevalecer
Para olhar ao redor do mundo de hoje
E considerar o papel que desempenha a vingança
Para a história tem suas dívidas não pagas
E é melhor se esquecer?
Seis milhões de alemães!
Você pode dizer que foi um absurdo
Seis milhões de alemães!
Mas o que acontece com um sonho adiado?
Seis milhões de alemães!
E como eles poderiam apenas começar de novo?
Seis milhões de alemães!
Eles queriam uma coisa: Nakam! Vingança!"
Lema do Mossad: "Por meio da fraude, farás a guerra". Isso mostra que tipo de "moral" alimenta estas criaturas. Como pode um governo ou país usar um lema tão nojento e satânico e ninguém diz nada? Imagine se o Irã tem isso escrito em alguma repartição governamental.
https://apologiajudaica.files.wordpress.com/2011/03/5e811-israel_mossad_false_flag.jpg
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