quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

[ARM] Armas de Infantaria: Armas Curtas

Também conhecidas genericamente como “pistolas”, as armas curtas são armas de fogo que podem ser operadas com apenas uma mão. Seu pequeno tamanho torna-as convenientes para serem carregadas sem dificuldades e de forma discreta. Entretanto, alguns peritos neste tipo de arma fazem uma distinção técnica que tornam as pistolas como uma classe de armas curtas. Nos EUA, a palavra pistola se refere a uma arma curta cuja câmara é integrada com o cano, tornando-as distintas dos revólveres, outra classe de arma curta que têm um cilindro rotativo contendo múltiplas câmaras. Por outro lado, na Comunidade Britânica não existe distinção ao nível técnico; “pistola” pode se referir a revólveres, semi-automáticas ou armas de pederneira.

Uma pistola semi-automática é um tipo de arma curta que pode ser operada no modo semi-automático, disparando um cartucho para cada puxão no gatilho. Este tipo de arma de fogo usa uma câmara e cano simples, que permanecem numa orientação linear fixa em relação entre si, enquanto os cartuchos estão sendo disparados e recarregados de forma semi-automática.

O revólver e a pistola são as armas de fogo mais comuns, utilizadas como armas básicas das polícias, também a preferida nos meios marginais. Aparecem em mais de 85 % das ocorrências envolvendo armas de fogo no Brasil. No meio militar, elas são normalmente usadas por oficiais para combate de curta distância. A figura 1 apresenta as principais características das armas portáteis atuais.
 
 
 Figura 1
 
Um cartucho consiste em uma cápsula, um propulsor e um projétil, tudo em um pacote de metal. Esse dispositivo simples é a base da maioria das armas de fogo modernas. Para ver como isso funciona, veremos o padrão de dupla ação de um revólver (figura 2).
 

 Figura 2


Essa arma tem um cilindro giratório, com seis culatras para seis cartuchos. Quando você puxa o gatilho em um revólver, várias coisas acontecem:

1.    inicialmente, a alavanca do gatilho empurra o martelo para trás;

q  quando ele se move para trás, o martelo comprime uma mola de metal na coronha da arma;

q  ao mesmo tempo, o gatilho gira o tambor para que a próxima câmara da culatra seja posicionada na frente do cano da arma;

2.    quando você puxa o gatilho todo para trás, a alavanca solta o martelo;

3.    a mola comprimida faz o martelo ir para a frente;

4.    o martelo bate na espoleta na parte de trás do cartucho, acendendo a espoleta;

5.    a espoleta aciona o explosivo;

6.    o explosivo atira a bala para fora da arma em alta velocidade.

A parte de dentro de um cano tem estrias, sulcos em espiral que servem para girar a bala enquanto ela sai da arma. Isso dá à bala mais estabilidade enquanto ela voa pelo ar, aumentando sua precisão.

Quando ocorre a explosão, o cartucho se expande e fecha a culatra temporariamente, para que todos os gases em expansão sejam empurrados para frente e não para trás.

Obviamente, esse tipo de arma é mais fácil de usar do que uma espingarda de pederneira ou uma arma com cápsula de percussão. Cabem seis balas de uma vez, e só é preciso puxar o gatilho para disparar. Mas ainda há limitações: é preciso puxar o gatilho a cada tiro, e recarregar a arma depois de seis tiros. E os cartuchos vazios são retirados dos cilindros manualmente.

Calibres

Quando ouvimos falar de uma determinada munição, muitas vezes nos perguntamos: será que sse calibre é bom para a defesa? Vamos citar aqui alguns dos calibres mais importantes no meio civil e militar para armas curtas.

.22

É considerada a mais antiga munição de cartucho metálico do mundo, com fogo circular (1845). O calibre .22 não foi concebido para obter-se resultados balísticos excepcionais, mas sim para uma utilização no tiro informal, ou para a prática de tiro-ao-alvo em competições não superiores a 50 metros, além de caça de pequenos animais, alcançando um nível de qualidade e precisão ainda não suplantado por nenhum outro calibre (exceto os calibres recarregados profissionalmente). Nos EUA, de cada 10 cartuchos disparados, 5 ou 6 são de calibre .22. Sendo uma munição de baixo custo, é indicada para iniciantes do esporte. Outra característica deste calibre é o pequeno impacto causado pelo projétil contra um ser humano. A sua velocidade, aliada ao baixo peso do projétil, gera um impacto insuficiente a ponto de interromper imediatamente uma ação ofensiva, excetuando-se um impacto certeiro em pontos vitais.

. 32

Também conhecido como .320, foi criado por volta de 1860 nos EUA, na configuração “Rim Fire” (fogo circular) ou seja, sem espoleta central no culote do cartucho.Dez anos após a sua criação nos EUA, na Inglaterra era desenvolvido o mesmo calibre, rebatizado de .320, de fogo central, desenvolvido especificamente para revólveres produzidos pelas firmas Webley e Tranter. O calibre .32 ao atingir um ponto vital do corpo humano, é tão letal quanto qualquer outro calibre. Ao se tratar de pontos vitais, não existe “calibre que mata mais ou calibre que mata menos”. Existe sim um índice relativo de incapacitação medido através do “stopping power” que cada calibre possui ao atingir pontos não vitais do ser humano.Hoje, o calibre .32 é considerado inadequado para fins de defesa, pela pouca capacidade que tem de transferir energia ao atingir o alvo. Presta-se mais para sessões informais de “plinking” (tiro em pequenos alvos, como latas de tinta).

7, 65 mm Browning (.32 ACP)

Criado por Jonh M. Browning em 1895, teve sua primeira utilização em uma pistola semi-automática fabricada pela FN (Fabrique Nationale de Armes de Guerre) belga. Utiliza projéteis com peso de 60 a 80 “grains”, considerados muito leves para serem usados na defesa, tendo em vista a velocidade desenvolvida após a queima total da pólvora.Cartuchos fabricados hoje pela CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), com projéteis de 71 “grains” (4,6 g) desenvolvem 276 m/s atingindo 175 joules de pressão, quando medidos em provetes de 4 polegadas de comprimento de cano. Podem ser utilizados em qualquer arma de boa procedência e em bom estado de conservação.

9 mm Luger

Pelas suas características, é o cartucho para armas automáticas e semi-automáticas que obteve a maior aceitação pelas forças militares e policiais do mundo. Destaca-se a alta velocidade de seu projétil aliado ao pequeno tamanho do cartucho, que possibilita a utilização de carregadores de grande capacidade em armas compactas.

O cartucho 9 mm Luger, quando utilizado com projétil ogival, totalmente encamisado, possui bom poder de penetração, porém com pequena deformação, reduzindo o seu poder de parada. Já com projéteis modernos, do tipo ponta-oca, o seu poder de parada aumenta consideravelmente, pelo aproveitamento da grande velocidade do projétil, que ao chocar-se com o alvo deforma-se mais facilmente.

Tais características levaram o calibre 9 mm Luger a ser adotado por diversas forças armadas em substituição ao calibre .45, a exemplo do Brasil, e até mesmo nos EUA, que utilizavam o .45 pelas suas características peculiares e inclusive pela tradição, mas que ocupava muito espaço nos carregadores das armas. O 9 mm só deve ser considerado um bom calibre para defesa, quando utilizado com projéteis deformáveis, caso contrário ele transforma-se em um bom “perfurante”, muitas vezes transmitindo o resto de sua energia inicial contra uma parede, um carro ou uma vítima inocente, após atravessar o 1º alvo.

. 44

Apesar de já ser utilizado em diversas armas curtas nos anos de 1864/65, como em pistolas de tiro único, sendo produzidas na época com cartuchos de fogo circular, o calibre .44 evoluiu ao longo dos anos na forma de mais de 25 tipos de cartuchos diferentes. Hoje é comercializado em 3 configurações diferentes, conhecidos com os nomes de .44 Special, .44-40 WCF (Winchester Center Fire), e .44 Remington Magnum.

É hoje conhecido como “The Big .44” (“O Grande .44”), alcançando o status de ser a mais poderosa munição para caça e defesa para armas curtas no mundo. Apesar disso, não tem grande aceitação no uso policial devido ao fato que os revólveres que a calçam são extremamente grandes, além do grande recuo do calibre, que torna praticamente impossível efetuar disparos rápidos e seguidos com aproveitamento.Esportivamente, é utilizado em revólveres e pistolas de tiro único para a modalidade de silhuetas metálicas.

Fontes:

Wikipédia

How Stuffs Work

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