quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

[ARM] Governo anuncia compra de 36 caças suecos Gripen por US$ 4,5 bilhões

G1, 18/12/2013

Depois de 15 anos de negociações, o governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira (18) a compra de 36 caças supersônicos do modelo sueco Gripen, que farão parte da frota da Força Aérea Brasileira (FAB). De acordo com a Aeronáutica, o preço total da aquisição será de US$ 4,5 bilhões, a serem pagos até 2023.

Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, que fez o anúncio, a decisão "foi objeto de estudos e ponderações muito cuidadosas". Outras duas empresas – a norte-americana Boeing e a francesa Dassault – disputavam com a Saab, fabricante do Gripen, o fornecimento dos caças ao Brasil.

"A escolha, que todos sabem, foi objeto de estudos e ponderação muito cuidadosa, levou em conta performance, transferência efetiva de tecnologia e custo, não só de aquisição, mas de manutenção. A escolha se baseou no melhor equilíbrio desses três fatores", afirmou o ministro da Defesa, Celso Amorim.

Segundo o ministro, a aquisição dos caças não terá "nenhuma implicação" no orçamento da União de 2013 nem no de 2014. Segundo ele, a etapa de discussão do contrato pode demorar entre 10 e 12 meses, e a transferência dos recursos para a empresa sueca só será feita após essa etapa. "[A negociação do contrato] é algo demorado. Implica garantias contratuais de que aquilo que foi ofertado efetivamente ocorrerá", justificou Amorim. Segundo a assessoria de imprensa da Aeronáutica, ainda será negociado no contrato quando será feito o primeiro pagamento.


O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, informou que os primeiros aviões chegarão 48 meses depois da assinatura do contrato, prevista para o final de 2014. Assim, o Brasil deverá começará a receber as aeronaves a partir de 2018. Segundo Saito, serão entregues 12 aviões por ano.

Saito disse que a transferência de tecnologia será completa e feita diretamente à Embraer, que participará da montagem das aeronaves. "Quando terminar o desenvolvimento, nós teremos propriedade intelectual desse avião, isto é, acesso a tudo", disse Saito. Segundo ele, a brasileira Embraer e a Saab vão atuar em conjunto na transferência de tecnologia e na produção do caça. Segundo ele, outras empresas poderão, posteriormente, participar do projeto.

'Vamos pechinchar'


O comandante da Aeronáutica informou que 80% da estrutura do avião será construída no Brasil. As asas, por exemplo, já estão sendo produzida por uma empresa de São José dos Campos e, segundo o comandante, já com padrão supersônico. Segundo ele, serão mais de 15 empresas envolvidas.

Saito esclareceu também que os US$ 4,5 bilhões equivalem a proposta feita pela empresa sueca, mas que, durante a negociação do contrato, o valor pode ser revisto. "Nós vamos pechinchar ao máximo".

Ele contou que a presidente Dilma Rousseff o informou da escolha somente na terça-feira (17). "Presidenta, muito obrigado. Eu acho que a Força Aérea e o Brasil ganharam muito com isso", ele relatou ter dito à Dilma quando recebeu a notícia. Ele contou que participa do processo de escolha dos caças desde 1995. "Estou muito feliz de ter perseguido esse objetivo", disse. Segundo ele, todas as empresas foram avisadas ao mesmo tempo da escolha.

Aviões 'à altura'


O ministro Celso Amorim disse que, com a decisão do governo, "em breve, teremos aviões à altura da necessidade de defesa do país". O ministro ressaltou – dentro do acordo de transferência de tecnologia – a abertura do código-fonte de armas, que, segundo ele, permitirá adicionar ao avião armamentos brasileiros.

De acordo com o brigadeiro Marcelo Damasceno, chefe da comunicação social da Aeronáutica, os caças Gripen “vão atender às necessidades operacionais da FAB pelos próximos 30 anos”.

Segundo ele, as aeronaves ajudarão na defesa aérea do Brasil e serão capazes de promover ataques no solo e no mar. “Ele [o Gripen] permitirá à FAB enfrentar ameaças em qualquer ponto do território nacional com carga plena de armas. O conjunto de conhecimentos e capacitação tecnológicos contribuirá para que a indústria nacional se capacite para a produção de caças de última geração em médio e longo prazo”, disse Damasceno.

Em entrevista ao Jornal da Globo, em 2009, o presidente-executivo da Saab, Äke Svensson, explicou porque, para ele, o Gripen é o melhor caça para o Brasil. "Na comparação com os concorrentes, é o mais barato, tem o armamento mais completo, os sistema de controle, detecção e combate mais avançados e – o que só ele faz – pousa até num pedaço de estrada qualquer, de 500 metros, se for preciso", disse.


 
Estados Unidos

Celso Amorim afirmou que o governo brasileiro tentará, na negociação do contrato final, obter da Suécia o máximo de transferência de conhecimento tecnológico. “Há uma disposição efetiva de transferir essa tecnologia”, afirmou.

Amorim foi questionado sobre o fato de a turbina do avião Gripen ser produzida nos Estados Unidos. Como o contrato é feito com a Suécia, essa parte da tecnologia de produção do avião não passaria ao Brasil. O ministro destacou que a turbina é “importante”, mas não é o “coração” da aeronave.

“Sabemos que a turbina é norte-americana, mas não é tão sensível em matéria de conhecimento como outras partes do avião. [...] Embora seja uma parte importante, não é do ponto de vista tecnológico o coração do avião”, afirmou.

De acordo com o ministro, o fato de o Brasil ter optado por um contrato com a Suécia não prejudica as relações comerciais com os Estados Unidos. “Temos uma boa relação com os Estados Unidos. Diariamente compramos partes para outros aviões. Não há nenhum temor.”

A disputa

A notícia de que a compra seria anunciada na tarde desta quarta (18), foi dada pela presidente Dilma Rousseff em discurso durante almoço com oficiais das Forças Armadas no Clube Naval da Marinha, em Brasília.

Três países disputavam a venda das aeronaves ao Brasil – Estados Unidos, com caças de modelo F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing; Suécia, com o Gripen, da empresa Saab; e França, com os jatos Rafale, da companhia Dassault.

Na semana passada, o presidente da França, François Hollande, chegou a conversar com a presidente Dilma Rousseff sobre o andamento das negociações, em visita de Estado que fez ao Brasil.

O presidente da empresa francesa Dassault compôs a comitiva de Hollande. No entanto, segundo fontes do governo, o preço das aeronaves francesas foi considerado elevado.

Já as negociações com os Estados Unidos ficaram estremecidas após as notícias de que o governo norte-americano teria espionado comunicações da presidente Dilma Rousseff, ministros e assessores. Dilma chegou a cancelar uma visita de Estado que faria a Washington, em setembro deste ano, após as denúncias.

A notícia dos atos de espionagem foi divulgada pelo jornalista Glenn Greenwald com base em documentos vazados por Edward Snowden, ex-agente da NSA, agência norte-americana de inteligência.

O programa

Iniciado em 1998 no governo Fernando Henrique Cardoso, o projeto FX previa a compra de 12 supersônicos com a transferência de tecnologia do fabricante para a Força Aérea Brasileira (FAB), que culminaria em um total de 120 unidades fabricadas no Brasil.

Devia ser assinado até 2004, quando terminava a validade das propostas. Mas a decisão foi adiada para o governo Luiz Inácio Lula da Silva, que, no lugar do FX, lançou o programa FX-2.

O projeto de compra e transferência de tecnologia chamado FX-2 foi lançado em 2008. O custo estimado no mercado é de até US$ 6,5 bilhões. Os novos aviões substituirão os Mirage, cuja aposentadoria está prevista para o próximo dia 31.

Em 2009, Brasil e França chegaram a anunciar a compra dos caças Rafale, da francesa Dassault. Depois, o governo brasileiro voltou atrás.

O programa FX-2 prevê a compra de 36 aeronaves de combate, domínio do sistema de armas, parcerias com empresas brasileiras, acordos de cooperação técnico-operacional e a transferência de tecnologia para que o Brasil ganhe condições de produzir pelo menos parte do avião no país.
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/12/governo-anuncia-compra-de-36-cacas-suecos-do-modelo-gripen.html


Força Aérea Brasileira completa modernização de caças F-5

Exame, 08/03/2013

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou nesta sexta-feira que recebeu o último dos 46 caças F-5 que enviou para modernização há uma década e que foram equipados com novos sistemas eletrônicos, radares mais potentes e armas mais modernas.

O último dos F-5 modernizados, agora chamados F-5EM, chegou na quarta-feira na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, segundo um comunicado divulgado hoje pela FAB.

A modernização, contratada no ano 2000 a um custo de US$ 285 milhões, foi realizada pela Embraer em associação com a companhia israelense Elbit.

A Força Aérea Brasileira já assinou um novo contrato com a Embraer, no valor de US$ 276 milhões, para modernizar um segundo lote de aviões F-5 composto por 11 unidades e que começarão a ser recebidos neste ano.

Os F-5, de fabricação americana, fazem parte da frota dos Esquadrões de Caça da FAB que têm suas bases nas cidades do Rio de Janeiro, Manaus e Canoas (Rio Grande do Sul).

O Brasil adquiriu as primeiras unidades deste avião militar em 1975, mas a modernização elevou em 15 anos a vida útil das aeronaves, segundo cálculos da Embraer.

O contrato permitiu que o sistema eletrônico dos 46 aviões fosse totalmente renovado, incluindo radar e painel de controle. Segundo a Embraer, os caças foram equipados com sistemas de guerra eletrônica de última geração, novas ferramentas, sistemas de reabastecimento em voo e maior capacidade operacional.

A modernização permite à força Aérea Brasileira manter sua capacidade operacional enquanto espera o governo concluir a licitação que lançou para adquirir 36 modernos aviões de combate.

Este contrato é disputado por modelos da americana Boeing, da francesa Dassault e da sueca Saab. O processo, no entanto, foi paralisado pelo governo para dar prioridade a outras áreas do orçamento.
 



http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/forca-aerea-brasileira-completa-modernizacao-de-cacas-f-5


Conheça o novo caça do Brasil, que será produzido com a Suécia

G1, 18/12/2013

O governo federal anunciou nesta quarta-feira (18) que o Gripen NG, oferecido pela empresa sueca Saab como "a aeronave de combate mais avançada do mundo", será o novo caça do Brasil.

Ao contrário dos outros concorrentes, o Rafale, da francesa Dassault, e o F-18, da norte-americana Boeing, o Gripen NG ainda não voa. Ele começou a sair do papel em julho, quando a Saab iniciou a produção em sua fábrica em Linköping.

A proposta da Saab era considerada mais barata que a dos concorrentes (US$ 4,5 bilhões), além do custo de hora de voo, que é inferior ao dos concorrentes (cerca de US$ 4 mil).

A negociação prevê que o Brasil participe do processo de produção com ampla transferência de tecnologia, o que foi considerado, pelos militares, um dos fatores que interferiu na decisão. A estimativa é que 40% do modelo e 80% da estrutura sejam de fabricação nacional.

A negociação inclui ainda aviões com duas posições (para treinamento), sensores, peças e o treinamento de pilotos e mecânicos, além de acordos com empresas brasileiras.

"Os outros dois caças estão prontos. O que virá conosco será a capacidade de desenvolvimento conjunto, um aprendizado na tecnologia aeroespacial. Não se pensa em margem de lucro", disse, em entrevista ao G1 em julho, o presidente da empresa no Brasil, Bengt Janer.

Ataque além do alcance


O Gripen pode abater outros aviões no ar ou enviar mísseis para o solo, além de realizar ataques contra alvos fora do alcance de visão. Era o “preferido” pela Força Aérea Brasileira em um relatório concluído em 2010, por prever que técnicos brasileiros acompanhassem o processo de criação do modelo, uma versão aperfeiçoada do Gripen E/F, que já está em operação na Suécia, Reino Unido, Índia e Suíça.

Com alcance superior ao do F-18 e do Rafale (até 4 mil quilômetros, devido ao maior tanque de combustível), o Gripen também permitirá desenvoltura diante das dimensões continentais do país para a proteção da Amazônia e do pré-sal, afirma o brigadeiro da reserva Teomar Quírico, piloto de caça com mais de 2 mil horas de voo que já comandou esquadrões de caça da FAB.

"Esta é a melhor opção para o nosso país e para a FAB. Por estar em desenvolvimento, o Brasil tem mais independência ao operar esta aeronave", aponta o oficial.

Outro ponto positivo avaliado pelos militares é a capacidade de integrar sensores e novos armamentos, já que o desenvolvimento será em conjunto e as peças poderão ser produzidas no país. Além disso, é possível usar armas de outros fabricantes. Assim, o Brasil não dependerá, em caso de guerra, da compra de mísseis dos Estados Unidos, o que ocorreria se fosse adquirido o F-18, ou da França, no caso do Rafale.

Processo em andamento

O início da construção do Gripen NG na Suécia, porém, não impede o Brasil de participar do desenvolvimento, já que os governos da Suíça e Suécia decidiram que o Gripen será o caça usado pelos países nos próximos 30 anos.

Além da Aeronáutica brasileira, que receberá 36 aviões, outros 88 já foram encomendados, sendo 60 para a Suécia - que serão entregues entre 2013 e 2026.

"A Suíça fechou um pedido em dezembro de 2012 de uma aeronave que passará por uma reformulação. Ainda há tempo para o Brasil participar do programa desde o início, se a decisão pelo caça ocorrer em breve”, disse Janer na ocasião.

No dia 31 de dezembro, a Aeronáutica aposenta os Mirage-2000, que foram comprados já usados da França, em 2005, em uma estratégia tampão. Os aviões estão sucateados e sem armamento, segundo anunciou o brigadeiro Juniti Saito, comandante da FAB, em agosto.

Enquanto as aeronaves novas não chegam, a Aeronáutica colocará em Anápolis, onde ficam os Mirage atualmente, 5 caças F-5, que são de menor alcance e não voam a até duas vezes a velocidade do som - capacidade que os Mirage possuem e que o novo caça terá.





http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/12/conheca-o-novo-caca-do-brasil-que-sera-produzido-com-suecia.html?fb_action_ids=537138996382486&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B587367654650165%5D&action_type_map=%5B%22og.recommends%22%5D&action_ref_map=%5B%5D


Os caças e suas gerações

1ª geração 

Incluem aqueles empregados na Guerra da Coréia, até o meio dos anos 1950. A maioria dos aviões não tinha radar, eram subsônicos, usavam bombas de queda livre e metralhadoras e canhões com mira ótica. Exemplos: MiG-15, 17, Gloster Meteor e F-86.


F-86 Sabre (esquerda) e Mig-15 

 
2ª geração 

Estes são os caças desenvolvidos entre 1955-1960, cujas principais características eram o voo supersônico em grandes altitutes, para interceptação. Começaram a ser equipados com radar próprio e os primeiros mísseis guiados. Exemplos: F-104, F-105, F-106, MiG-19, Mirage III, MiG-21, English Electric Lightning.
 
Mig-21F
 

3ª geração

Aviões de combate que entraram em serviço ou voaram pela primeira vez na década de 1960, introduzindo mais avanços em aerodinâmica e eletrônica: F-4 Phantom, F-5, MiG-23, MiG-25, Mirage F1, Saab Viggen.


F-4 Phantom
 

4ª geração

Resultado da introdução da microeletrônica na década de 1970/80, os aviões de 4a geração foram dotados de aviônica mais sofisticada, controles fly-by-wire e cockpit HOTAS: F-14, F-15, F-16, F-18, MiG-29, MiG-31, Su-27 , Mirage 2000, Tornado, Saab Gripen.
F-14
 
4ª geração plus ou 4.5

Versões melhoradas de aeronaves de 4a geração ou introduzidas entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000, como o F/A-18E Super Hornet, Sukhoi Su-30/35, Eurofighter Typhoon, dotados de novos radares phased array e aviônica.

 
Su-35
 
5ª Geração

Caças que empregam formas e tecnologias que desviam e absorvem as ondas eletromagnéticas, tornando-os difíceis de serem detectados por radares. Os armamentos são levados internamente. Nessa classe, o F-22 Raptor, o F-35 e o futuro PAK-FA russo.
 
F-35

http://www.aereo.jor.br/destaques/os-cacas-e-suas-geracoes/

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