O Panzerkampfwagen
(Veículo de Combate Blindado) Tiger Ausf. E, nome oficial final deste tanque
(quase sempre simplificado para “Tiger”), surgiu como uma resposta para
enfrentar a boa blindagem dos tanques soviéticos T-34 e KV-2 durante a invasão
da Rússia, já que até a Operação Barbarossa, os Panzer III e IV combatiam os
tanques inimigos com eficiência.
Mas não era nada barato para se fabricar o
Tiger. Os custos de sua produção eram 50% maiores do que os dos Panzer III e
IV, e mais que o dobro do preço do Panzer V Panther. Sua produção era difícil e
complexa devido à grande quantidade e boa diversidade de materiais, por isso
era demorado para completar cada unidade.
Os primeiros quatro Tiger a entrar em combate
não têm uma história honrosa para contar. Eles foram enviados em agosto de 1942
para o sudeste da cidade de Leningrado (atual São Petersburgo), na Rússia, e
tiveram que atuar em um terreno pantanoso totalmente impróprio para seu peso. Mas
quando foram para o norte da África quatro meses depois, a situação foi
completamente diferente. O Tiger tinha total domínio no terreno aberto do
Saara, mas foi usado em pequenas quantidades.
Sua blindagem era tão espessa que deixava os
inimigos boquiabertos. Só que o que mais rendeu celebridade ao Tiger foi um
armamento principal inovador. Um canhão de nada menos que 88 mm. Até então os
tanques com armas mais poderosas contavam com canhões de 75 mm (como os Panzer
IV e os Panther alemães ou o MK VIII inglês) ou de 76,2 mm, como os maiores
tanques russos. Dependendo da munição utilizada, a velocidade na boca do canhão
podia chegar a 930 m/s, o suficiente para penetrar a blindagem de mais de 110
mm a uma distância de 2 mil metros (os T-34 russos tinham até 90 mm de
blindagem nas partes mais espessas).
Obviamente, o Tiger não era um tanque veloz,
mas não fazia feio em relação aos outros tanques pesados que teve que
enfrentar. No entanto, com uma velocidade máxima em estrada de 38 km/h era até
mais rápido que o vagaroso inglês Matilda (máxima de 24 km/h na estrada) e bem
mais do que o Churchill MK IV, que chegava a no máximo 20 km/h.
O resultado foi que os tanques americanos
M4A2 Sherman de 75 mm – que os britânicos empregaram amplamente no norte da
África – e os T-34 só tinham chance de imobilizar um Tiger a uma curta
distância. A consequência em batalhas posteriores foi que o Tiger destruiu uma
quantidade impressionante de equipamento inimigo. Ele conseguiu quebrar vários
recordes de inimigos abatidos nos anos de 1943 e 1944. Além de seu bom
desempenho no norte da África, o sucesso foi ainda maior na Itália e no front
oriental, especialmente na Rússia.
Diversas histórias de guerra são contadas,
mas nem todas elas são verdadeiras. Isso se pode observar em relação à
quantidade de inimigos destruídos por cada Tiger e seu comandante responsável.
Os mais renomados e conhecidos destes comandantes são Otto Carius e,
principalmente, Michael Wittmann. Otto Carius foi um tenente que destruiu mais
de 150 tanques. Já Michael Wittmann é reputado por destruir 138 (ou mais) tanques. Este jovem capitão
recebeu, diretamente das mãos de Adolf Hitler, a Cruz de Cavaleiro da Cruz de
Ferro com Folhas de Carvalho e Espadas. Lutou muito na Rússia, mas foi enviado
para a Normandia. No norte da França, Wittmann comandou a 2ª. Companhia do 101º.
Batalhão SS de panzer Pesados e se notabilizou por enfrentar os britânicos na
França. Morreu em batalha em agosto de 1944, e seus restos mortais estão no
cemitério de guerra alemão de La Cambe, na França.
Michael Wittmann
Especificações
Fabricante: Henschel & Sohn, Krupp (torre)
Tripulação: 5 (3 na torre)Comprimento: 8,45 m
Largura: 3,4 a 3,7 m
Altura: 2,93 m
Peso: 56.000 a 57.000 kg (últimas versões)
Capacidade de combustível: 534 litros (4 tanques de combustível)
Autonomia: 140 km
Armamento principal: 88 mm KwK 36L/56
Armamento secundário: 2 ou 3 metralhadoras 7,92 mm MG 34
Munição: 92 a 120 de 88 mm, 4.500 a 5.700 de 7,92 mm
Instruções do Exército Russo para derrotar um Tiger
Publicado originalmente na revista “Guerras:
Armas, Táticas e Equipamentos”, Ano I nº 2, Ed. Nova Sampa.
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