domingo, 31 de março de 2013

[ARM] Armas de Infantaria - Armas Longas

ESPINGARDA

São armas de fogo portáteis, de cano longo e sem raiamento (alma lisa), com ampla gama de utilização na caça, tiro ao vôo, defesa, combate, etc. Existem seis tipos básicos de espingardas: Tiro Simples (um cano), de Ferrolho (um cano), Mecanismo de Corrediça (um cano), Semiautomática (um cano), Canos Duplos Paralelos (normalmente, dois canos) e Canos Duplos Sobrepostos (dois canos). O tipo de espingarda mais usado atualmente é a de dois canos sobrepostos, monogatilho, extratores automáticos e seletor de cano, podendo, ainda, ter um par de canos extras. A figura 1 mostra um modelo de espingarda e suas partes principais.

Fig. 1

 Calibre

Os calibres (diâmetro interno do cano) das armas à bala são usualmente denominados em milímetros ou polegadas. Exemplo: o calibre .45 ACP, na denominação americana, significa que o diâmetro do cano (e do projétil) é de 45 centésimos de polegada, o que corresponde a 11,43 mm. Entretanto, os calibres das espingardas de chumbo foram estabelecidos há muitos anos e não foram baseados em qualquer sistema convencional de medida. Tomou-se, como base, o número de esferas de chumbo que perfazem uma libra.

Converteu-se uma libra (453,6 g) de chumbo puro em 12 esferas de iguais peso e diâmetro. Se uma dessas esferas se encaixava perfeitamente num determinado cano, o calibre deste era "12". Estas esferas tinham 0,730 polegada de diâmetro, ou seja, 18,5 mm. De igual peso de chumbo (1 libra), foram feitas 16 esferas e chegou-se ao calibre 16, assim procedendo-se com os demais calibres, com exceção do 36, pois, segundo esse critério, seria o calibre 67. O calibre 36 corresponde, na realidade, a 0,410 polegada, ou seja, 10,414 mm.

A medida do diâmetro da alma do cano pode variar em 0,40 mm, dependendo da broca usada na perfuração, se nova ou usada, conforme ficou estabelecido na Convenção de Stutgart, em 1913, como mostra a tabela 1:
 
 
Os chumbos utilizados para carregar cartuchos variam, normalmente, de 1,25 a 5,50 mm de diâmetro, sendo usados, ainda, balotes: um único projétil de chumbo de diâmetro equivalente ao calibre da espingarda. A figura 2 mostra os diferentes tamanhos de chumbo para espingarda.

Fig. 2
 

Cartuchos

Infelizmente, não temos condições de falar muito detalhadamente sobre a munição de espingardas, mas, informamos que, para um mesmo calibre, existem diversos tipos de cartuchos (carregamentos), que poderão influir decisivamente no desempenho da arma. Além do tipo do cartucho propriamente dito (de plástico, metal, papelão, de fundo chato ou redondo), mostrado na figura 3, do chumbo usado (uniforme em peso, diâmetro e forma - comum, endurecido ou cromado), existem as espoletas, pólvoras, buchas e muitos outros fatores que alteram o tiro.

É bom lembrar que, quanto maior o diâmetro interno do cano, mais pólvora e chumbo poderão ser usados. Assim, uma arma calibre 12 pode disparar mais chumbo a maiores distâncias do que outra de menor calibre. Uma espingarda "36" comporta uma quantidade de chumbo 25% menor do que uma de calibre 20 e seu alcance útil é de pouco mais de 27 metros.
 
Fig. 3
 
 
Câmara

É o local, na culatra, onde se alojam os cartuchos. Existem dois tamanhos de câmaras, 70 mm (2 3/4 pol) e 75 mm (3 pol), sendo que as de 65 mm não são mais encontradas em armas de fabricação recente. A maioria das espingardas possui câmara 70, mas as adotadas para alvos distantes (por exemplo, ganso voando a grande altura) têm a câmara mais extensa, capaz de alojar os cartuchos Magnum mais potentes. Os cartuchos não ocupam todo o espaço interno das câmaras. O espaço excedente permite a expansão do estojo, por ocasião do disparo.

Comprimento do cano

Com as modernas pólvoras, o tiro alcança o máximo de velocidade muito rapidamente. Por isso, o comprimento do cano - respeitadas medidas não inferiores a 500 mm ou de comprimentos exagerados - tem pouca influência sobre sobre a velocidade do tiro, alcance, penetração, grupamento, dispersão ou energia de uma carga de chumbo. O comprimento do cano deve ser escolhido de acordo com a proficiência pessoal do atirador e tipo de tiro a ser feito. Um cano longo tende a aumentar o peso da arma, porém, aumenta a sua linha de visada. Um cano curto torna a arma mais fácil de manuseio, podendo ser usada com maior liberdade de ação para tiros seguidos e que exijam viradas constantes ("swing"). Um cano de 700 mm é de tamanho ideal para os diversos tipos de caça e "skeet", enquanto que, para "trap" e tiro ao pombo, 760 mm é o recomendado.

FUZIL

Um fuzil é uma arma de fogo que possui uma coronha que é sustentada pelo ombro, com o cano tendo ranhuras helicoidas ou um padrão de ranhuras talhado no interior das paredes do cano. As áreas ascendentes das ranhuras são chamadas “cheios”, as quais fazem contato com o projétil (para armas curtas, chamado bala), provocando um giro em torno do eixo correspondendo à orientação da arma. Quando o projétil deixa o cano, a conservação de momento angular melhora a precisão e o alcance. A palavra “fuzil” originalmente se relacionava às ranhuras e um fuzil era chamado uma “arma ranhurada”. Fuzis são usados em guerras, caçadas e esportes de tiro.

Normalmente, uma bala é propelida pela deflagração contida de um composto explosivo – originalmente pólvora negra, cordite (pólvora à base de nitrocelulose) e agora nitrocelulose – apesar de outros meios serem utilizados, como ar comprimido em fuzis à gás, que são populares para controle de animais daninhos, caçadas ou plinking.

Fuzis modernos são quase sempre carregados pela culatra, apesar de alguns carregadores de boca ainda existirem. Eles são geralmente semi-automáticos, totalmente automáticos, por ação de pinos ou alavancas ou tiro único por cartucho. Um fuzil de batalha é um fuzil para aplicações militares cujo alcance e precisão foram projetados para acertar alvos a longa distância, enquanto que seu tamanho e peso o tornam inconveniente para combate próximo. Durante a Segunda Guerra, por exemplo, os combates com armas de pequeno porte ocorriam a 100 metros ou menos, com uns poucos acontecendo a 300 metros. Assim, a curta distância, o poder de fogo do fuzil é, em sua maior parte, desperdiçado em luta de curta distância, exigindo um fuzil mais leve e manobrável. Essa desvantagem levou ao desenvolvimento do primeiro fuzil de assalto, o alemão StG 44.

Os fuzis são usados para quase tudo, desde tiro-ao-alvo até combates urbanos. O fuzil militar, na época da arma de pederneira, foi considerado a arma principal na cabeça dos elaboradores da Segunda Emenda à Constituição Estadunidense[1]. A distinção mais notável entre um fuzil de guerra e um fuzil de assalto é que o primeiro dispara um cartucho de alta potência, tais como o calibre .30 (7,62 mm) de um fuzil semi-automático M1 Garand (Segunda Guerra) e o fuzil automático M14 (Coréia e Vietnã) de calibre 7,62 ´ 51 mm. Fuzis de assalto disparam menos, possuem cartuchos de tamanho médio e menos potentes como, por exemplo, balas de 5,56 ´ 45 mm, para a família M16 (derivada do AR-15), ou o 7,62 ´ 39 mm, para o fuzil russo AK-47. Entretanto, eles atiram com maior velocidade e potência do que pistolas e submetralhadoras; além disso, as principais vantagens do fuzil de assalto em relação ao fuzil de guerra são: menor “coice”, menor peso, maior capacidade de munição e alta taxa de tiro, enquanto que as principais desvantagens são: menor potência de tiro e menor alcance. A figura 4 apresenta alguns modelos de fuzis conhecidos.
 

Fig. 4
 
METRALHADORAS

A metralhadora permite o fogo total automático, isto é, que múltiplos cartuchos sejam disparados com um simples apertar de gatilho, sendo essa uma das diferenças entre um fuzil e uma metralhadora, pois o primeiro necessita de um puxão no gatilho para cada cartucho disparado (acionado de forma automática ou semi-automática). A munição de uma metralhadora pode ser estocada em pentes ou tambores longos ou em fitas de cartuchos ligados entre si.

Apesar do termo “metralhadora” ser geralmente usado por leigos para descrever todas as armas totalmente automáticas, no jargão militar o termo é restrito a dispositivos pesados acionados de algum suporte de apoio, ao invés de manual, e capaz de manter fogo tanto tempo dure a munição. As metralhadoras são normalmente usadas contra soldados desprotegidos ou pouco equipados, ou também para fornecer fogo supressor (disparo na direção do inimigo para coibir sua ação e mantê-lo em sua posição).

Algumas metralhadoras podem, na prática, manter fogo supressor por várias horas; outras armas automáticas sofrem um aumento térmico interno com poucos minutos de uso. Pelo fato de se tornarem muito quentes, praticamente todas as metralhadoras atiram de ferrolho aberto (isto é, no momento do disparo o ferrolho se encontra totalmente contraído), para permitir a refrigeração de ar a partir da culatra durante as explosões. Elas também têm um sistema de tubo de refrigeração, ou tubos removíveis, que permitem a substituição de um cano aquecido.

Uma sub-metralhadora é uma arma projetada para disparar cartuchos de pistola no modo automático e é empregada em lutas de curta distância. Elas foram as primeiras armas portáteis automáticas. Atualmente, elas são usadas em combate próximo quando um fuzil de assalto seria muito volumoso ou ter muita penetração. Algumas sub-metralhadoras populares são a alemã MP40 da Segunda Guerra, a HK MP5 e a IMI Uzi, sendo as duas primeiras mostradas na figura 5.
 
 
Fig. 5

 
A metralhadora leve (comumente abreviada para LMG) é uma classe de metralhadora mais leve e normalmente projetada para ser carregada por um único soldado e/ou um assistente. LMGs modernas possuem freqüentemente menor calibre do que as metralhadoras médias (MMG) e são mais leves e compactas.
 
Geralmente, uma LMG deve agir como arma de apoio, onde gerará um volume maior de fogo automático contínuo em relação às armas carregadas pelos soldados de infantaria, porém consumindo uma grande quantidade de munição e possuindo um peso maior.

Um exemplo de LMG é a M249 SAW (Arma Automática de Esquadrão) usada pelo exército americano. LMGs usam projéteis de fuzis (cartucho de 5,56 mm), tanto de alta quanto de potência intermediária, e são operadas utilizando um suporte de dois pés (bipode) ou uma montagem em tripé. Elas geralmente são alimentadas por fita ou possuem um carregador maior do que o normal. Isto permite a ela ter maior poder de fogo do que os fuzis de assalto e, por isso, é usada para dar fogo de cobertura para tropas amigas. A figura 6 mostra uma M249 montada sobre um bipode.
 
Fig. 6


Uma metralhadora média, ou MMG, designa uma arma automática alimentada por fita, disparando cartuchos de fuzil de alta potência e pesando tipicamente entre 6,8 e 18,1 kg. Estas armas geralmente trabalham com cartuchos 7,62 ´ 39 da série AK-47 ou o cartucho padrão de 5,56 ´ 45 da OTAN, usado nos fuzis AR-15/M-16. As MMGs geralmente têm algum tipo de provisão para fogo estendido, tal como um cano removível ou extra-pesado, alhetas de refrigeração ou um invólucro de refrigeração a água, porém são leves o suficiente para serem usadas com um bipode. Elas se situam numa região tênue entre as metralhadoras leves (LMG) e as pesadas.

As médias disparam munição de calibre de fuzil de alta potência e tem um uso geral mais geral e mais prolongado. Isto geralmente inclui ambas as montagens com bipode e tripé e rápida troca de canos. Metralhadoras refrigeradas a água do mesmo calibre que as médias já não tem mais utilidade, já que a situação em que são idealmente aplicáveis (fogo ininterrupto) não é mais necessária na guerra atual. Isto porque as famosas cargas concentradas de infantaria raramente são feitas, sendo substituídas por ataques baseados em AFV; além disso, uma posição MMG estática seria o alvo prioritário de uma bateria de foguetes inimiga. A maior parte das MMGs que usam troca de cano sobreaquecem após 200 tiros e, então, uma troca rápida de cano é necessária, pois elas só podem continuar atirando se houver canos sobressalentes. Entretanto, canos são caros e pesados, de modo que uma quantidade muito limitada é mantida. Conseqüentemente, mesmo se 2 ou 3 canos forem carregados e girados para dentro e para fora, isto não permitiria o fogo incessante; o cano removido não resfria antes que o próximo seja substituído.

A M240, formalmente conhecida como Metralhadora 7,62 mm M240, pertence à classe de MMGs operadas a gás e alimentadas por fita, disparando o cartucho 7,62 ´ 51 mm da OTAN. A M240, mostrada na figura 7, é usada pelas forças armadas norte-americanas desde meados dos anos 1990. Ela é usada extensamente pela infantaria, veículos terrestres, embarcações e aviões. Apesar de não ser a mais leve MMG em serviço, a M240 é altamente lembrada por sua confiabilidade e a sua padronização junto aos membros da OTAN é também vista como uma vantagem.
 
Fig. 7
 
Uma metralhadora pesada designa tanto uma arma de alta potência e grande calibre quanto uma arma de médio calibre, utilizada para fogo prolongado e montada sobre bases pesadas, com pouca mobilidade ou em posição estática (ou uma combinação de ambas). A XM312 (figura 8) é uma metralhadora pesada, derivada do canhão automático (isto é, carregam automaticamente a munição e possuem uma taxa de tiro maior que a da artilharia) XM307 de 25mm; além disso, ela é adaptada para o cartucho de 12,7 ´ 99 mm (.50 BMG) da OTAN.   
 
 
Fig. 8
 




[1] Promulgada em 1787 na Pensilvânia, contém sete artigos e 27 emendas. A Segunda Emenda dá o direito ao cidadão de possuir e portar arma para se proteger.

Fontes:
 
Na época da compilação deste material, consultei diversas fontes, a principal a wikipédia. No entanto, não registrei as páginas de onde capturei as imagens e o texto. Quem for o autor de alguma passagem ou souber da página original, favor entrar em contato para que eu possa dar os créditos.
 
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2 comentários:

Unknown disse...

cara você fala muita merda

Emerson Paubel disse...

Poderia me dizer onde está a "merda" campeão?